Após a conclusão de alguns trechos da BR 282 pelo Governo Federal, o oeste catarinense ficou com a promessa, de ainda em 2021, concluir mais 66km de estrada entre Chapecó e São Miguel do Oeste e 33km de terceira faixa, no mesmo percurso. Ainda, há previsão de fazer os trevos de Pinhalzinho, Iraceminha, Nova Itaberaba, Sede Figueira, Chapecó, Cunha Porã e Palmitos.

A urgência da finalização das obras é clara, à medida que a BR 282 é a rodovia mais fatal do estado. Também, circulam pelo trecho mais de 83 toneladas de carne do oeste catarinense para os contêineres de exportação no litoral. A BR 282 é, dessa forma, a principal rodovia transversal sul-brasileira com uma enorme representação comercial ao estado. Entretanto, o cumprimento das promessas, ainda em 2021, se torna cada vez menos provável, tendo em vista a atual conjuntura.

Considero ser de muito descaso com o estado e com o povo tal protelamento de obras no oeste catarinense, região lembrada e reconhecida por ser o berço de nomes como Odacir Zonta e Hugo Biehl, ex-Deputados Federais e líderes nacionais do agronegócio, que tiveram muita influência na pauta. A diminuição de representatividade neste tema torna-se ainda mais evidente pelo fato de Santa Catarina, hoje, ser detentora de uma única vaga titular na Comissão da Agricultura (CAPADR) e uma suplência (do PT), ao passo que o Paraná conta com 10 vagas, sendo 6 delas de titulares, e o Rio Grande do Sul 12, das quais, 7 são titulares.

Após uma breve análise do tema e das nuances políticas que o permeiam, ainda de modo superficial, é possível concluir a importância da BR 282 para o agronegócio catarinense, em especial no que tange às exportações das nossas commodities, produtos que podem alavancar ainda mais a economia do estado. Sem nomes fortes e representatividade no agronegócio, nossas reivindicações não tem o mesmo peso e saem do rol de prioridade. Esse é um dos motivos pelo qual recursos de infraestrutura foram cortados de Santa Catarina no Orçamento Federal. Com o passar dos anos e o protagonismo de outras pautas, o povo catarinense assiste à eterna prorrogação de prazos, e as queixas em relação às nossas estradas continuam.