Os bastidores da reunião do MDB estadual; PSD se reúne hoje; Giordani e o governo municipalista de Moisés entre outros destaques
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O MDB realizou uma reunião online na tarde de ontem para avaliar o resultado das eleições e, discutir outras pautas, a exemplo do futuro do partido pensando em 2022, a presidência da Assembleia Legislativa e o que será feito em relação ao governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) que retomou o comando do Estado.
Lideranças que participaram da conversa me disseram que é provável que haja uma disputa interna no partido entre os deputados Mauro De Nadal, atual vice-presidente da Alesc, e Moacir Sopelsa, que tem conversado com lideranças de bancadas. Sem um entendimento é possível afirmar que os emedebistas correm o risco de perder força na disputa pelo comando da Assembleia.
Outra constatação de membros da executiva é de que a decisão da bancada estadual já está tomada e, que haverá a adesão à base de Carlos Moisés. A conversa nem chegou a durar muito tempo, pelo fato de que poucos deputados estaduais participaram da reunião virtual. Hoje deve ocorrer um almoço com pelo menos, parte dos integrantes da bancada, que já devem bater o martelo a respeito do assunto. O ex-governador, Paulo Afonso Vieira, é um dos membros da executiva mais entusiasmados com a aproximação com o governo.
O fato é que a preocupação de grande parte das lideranças emedebistas é com o projeto partidário para 2022. Integrantes da executiva entendem que é hora de oxigenar o partido, buscar novos nomes, além de estimular a renovação. Fontes com quem conversei, apontaram o deputado federal, Carlos Chiodini, como um dos destaques da nova geração. Outro sentimento que me foi externado é de que o MDB precisa disputar a próxima eleição estadual com chapa pura, somente firmando alianças em um eventual segundo turno. “Chega de servir de trampolim para outros partidos. Queremos reforçar o nosso partido”, me disse uma das lideranças.
Por fim, a avaliação do pleito eleitoral foi positiva. Os dirigentes se mostraram satisfeitos com o fato de que o MDB segue liderando o ranking de prefeituras catarinenses com 96 municípios. Só faltou avaliar o motivo de que desde 2012, o partido vem baixando o número de prefeituras conquistadas, sem contar que em cidades como Florianópolis, Joinville, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Lages e Balneário Camboriú, não houve êxito, ficando apenas entre as cidades maiores, com Itajaí e Jaraguá do Sul, além de ter o vice eleito em São José.
Avaliação de Florianópolis
A executiva estadual do MDB ao avaliar o desempenho do partido na eleição de Florianópolis, erra ao não admitir que a falha está dentro do próprio partido na capital. Lideranças colocaram a culpa pela derrota no prefeito Gean Loureiro que se filiou ao DEM e, levou com ele lideranças do partido, incluindo o filho do deputado Valdir Cobalchini, o agora vereador eleito João Cobalchini. De acordo com a avaliação, o MDB não teve tempo de se organizar. O fato é que o erro foi do próprio partido que não empoderou outras lideranças que poderiam ter mantido a força e garantido pelo menos uma cadeira na Câmara.
Desgaste em Joinville
O deputado estadual Fernando Krelling fez a avaliação da eleição em Joinville, onde ficou fora do segundo turno. Para os participantes da reunião de ontem da executiva estadual do MDB, houve muito desgaste no governo de Udo Döhler, situação que deixou o partido e a campanha de Krelling, enfraquecida. A saída de lideranças que disputaram a majoritária por outros partidos, a exemplo de Tânia Eberhardt (Cidadania), Dalmo Claro de Oliveira (PSL) e Rodrigo Fachini (PSDB), que disputou como vice de Darci de Matos (PSD), também foi outro fator apontado. Em suma, algo que os emedebistas viraram a boca para falar baixinho, agora não escondem mais: Udo atrapalhou a eleição de Krelling.
Moisés municipalista?
