
Às vésperas de ocorrer o tão esperado ciclo de promoções nas carreiras da Polícia Civil de Santa Catarina, previsto para o próximo mês de abril, paira no seio da categoria das autoridades policiais um sentimento dúbio.
Aquilo que num primeiro momento soa como positiva – quer seja a progressão funcional tão aguardada e merecida daqueles que bravamente presidem as investigações policiais e chefiam a centenária instituição catarinense –, acaba se transformando em um pesadelo cujo enredo perpassa para muitos, os sentimentos de desânimo e frustração.
Em outras palavras, isso significa que para os Delegados poderem avançar na carreira, subirem de nível e, consequentemente, conquistarem o merecido aumento “salarial” (subsídios), precisarão assumir delegacias em outras comarcas, de cuja chamada entrância seja correspondente à ascendência funcional (conforme o próprio regramento estatutário).
Todavia, a realidade da vida é outra! Notadamente, muitos Delegados já estabeleceram suas vidas e rotinas nas cidades que estão lotados (ou designados) e, ainda, têm sob suas responsabilidades inúmeras investigações, trabalhos e projetos em andamento, cuja complexidade não pode prescindir de um profissional que conhece os detalhes desde o início e, inclusive, já vislumbra os próximos passos na busca pela eficiência do serviço público.
Assim, aceitar a merecida promoção – além de poder prejudicar o andamento de um inquérito policial sob sua batuta –, acarretará em mudança de residência, de escola de filhos e, até mesmo, de trabalho do(a) cônjuge; tudo para poder gozar o direito (tão merecido e aguardado por qualquer servidor público) de ser promovido.
Eis que essa encruzilhada da dúvida está movimentando os bastidores da Polícia Civil, pois muitas autoridades policiais cogitam não aceitar a promoção. Abdicarão da ascensão na carreira para manter o direito ficar onde estão. Difícil decisão carregada de frustração e desânimo, para muitos.