A Economia Verde é um modelo de economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. Já o Powershoring refere-se à descentralização da produção para países que oferecem energia limpa, segura, barata e abundante e estão próximas aos centros de consumo, além de outros fatores para atrair investimentos industriais. Assim sendo, o conceito de Economia Verde está integrado totalmente ao Powershoring e estamos diante da nova estratégia mundial para atração de investimentos sustentáveis.

Mas ainda aliado a esta estratégia, temos que entender que a Transição Energética é uma condição importante. Trata-se das mudanças estruturais nas matrizes energéticas a longo e curto prazo, buscando a mudança de combustíveis fósseis para fontes renováveis, principalmente as de baixo carbono.
O mundo apresenta em sua matriz de energia, de forma geral, somente 15% de energia renovável e o Brasil apresenta 48%. Já a matriz de produção de energia elétrica, no mundo, possui 28% de energia renovável e o Brasil 82% de geração de energia elétrica renovável, conforme dados de 2022, da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE).

Portanto, o Brasil apresenta condições mais favoráveis que outros países considerados desenvolvidos para uma forte ampliação em geração de energia renovável nas suas modalidades hídrica, solar, eólica etc. Assim sendo, temos que fazer a transição energética para a economia de baixo carbono, de uma forma planejada, a qual atenda às condições do desenvolvimento econômico-social de nossos estados, inclusive utilizando o gás natural como “combustível ponte” em alguns setores econômicos, dado o seu grau de emissão mais reduzido de carbono.

A reinvenção da energia é um tema forte na atualidade, mas nada mais é do que usar a energia de forma mais inteligente e sustentável, como é o caso do chamado hidrogênio verde. A produção industrial de hidrogênio, para ser chamada verde, necessita que o mesmo seja produzido e transportado sem o uso de combustíveis fósseis ou qualquer outro processo prejudicial ao meio ambiente. O hidrogênio é considerado um combustível fundamental para que ocorra a transição a uma economia de baixo carbono, o qual é produzido a partir de uma fonte de energia renovável como a hídrica, a solar, a eólica ou mesmo a biomassa.

No caso de Santa Catarina, temos praticamente disponíveis todas as fontes de energia: carvão, gás natural, biomassa, energias eólica, hídrica e solar, sendo na sua maioria renováveis. No entanto, torna-se necessária a realização do balanço energético para melhor identificação das fontes, consumo e demais informações, objetivando o planejamento e a definição de metas. Vale lembrar que já temos a Lei n. 18.330, de 05.01.2022, que institui a Política Estadual de Transição Energética Justa e o Polo de Transição Energética Justa do Sul do Estado de Santa Catarina, que aguarda julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) – STF 7332 (30/12/2022).

Assim sendo, é fundamental estabelecer os marcos legais e uma estratégia definida para garantir o desenvolvimento sustentado econômica e socialmente, em nosso estado, mirando a atração de investimentos de empresas nacionais e internacionais, sob a luz, agora, do Powerhoring.