Faleceu por volta das 22h de ontem, no Hospital Regional do Oeste, um dos políticos mais visionários que Santa Catarina já teve. Aos 74 anos, vítima de complicações causada pela hemodiálise e por uma diabetes que por vezes era difícil de compensar, Milton Sander descansou ao lado de familiares, no hospital que ajudou a trazer para Chapecó.

Conhecido por “Dr. Asfalto”, o advogado nascido no Balneário de Pratas em São Carlos, na época, considerada como a “Grande Chapecó”, foi um dos principais responsáveis pela estruturação da capital do Oeste.

Em 77 para garantir que a Chapecoense jogasse o Campeonato Brasileiro, o então audacioso prefeito, Milton Sander, partiu para a construção do aeroporto que veio a receber o nome de Serafin Enoss Bertaso, em homenagem a família de seu vice, Ivan Bertaso. Outro passo foi o terminal rodoviário, obra iniciada em seu governo, entre outras inúmeras obras.

Municipalista, foi fundador e o primeiro presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), além de ter presidido a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), e a Confederação Latino-americana de Municípios. Entre outras ações, a fundação da Companhia de Desenvolvimento do Oeste (Codec), a Usina de Álcool entre outras ações.

O seu sobrinho, Márcio Sander que é vereador licenciado e atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, destacou o perfil diferenciado de Milton. “Ele foi o homem que encarou a defesa do Oeste e de Chapecó, nos levado ao cenário estadual e nacional. Desafiou com mandato e como candidato”, afirmou.

Milton Sander tinha ainda mais um sonho, que acabou adiado e depois devido ao estado de saúde, deixado de lado. Ele sonhou em ser um dos primeiros deputados do Mercosul, para a eleição do Parlasul. Como o Brasil ainda não colocou definiu o processo eleitoral para essas vagas, Sander, um apaixonado pela integração não conseguiu realizar um de seus últimos sonhos. O último espaço político ocupado por ele, foi como assessor parlamentar de João Rodrigues.

Histórico político

Milton Sander foi prefeito de Chapecó por dois mandatos, sendo o primeiro de 1977 a 1983 e o segundo de 1989 a 1993, quando fez o sucessor, o falecido Dilso Cecchin.

Em 1986 foi candidato ao Senado, e em 1994, candidato a vice-governador na chapa de Ângela Amin, quando perderam por apenas 1% dos votos para Paulo Afonso. Em 1998, foi eleito Deputado Estadual pelo PPB com 28.884 votos, para o mandato 1999/2003. Em 2002 e 2006 foi novamente candidato a Deputado Estadual, ficando na suplência. Em 1996 e 2004 foi candidato a Prefeito.

Ele também foi Secretário Estadual da Articulação Nacional em Brasília. Participou da fundação de grandes instituições: Associação Chapecoense de Futebol, Loja Maçônica Silêncio de Elêusis, FUNDESTE, FECAM (primeiro presidente, estando a frente da entidade de 1980 a 1982, e novamente entre 1989 e 1990), AMOSC (Presidente em 1981), da Confederação Nacional de Municípios – CNM, da Confederação Latino-Americana de Municípios, com sede em Quito (Equador) e foi o primeiro presidente da Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Principais obras

– Asfaltamento: ficou conhecido como “Dr. Asfalto” em virtude das várias obras de pavimentação na cidade;

– Hospital Regional do Oeste (HRO);

– Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso;

– Terminal Rodoviário Municipal Raul Ires Pigatto Bartolamei, denominado em 1991;

– Monumento “O Desbravador” – inaugurado em 25 de agosto de 1981;

– Implantação da Escola de Artes de Chapecó, em 1979;

– Instituição do Troféu “O Desbravador”, em 1989;

– Criação e instalação do Museu Municipal Antônio Selistre de Campos em 25/08/1989.

Velório

Milton Sander está sendo velado na capela da funerária Dal Bosco. Ele será sepultado as 18h no cemitério municipal no jazigo da família Sander.