Porque Alckmin não será ministro – Coluna do Paulo Gouvêa
Sabe por que Geraldo Alckmin não será ministro de Lula? Muito provavelmente porque o Presidente Eleito já ouviu a conhecida frase “nunca se deve nomear alguém que não pode ser demitido”. Essa afirmação, embora tenha sua origem nos cursos de administração de negócios, virou um clássico da sabedoria política. Na gestão pública ela significa, por exemplo, que um presidente não deve escolher para o ministério alguma pessoa cuja posterior demissão criaria um grande desgaste, um embaraço, uma crise política. Não digo que o vice de Lula não será ministro. Mas que, se for, Lula e Alckmin terão cometido um erro grave.
Vergonha catarinense
Os xingamentos e ofensas ao Ministro do STF José Roberto Barroso durante sua estada ali em Porto Belo, cobrem de vergonha nosso Estado. Qualquer um tem o direito de discordar, desgostar e de, eventualmente, enviar mensagens com xingamentos para ele ou através dos meios de divulgação. Mas, a grosseria de hostilizá-lo e à sua família em um restaurante e na casa em que se hospedou, isso não. Civilidade e educação são valores de que os catarinenses sempre se orgulharam.
Lula zerou na Venezuela
A propósito daquela notícia de que Bolsonaro teve votação zero em várias urnas e Lula em algumas poucas, observei alguns fatos interessantes. Um deles ajuda a compreender o fenômeno ocorrido: muitas daquelas onde Lula teve todos os votos estão localizadas em áreas indígenas ou quilombolas. E uma das que Lula zerou e Bolsonaro obteve a votação inteira, ainda que pouca, foi na Venezuela. Esta última ocorrência comprova aquilo que costuma ser dito no Brasil: que esquerdistas só demonstram gostar do país de Maduro por escrito, em suas manifestações ideológicas. Ir para lá, residir em Caracas, nem pensar. Pois é, não havia petista algum residindo na Venezuela para votar no chefe Lula.
O PT começa a recuperar a imagem de Bolsonaro
Olha aí: o Presidente Eleito nem tomou posse e já iniciou seu esforço para tirar Bolsonaro do buraco. É impressionante este jogo entre os dois. Os descalabros dos governos de Lula, bombados também por Dilma, transformaram o obscuro deputado Bolsonaro num líder de projeção nacional. Os escândalos de corrupção, a benemerência com governos de seus camaradas na América Latina e na África, o incentivo à invasão de propriedades privadas, e tudo o mais, carregaram Jair até à Presidência, no colo. Instalado lá, o Capitão tratou de retribuir. Suas brigas contra o meio-ambiente, contra as vacinas, contra a imprensa, e todo seu repertório de falas inadequadas, desenterraram Lula e o PT. Agora, devidamente ressuscitado, o novo presidente troca os pés pelas mãos, fala mal das reformas da previdência e do trabalho, renega a responsabilidade fiscal, traz à luz alguns dos mais assustadores fantasmas do PT. É tudo que Bolsonaro gostaria de ver.
Lula ignora que o Governo Bolsonaro vai até 31/12
As tentativas de Lula de anular atos do ainda presidente Bolsonaro é coisa de jerico. Por exemplo: a seu mando o ex-ministro Guido Mantega e a presidente do PT Gleisi Hoffmann, pediram para o Banco Interamericano de Desenvolvimento, por certo a mando de Lula, que fosse anulada a indicação que o atual governo brasileiro fez para a presidência do BID. E solicitaram que fosse adiada a eleição marcada para esta semana afim de que eles pudessem preparar nova designação. Pela primeira vez desde que o órgão foi fundado em 1959, a vaga de presidente havia sido oferecida ao Brasil. Bolsonaro então indicou para este estratégico cargo um candidato que nem é de seu círculo próximo: o economista Ilan Goldfajn, que foi presidente do Banco Central no Governo de Michel Temer. Claro que o BID recusou prontamente o pedido petista que faria com que, muito provavelmente, o Brasil perdesse a vaga. O PT, todavia, continua tentando anular indicações e nomeações feitas para outros cargos. Parece que essa turma ignora que o mandato de Bolsonaro, goste ou não goste, vai até o dia 31 de dezembro. E que Lula só pode começar a exercer o cargo a partir de 1º de janeiro.
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