Uma fonte relatou que se depender do novo chefe da Casa Civil do Estado, Eron Giordani, o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) se tornará municipalista. Ontem o governador recebeu o prefeito eleito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Antes, no domingo, se reuniu com a bancada do Oeste para discutir as pautas da região. Chama a atenção que em 32 dias, Daniela Reinehr (sem partido) não apresentou solução alguma para a estiagem no Oeste, enquanto Moisés em seu retorno já atendeu as lideranças e deve nesta quinta-feira, fazer o anúncio do maior volume de recursos voltado à questão hídrica do Estado. Destaque para Rodrigues e à bancada que expuseram as necessidades de uma região que há anos sofre com períodos de estiagem.
PSD se reúne
A pedido do ex-governador Raimundo Colombo, lideranças estaduais do PSD se reúnem hoje, às 11h, no gabinete do deputado Milton Hobus, na Assembleia Legislativa. Colombo se mostrou incomodado com as informações de que a bancada pessedista fará parte da base do governo de Carlos Moisés da Silva (PSL). Segundo uma fonte, Colombo defenderá que o partido não assuma cargo no governo, porém, não se sabe o que será dito a respeito de apoio na Alesc. O fato é que a bancada, com a exceção de Kennedy Nunes, já teria decidido por ingressar na base de Moisés no parlamento.
Conversas
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e o chefe da Casa Civil, Eron Giordani, devem seguir a agenda de conversas com prefeitos eleitos e reeleitos, além das bancadas regionais da Assembleia Legislativa. Há alguns dias conversou informalmente com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), com quem deve voltar a se encontrar. Nos próximos dias deve ser marcada agenda com os prefeitos eleitos da Grande Florianópolis de acordo com a disponibilidade das lideranças.
Perseguições
Em sua volta prometendo uma nova postura, o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) precisa chamar as diretorias das estatais para uma conversa. É inadmissível a perseguição relatada por servidores, por exemplo, na SC Gás e na Celesc. Enquanto houve perseguição, será denunciado inclusive com mais detalhes. Um caso que passa dos limites do aceitável, é a busca de punição a um dos autores do primeiro processo de impeachment contra Moisés, o advogado Leandro Ribeiro Maciel, que atua na SC Gás. Perseguição é a palavra que define a situação do funcionário que está afastado e com o salário para ser depositado judicialmente. Ou Moisés toma uma atitude contra as retaliações, ou será visto como conivente.
Terá que dialogar
Uma coisa é certa, o prefeito eleito de Joinville Adriano Silva (Novo) terá que dialogar com as lideranças do município. Se assumir a postura da antipolítica, encontrará dificuldade para fazer a gestão da principal economia do estado. Ninguém governa só, Adriano precisará da Câmara de Vereadores, dos deputados e demais lideranças. É com o diálogo que também se faz uma boa gestão.
Segundo impeachment
Conforme divulguei ontem à noite, o presidente do Tribunal de Justiça, Ricardo Roesler, que também comanda o Tribunal Misto do segundo processo de impeachment contra o governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), definiu a data da sessão que votará a admissibilidade do processo. De acordo com a publicação na página 14 da edição de ontem do Diário Oficial da Assembleia Legislativa, a sessão acontecerá no próximo dia 14 com início às 09h. Roesler determinou a notificação de todos para o comparecimento à sessão.
Reações
Sobre o que escrevi ontem a respeito da ida de Carlos Rocha e do agora ex-chefe relâmpago da Casa Civil, general Ricardo Miranda Aversa, fui procurado por Rocha. Ele disse que foi a Casa D’Agronômica falar com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), a pedido da vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), para colocar o cargo à disposição de Moisés, que de fato o exonerou. Em outro ponto da manifestação de Rocha, ele destaca a desorganização na Secretaria de Comunicação, a qual segundo ele, estava há cinco meses sem liderança.
Outra manifestação
O general Ricardo Miranda Aversa também me procurou para se manifestar sobre o que escrevi. De acordo com ele, após o resultado do julgamento que decidiu pelo retorno de Moisés, que ele mesmo determinou que o pedido de exoneração fosse redigido e autuado no sistema eletrônico do governo, o que se deu, segundo ele, às 15h08. Também de acordo com Aversa, ele somente esteve na Casa D’Agronômica a convite do governador, onde teve uma conversa rápida e foi comunicado de que Eron Giordani assumiria a chefia da Casa Civil.
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