
A eleição para Governador de Santa Catarina permanece com algum grau de incerteza. De um lado parece claro que quatro dos possíveis candidatos praticamente confirmaram sua presença na urna eletrônica do dia dois de outubro. São eles, com uma alteração para menos em relação ao que cravei duas semanas atrás, o atual Governador Carlos Moisés, o até um mês atrás prefeito de Florianópolis Gean Loureiro, o Senador Jorginho Mello e o ex-Promotor de Justiça Odair Tramontin. Sai fora da relação agora o Senador Dário Berger porque há um ruído alto nas conversas entre PSB e PT. Chegou a ser dada como certa a existência de um compromisso de Lula com seu presumível vice Geraldo Alkmin de que, em Santa Catarina, o candidato de ambos seria do PSB, ou seja, Dário. Mas, ultimamente parece que o bloco da esquerda está preferindo o ex-prefeito de Blumenau Décio Lima. Talvez os dois concorram. Este caso, portanto, fica pendente. E há também aquelas indefinições crônicas do MDB e do PP: se eles engrenam com seus candidatos próprios, Antídio Lunelli e Esperidião Amin, ou se embarcam na canoa de Moisés. Parece claro que, se Antídio for candidato, isso é ruim para Moisés, que perde oficialmente o MDB e seu tempo de rádio e TV, e, como decorrência natural, é bom para Jorginho e Gean. Por outro lado, uma candidatura de Dário sem PT tem efeito contrário, embora não tão forte: atrapalha a votação de Gean na Grande Florianópolis e de Jorginho de modo geral. Agora, se Esperidião se viabilizar, ele espalha votos desde a esquerda até os bolsonaristas.
Fora isso, só restam algumas incertezas nos partidos e alianças menores, ainda com pouca visibilidade
O efeito das federações no estado
O dia 31 de agosto encerra a possibilidade de partidos políticos pedirem ao TSE a criação de federações partidárias habilitadas a participar das eleições de 2022. Até o dia anterior às 12 horas três desse tipo de agrupamento de partidos já haviam sido concretizados. E o que foi unido lá em cima, o pessoal dos Estados não pode separar. Ou seja, durante o período da federalização, de pelo menos quatro anos, os partidos envolvidos funcionam como se fossem um único partido. É permitido até se aglutinarem em coligações (nas eleições majoritárias por suposto) que incluam partidos de fora da federação. Mas, para fazer isso, todo os participantes da federação têm de ir juntos e abraçados. Por exemplo: o PT não pode decidir por conta própria apoiar Dário Berger do PSB se o PV e o PCB não concordarem. E assim também se o Cidadania quisesse apoiar Gean Loureiro do União só conseguiria se o PSDB também aderisse. Federação não é um namorico eventual, com data marcada para terminar como uma coligação, nem chega a ser um casamento no cartório e na igreja com validade indefinida como a fusão, mas é uma união estável, com anel no dedo e tudo mais.