Direto de Tel Aviv – Israel
Quando eu era menino e morava em Cachoeira do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, um grande programa era ir à Capital do Estado. Lá vivia Hélcio, meu irmão mais velho, publicitário, já casado na época, em cujo apartamento podia me hospedar. Eu ia para a cidade grande em busca de maravilhas como andar de bonde e ir ao cinema. Em Cachoeira já havia cinema, mas não a fartura que tinha em Porto Alegre. Lá dava para ver um filme por dia, às vezes dois. E você pode até achar bobeira, mas outro dos meus programas prediletos era – andar de escada rolante. Mesmo na Capital, naquela época só havia duas: no Banco da Província e nas Lojas Americanas, onde tinha também o único cheeseburguer do Estado. Mas, eu queria falar mesmo é da escada rolante – para dizer o quanto a tecnologia pode fascinar crianças e também os adultos.
No mundo de hoje, da inteligência artificial, do Metaverso, dos carros sem motoristas e da já bem conhecida Internet – pouca coisa surpreende quem vive numa cidade do tamanho de Blumenau. O que ainda me deslumbraria é uma dessas viagens ao espaço que estarão disponíveis para pessoas comuns já no ano que vem. Mas, isso infelizmente está fora de cogitação devido à idade e à falta dos milhões que custarão as primeiras passagens. Imagino, porém, que meus netos talvez consigam fazer um passeio desses – que terá para eles encantamento semelhante ao que teve para mim, recém entrado na adolescência, as idas de ônibus a Porto Alegre, uma volta de bonde na cidade, as subidas e descidas na escada rolante.