Desde que Bolsonaro saiu do PSL, ainda em 2019, está sendo sondado pelos partidos mais identificados à direita para sua inscrição. Neste período, teve ainda a tentativa falha de criar o Aliança Pelo Brasil. Um partido que tinha tudo para ser criado e ser um gigante, apoio espontâneo da população como nenhum outro, iria nascer logo com um Presidente da República, vários deputados… só faltou um ingrediente, os políticos.

Não é possível abrir uma padaria sem padeiro, uma oficina sem o mecânico, uma loja sem vendedores, portanto, não é possível criar um partido sem políticos.

Engana-se quem pensa que conquistar um mandato, mais especificamente em uma onda, dá o título de político a alguém. É como se em um jogo de cartas, um jogador com experiência perdesse para uma pessoa leiga que está jogando pela primeira vez, na chamada “sorte de iniciante”. Um fato isolado não faz do leigo alguém conhecedor do assunto e nem mais preparado.

Nos últimos dias, tem circulado muito a informação de que Bolsonaro está cada vez mais próximo de se filiar no PP, em que esteve por mais de 20 anos, o que é uma vantagem para ele, por conhecer as pessoas e os problemas do partido, ganhar mais de 40 deputados para sua base, o Presidente da Câmara e ainda, manter como aliados próximos o atual líder do governo na Câmara, Deputado Ricardo Barros (PP/PR), bem como seu Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP/PI).

O Cenário em Santa Catarina ficaria bagunçado com a entrada do Presidente no Partido, visto que, Jorginho Melo já se articula como pré-candidato desde 2019 e que o PP está na base do atual Governador Moises (sem partido).

A movimentação pode empolgar uma candidatura ao Governo do Senador Esperidião Amin, e ainda, alguns dos atuais deputados podem tentar buscar teto no Progressistas, a questão é se haverá espaço para todos dentro da sigla, o que eu acho muito difícil.

Nas próximas semanas teremos esta resposta, se o Presidente Bolsonaro não adiar a sua escolha até a data limite, porque quanto mais tempo ele levar para assinar a filiação, reduz o desgaste com os demais partidos que estão, hoje, com as portas abertas para ele e podem sair da sua base no momento que ele “tomar partido”.