Tenho a mais absoluta convicção de que a presença do governador João Doria no último sábado em Santa Catarina acendeu uma luz de esperança para os catarinenses que estão desiludidos e frustrados depois serem hipnotizados, encantados e ludibriados por 20 anos de populismo Lula-Dilma-Bolsonaro.


Nosso Estado representa o 6º maior PIB do país, com apenas 1,2% do território nacional, mas não recebemos – especialmente desses últimos governos – a mínima retribuição. Porém, sem dúvida, Jair Bolsonaro é o recordista em ingratidão para com um Estado que lhe deu uma das maiores votações em 2018 e onde já veio uma dezena de vezes só para motociatas e férias, sempre de mãos vazias.


A presença de João Doria em SC representa a esperança de que nunca mais vamos ter mais de 50% dos minguados recursos para as rodovias federais cortados pelo Governo Federal, como acontece agora em 2021. E de que nunca mais Santa Catarina vai que tirar recursos das suas próprias estradas, da sua saúde e da sua educação, para colocar R$ 350 milhões nas BRs, que são de responsabilidade federal. E de que nunca mais tenhamos que suplicar ao Governo Federal para “aceitar” que coloquemos nosso próprio dinheiro onde achamos que é certo – como absurdamente está acontecendo na duplicação da BR-470.


Com João Doria, Santa Catarina também tem a esperança de acabar com a histórica injustiça de sermos o Estado que tem menos retorno em recursos federais com relação ao que arrecada para a União – só fica abaixo do Rio de Janeiro (que tem os royalties do petróleo) e de São Paulo. Em 2020, essa injustiça chegou a ser absurda: arrecadamos R$ 69,7 bilhões para o Governo Federal, mas só recebemos dele R$ 7,4 bilhões. Para se ter uma ideia, a Bahia, que ocupa o 8º lugar no ranking dos maiores PIBs do Brasil (SC é o 6º), arrecada menos da metade (R$ 33 bilhões) do que Santa Catarina, mas recebe 60% a mais do que recebemos.


Na semana passada estive no Grande Oeste, que talvez seja a região onde Bolsonaro mais tenha hipnotizado, encantado e ludibriado. Quando a gente vê toda a exuberância daquelas cidades, a começar pela “capital regional”, Chapecó, a força do trabalho e estudo de sua gente, o crescimento vertiginoso e diário da agroindústria – e com ela, de todos os negócios, da inclusão social, da geração de emprego e renda, não consegue acreditar que essa região, que representa 70% das exportações catarinenses, tenha uma estrada como a BR-282 a carregar toda essa riqueza.


Aliás, fica o convite ao presidente-motoqueiro: pegue sua moto num dia de semana e vá “motociar” lá na 282, onde diariamente ocorrem acidentes, com feridos, mortos e milhares de catarinenses incapacitados para cuidar de suas famílias. Fora o prejuízo econômico, incalculável.


Nas palestras que tive a honra de fazer a convite do Sindicato do Comércio (Sicom) da Região de Chapecó, com apoio do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, e da Faculdade Horus, de Pinhalzinho, também manifestei minha surpresa com o fato de uma região com a qual criei laços ainda na luta pela implantação das entidades representativas das micro, pequenas e médias empresas e do Sebrae, nos anos 80/90, não ter ainda um aeroporto com as características de um hub internacional. Isso já era pregado pelo saudoso professor Alcides Abreu há 30 anos. Quem sabe a recente concessão abra a possibilidade para este hub, inclusive fazendo a ligação com o Oceano Pacífico.


Mas, como sempre acontece, a gente traz do Grande Oeste histórias que nos orgulham e emocionam. Vou contar uma delas. É sobre Pinhalzinho, uma cidade que, posso garantir, é hoje administrada como se fosse um ‘mini estado de São Paulo’. E a razão é simples: o prefeito Mario Afonso Woitexem, o Cena, é um gestor no estilo João Doria – é, é claro, de estilo tucano como todos os prefeitos do PSDB de Santa Catarina.


Para você ter uma ideia, a Pinhalzinho do Cena é hoje 40ª maior economia de SC, com apenas 20.712 habitantes. O PIB é impressionante: R$ 1 bilhão 148 milhões, da agroindústria, da indústria e 25% de tudo isso dos pequenos produtores rurais com alta produtividade – R$ 292 milhões do PIB de Pinhalzinho vêm de 450 propriedades rurais, onde você encontra robôs alimentando suínos. Cena mandou instalar fibra ótica em todas essas propriedades rurais, e elas estão ligadas ao mundo pela internet. Aliás, Pinhalzinho é o único município do Brasil, segundo Cena, a ter uma rede de fibra ótica da Prefeitura, com 400 mega de velocidade.


Porém, a história não termina aí. Aliás, ela começa numa das regiões agrícolas de Pinhalzinho, a Linha Bettanin, onde nasceu Beatriz Maria, hoje uma conceituada artista plástica brasileira, que usa a natureza como inspiração e matéria-prima. Beatriz mudou-se para São Paulo em 1980, onde fez uma carreira reconhecida, mas nunca abandonou suas origens, as pessoas da cidade onde nasceu. Nem mesmo quando se tornou primeira-dama da Capital paulista e do Estado de São Paulo, já conhecida como Bia Doria, mãe dos três filhos de meio-sangue catarinense com o agora governador João Doria.


Bia fala diariamente com os parentes e amigos em Pinhalzinho. A cidade reconhece que o hospital e outras obras sociais da cidade se devem muito a ela. E o prefeito Cena já reservou espaço num dos belos parques que está fazendo na cidade para uma obra de arte da famosa filha de Pinhalzinho.


Por isso, há muita expectativa para que em breve Beatriz Maria Bettanin Doria volte à sua cidade. Que ela traga a mesma luz de esperança que o seu marido trouxe a todos nós catarinenses.