
Sem dúvida a dimensão econômica mais afetada pela pandemia em todo o planeta, o Turismo e segmentos fundamentais como bares e restaurantes – provavelmente os maiores empregados do setor de Serviços no Brasil – hotéis, eventos e tantos outros, tentam “respirar” depois de teremos sido sufocados pelo coronavírus. Só temos a elogiar o comportamento, a atitude e resiliência desses empresários, a imensa maioria micro, pequenos e médios, que obedeceram protocolos, ajudaram na prevenção e evitaram uma tragédia maior ainda. Merecem reconhecimento e todo o apoio para se reerguer
No entanto, confesso que fiquei surpreso com as manchetes dos noticiários dos últimos dias, que mostram a indignada reação de setores do Turismo ao veto do governador Carlos Moisés à redução do ICMS para alimentos e bebidas em Santa Catarina (7%), com equiparação ao percentual cobrado no Paraná e São Paulo (3,2%). Entre os líderes que se manifestaram, o presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel/SC), Raphael Dabdab, afirmou que “Santa Catarina tem uma das mais altas cargas do país, pois a média nacional é de 3% para este tributo aos setores da gastronomia e entretenimento. E, ainda pior: durante a pandemia ambos sofreram aumento em duas ocasiões, para bebidas destiladas e vinhos e espumantes”.
Já a coluna do jornalista Moacir Pereira estampou: “O turismo e a insensibilidade política”. O decano da imprensa catarinense referia-se à entrevista que fez com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/SC), Rui Schürmann, em que este fez severas crítica ao Governo do Estado pela “insensibilidade” para com um setor que demitiu 50% dos seus funcionários durante a pandemia. “Entre as causas – comenta o jornalista – a total falta de diálogo com o governo estadual desde o início desta tragédia mundial”. E Moacir Pereira lembra: o Turismo representa 12% do PIB estadual.
Nas últimas colunas venho repetindo que o Turismo precisa ser colocado no centro da pauta do futuro de SC, assim como já o foi no Governo Luiz Henrique/Pavan. Porém, agora, é urgente que seja socorrido: 5 mil empresas foram fechadas e mais de 40 mil desempregados por conta da pandemia.
Com o tema “Como SP reduziu o ICMS para a estimular a economia”, fui entrevistado pelo jornalista Emanuel Soares, da Jovem Pan News Florianópolis. Informei a ele que no Estado em que sou secretário de Turismo e Viagens, baixamos o ICMS de bares e restaurantes de 3,69% para 3,2%, igual ao do Paraná. E ainda criamos para eles uma linha de crédito de mais de R$ 1 bilhão. Porém, expliquei ao Emanuel que não basta apenas baixar o imposto ou oferecer crédito, sem que haja por trás toda uma política para a retomada da economia, com aferição de resultados. Trata-se de trocar a “irracionalidade fiscal” pela “racionalidade econômica”.