O tech também é pop – Coluna da Jayana da Silva
Repare nos seguintes dados:
A Apple tem U$ 100 bilões (dólares) em caixa para investir no que quiser.
Ela poderia comprar a Disney.
Se o Facebook decidisse criar a própria indústria de videogames, dobraria de tamanho.
Ele (o Facebook) é líder em realidade aumentada e realidade virtual, que ainda nem nasceu.
É líder também em internet das coisas (IoT).
Ainda não fabricou suas soluções voltadas à internet 5G, que mudará para sempre a relação dos usuários com os equipamentos eletrônicos.
Agora vamos aos dados de Santa Catarina:
No ano de 2019, o setor de tecnologia encerrou faturando R$ 100 mil por colaborador em Santa Catarina. A média nacional foi de R$ 78 mil.
O setor de tecnologia representa 5,9% do PIB do estado.
Temos mais de 15 mil empreendedores, e 51 mil colaboradores neste ramo.
Santa Catarina é líder em produtividade deste setor, deixando São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná para trás.
No oeste catarinense, o faturamento do setor foi de R$ 1,2 bilhão.
Ou seja, apesar dos números positivos, há ainda um mercado enorme a ser explorado mesmo que alguns digam que determinada área “da internet” já esteja saturada, a verdade é que este mundo novo que descobrimos nas duas últimas décadas é um mercado imenso, de quase infinitas possibilidades.
Com o surgimento do 5G haverá outra transformação, ainda mais intensa, da nossa realidade. A internet 5G traz consigo uma nova geração de equipamentos eletrônicos, que passarão a integrar cada vez mais, todas as áreas da nossa vida e a troca de informações/dados será de até 100 vezes maior.
O nome dado à esta conexão entre todos os aparelhos e todas as pessoas é a chamada Internet das coisas, ou, em inglês, IoT (Internet of things – vocês já devem ter visto essa abreviação por aí). Roupas com sensores de pressão arterial, índice glicêmico simultâneo, acompanhar em tempo real qualquer rua do mundo, celulares conectados ao ar condicionado, televisão, geladeira, relógio, robôs e até mesmo sensores biológicos que transmitem todas as informações da saúde do seu corpo para os médicos em tempo real.
Seu carro provavelmente estará conectado ao seu celular e ao seu relógio, te avisando quais peças precisam de manutenção, o nível exato dos fluidos, localização exata do veículo a qualquer momento, e por aí vai, são quase infinitas as possibilidades.
Tudo isso que eu descrevi, é para que ajudar a espalhar a informação de que há um mercado promissor e inesgotável à disposição das pessoas, cuja finalidade é melhorar a qualidade de vida de todos e gerar riqueza. Não é uma área que merece ficar em segundo plano se queremos um estado (e um país) mais desenvolvido, com menos pobreza e mais oportunidades.
É possível ainda, pensar neste setor integrado ao agronegócio. Em alguns anos devemos ter todas as propriedades rurais conectadas à internet, esta é uma das vantagens prometidas pela tecnologia 5G, ter alcance e velocidade maiores. Aliás, Santa Catarina também vem sendo exemplo nisso, com o trabalho feito pelo Secretário da Agricultura do Estado, Altair Silva, que está investindo pesado na malha de fibra ótica para o interior.
É possível que nos próximos anos todas as propriedades tenham acesso à tecnologia de sensores para as plantações, e por um preço justo os agricultores acompanharão, pelos computadores ou celulares, o desempenho de um plantio, podendo então intervir em determinada área, caso seja necessário. Há também nesta indústria, a previsão do uso de robôs para atividades como ordenha, colheita de frutas e outros.
Acho que ficou claro como é importante dar a devida atenção para o desenvolvimento do setor tecnológico em conjunto com todos os demais setores.
Ao passo que Santa Catarina lidera a produtividade entre os estados brasileiros, passamos então a usar um exemplo internacional como meta para ser alcançada nos próximos anos. Polos como o estado da Califórnia, cidades como Tokio, Berlim, Dubai, Estocolmo e Tel Aviv, com certeza devem ter experiências a serem aprendidas pelos catarinenses. Um intercâmbio de pessoas, informações e tecnologias nunca foi tão necessário e, ao mesmo tempo, tão fácil. Então, qual a desculpa para as universidades, órgãos e empresas que não o tem feito?
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