Quando em 16 de agosto de 2019 a Folha de S. Paulo publicou com destaque “Doria anuncia plano de despoluição do Pinheiros com investimento de 1,5 bi”, acrescentando que “a meta é reduzir pela metade o índice que mede poluição do rio até 2022”, pouca gente acreditou – pelo contrário, muitos desdenharam e ironizaram. Na quinta-feira (24) da semana, uma das manchetes do jornal O Estado de S. Paulo informava: “Rio Pinheiros tem 85% dos pontos de medição dentro das metas de limpeza” e detalhava que “de 13 locais de monitoramento, somente em dois a água não tem bons níveis de despoluição”.


Esses dois fatos lembram muito o primeiro semestre de 2020, quando a pandemia começava a devastar o Brasil. João Doria disse que iria buscar vacinas na China por meio do Escritório Comercial de São Paulo na cidade de Xangai. Novamente, foi motivo de descrédito e de piadas, como a que apelidou o imunizante chinês de “vachina”.


No dia 17 de janeiro de 2021 o país inteiro assistiu a enfermeira Mônica Calazans ser a primeira pessoa vacinada no Brasil com a Coronavac que João Doria trouxe da China para o Instituto Butantan, em São Paulo. A pressão que ele fez obrigou o Governo Federal negacionista a incluir aquilo que chamava de “vachina” no Plano Nacional de Imunização, com 100 milhões de doses, as primeiras aplicadas nos braços brasileiros. A determinação de João Doria salvou centenas de milhares de vidas – e o Brasil de uma tragédia ainda maior do que esta que matou mais de 650 mil brasileiros.


Assim como as vacinas, a despoluição do Rio Pinheiros também vai entrar para a história: é o maior projeto ambiental em execução no país neste momento. São R$ 4 bilhões de investimento público na recuperação do rio e na sua despoluição, e mais de 550 mil ligações de água e esgoto realizadas pela Sabesp.

“Não bastava recuperar, despoluir e apresentar um rio que, nos últimos 70 anos, foi uma referência negativa para a população de São Paulo, mas também o embelezamento das suas marginais com os dois parques lineares que estão sendo implantados”, disse João Doria no evento realizado semana passada para marcar o início das obras que irão revitalizar uma área de 30 mil metros quadrados na Usina São Paulo, nas margens do rio Pinheiros.

Será o novo cartão postal da Capital paulista: a modernização do espaço prevê a implantação de restaurantes, lojas nacionais e internacionais, cinema ao ar livre com a maior tela da América Latina, escritórios, rooftop com cafés e restaurantes, mirante com vista 360º, academia e outras atrações. Esta convivência é possível graças aos avanços do saneamento básico na bacia, que está realizando tratamento dos efluentes de mais de 1,6 milhão de pessoas – equivalente à população de cidades como Guarulhos e Porto Alegre.

A Usina São Paulo faz parte do programa Novo Rio Pinheiros, ligará as duas margens e terá dois parques próximos, o Parque do Povo e o Bruno Covas, além de estar junto à nova Ciclovia Rio Pinheiros. Importante destacar também que a Usina São Paulo será realizada em parceria com empresas da iniciativa privada com visões reconhecidamente inovadoras: a JHSF, a RFM e a Fehu.


A despoluição do Rio Pinheiros tem para o Brasil a mesma simbologia que a despoluição realizada no Rio Tâmisa, em Londres. Livre da poluição do rio que um dia ficou conhecido como “O Grande Fedor”, a capital da Inglaterra passou por uma revolução urbanística, arquitetônica e turística que a transformou num dos melhores lugares do mundo para se viver e para se visitar. A despoluição do Pinheiros é um modelo e um exemplo para o Brasil – e também para Santa Catarina, com seus 49 mil km2 de Aquífero Guarani.


Ações como trazer as vacinas e obras como a despoluição do Rio Pinheiros são amostras do que um grande gestor público como João Doria sabe fazer e poderá fazer também em todo o Brasil.