
Os mais recentes acontecimentos da corrida para o Governo do Estado mostram que as melancias começam a se acomodar ali atrás, na carroça. Até pouco tempo atrás havia, no noticiário, um extenso melancial. Se não, vejamos: Celso Maldaner, Décio Lima, Fabrício Oliveira, Fernando Coruja, João Rodrigues, Joares Ponticelli, Milton Hobus, Napoleão Bernardes e Raimundo Colombo apareciam com maior ou menor destaque nas listas de pretendentes ao Governo do Estado. Destes nove aparentemente sobrou nenhum.
Um certo número desses pretensos candidatos era de mentirinha. Outros permaneceram no cargo que ocupavam, como Fabrício, João e Joares, ficando inelegíveis para a próxima eleição. Dois ou três deles foram caindo fora da carroça devido aos solavancos dos arranjos partidários. Neste momento permanecem com certa firmeza à bordo da carreta e, para quem gosta de veículos mais velozes, no possível grid de largada, os seguintes, em ordem alfabética: Carlos Moisés, Dário Berger, Gean Loureiro, Jorginho Mello, Odair Tramontin e possivelmente mais alguém que tem tido destaque menor na imprensa.
Nesse parágrafo aí em cima está, portanto, o grupo dos que por certo não disputarão o páreo porque não se mantiveram na traseira da carroça e o outro dos que já se acomodaram solidamente no veículo. Além desses há dois personagens que seguem na expectativa de chegar ao destino das convenções de seus partidos. São eles, Antídio Lunelli e Esperidião Amin, duas melancias quadradas no sentido da dificuldade de se acomodarem. O primeiro porque parte substancial de seu partido não o quer e o segundo porque, não tendo embarcado no momento adequado, terá de fazê-lo do modo mais difícil: pulando para dentro da carroça em movimento.
Avalio, então, por ora, aqueles cujas candidaturas têm mais chance de vingar. Moisés leva uma grande vantagem porque, na condição de quem já ocupa o cargo em disputa, ele usou e continua a usando a caneta e todo o arsenal de poder do Governo para angariar apoios e adesões. Mas, por outro lado, arrasta consigo a bola de chumbo dos casos, pouco edificantes, da tal compra dos respiradores e do uso para transporte próprio de aeronaves-ambulância. Dário tem a seu favor o histórico de ser imbatível em disputas eleitorais, porém teve de trocar seu poderoso MDB pelo mais fraco PSB. E, para ter alguma viabilidade, terá de compor uma parceria esquisita, bem mais à esquerda do que seu eleitorado está acostumado.