Enquanto não chega ajuda federal para o combate a estiagem e auxílio aos agricultores que, pelo menos por enquanto, ficou somente no discurso de intenção da ministra Tereza Cristina, feito em janeiro quando de sua visita ao Oeste do Estado, ações locais tentam minimizar a situação.

A bancada do oeste na Assembleia Legislativa esteve nesta quarta-feira (2), com o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido), e com os secretários Paulo Eli (Fazenda) e Altair Silva (Agricultura), da presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, e os chefes da Casa Civil, Eron Giordani, e da Defesa Civil, David Busarello,  para debater a questão da estiagem em Santa Catarina.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Moacir Sopelsa (MDB), sugeriu a criação de um fundo, com a participação do governo, das indústrias e prefeituras. Segundo Sopelsa, seria um programa nos moldes do que oferece auxílio aos produtores na distribuição de sementes de milho e calcário.

O Governo do Estado anunciou recentemente recursos da ordem de R$150 milhões para o combate à estiagem no meio rural. São R$ 50 milhões a mais que no ano passado. O Programa Reconstrói SC é uma das medidas anunciadas e visa atender cinco mil agricultores. Com ele, os produtores catarinenses terão acesso a financiamentos de até R$ 10 mil, sem juros e com cinco anos para pagar. Caso o pagamento seja feito em dia, há um desconto de 50%. Os recursos totais de R$ 50 milhões disponibilizados pelo Governo do Estado podem ser acessados por produtores atingidos por qualquer evento extremo ou condição climática adversa, neste caso, a estiagem. Há críticas de que agricultores que solicitaram têm dificuldades de acesso aos recursos.

O governador Carlos Moisés disse aos deputados que várias ações estão sendo desenvolvidas e que o governo também vai destinar R$ 350 milhões a serem investidos em três anos tanto em programas de preservação como de armazenamento de água e de que pretende apresentar em 15 dias propostas de combate à estiagem com programas para mudar a cultura de produção no campo, com incentivos à irrigação e preservação das nascentes de águas.

Participaram também da reunião os deputados, Valdir Cobalchini (MDB), coordenador da Bancada do Oeste, Marcos Vieira (PSDB), Marlene Fengler (PSD), Jair Miotto (PSC), coronel Mocelin (Republicanos) e Maurício Eskudlark (PL) e Fabiano da Luz (PT). Todos os parlamentares enalteceram a importância do apoio emergencial ao setor e de medidas preventivas.   

Em 15 dias nova reunião será agendada para apresentação de estudos do Parlamento e das secretarias para adoção de medidas de combate a estiagem.

A situação é grave

A prolongada estiagem que atinge Santa Catarina desde 2019 levou neste ano mais de 133 municípios à situação de emergência e comprometeu mais de 50% de lavouras, principalmente de milho, trigo e feijão. Os prejuízos chegam quase a R$ 4 bilhões. Também já há problemas de abastecimento à população.