Motta Ribeiro trabalha para preparar a estrutura

Após reassumir o comando da Secretaria de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, tem demonstrado à sua equipe uma grande preocupação com uma possível terceira onda, a qual poderá atingir o estado consideravelmente. “Acho que pode ter um impacto tão grande quanto a segunda onda”, disse o secretário.

Conversei com Ribeiro que disse ter se preocupado, ao ter acesso aos números do estado. Segundo ele, vários sinais mostram que Santa Catarina entrará em mais uma onda da doença. Um dos números que mais preocupa é o de casos ativos que estabilizou em 19 mil, em média, no mês passado. O secretário lembra que entre a primeira e segunda onda, a média de casos ativos era de 6 mil. Além disso, também há a necessidade de oferta de UTI, já que a média de uso está entre 90% e 94%.

Junto aos números do Estado, o secretário também chama a atenção para o comportamento da doença no mundo. Aponta para a Índia que enfrenta um verdadeiro caos, além do Japão e da Europa que tem apresentado aumento do número de contaminados.

Quanto as regiões que mais preocupam, André Ribeiro aponta o Meio-Oeste como a que mais inspira cuidado, sobretudo na microrregião de Videira. O motivo apontado por técnicos da Saúde seria a adoção do chamado tratamento precoce, que até o momento não demonstrou nenhuma eficácia no combate à doença. “Estão muito agarrados a esse tratamento, situação que provoca essas dificuldades. Eles têm utilizado apenas isso como estratégia. Se assumem essa responsabilidade, que pelo menos também estimulem o distanciamento social, que cumpram com os protocolos de segurança”, alertou.

Já o Sul do estado, a Foz do Itajaí e o Alto Vale, além do Oeste, são regiões que também começam a mostrar sinais de aumento do número de casos, que ainda não se traduziram em mais internações em UTIs, o que poderá ser uma consequência do aumento das contaminações. Por outro lado, a região da Grande Florianópolis é a que menos preocupa no momento, sobretudo pela estrutura hospitalar.

A preocupação do secretário coincide com a discussão sobre o retorno das cirurgias eletivas. Ele se reunirá ainda hoje com os representantes dos hospitais filantrópicos para discutir a situação. Entende que é preciso pensar nas cirurgias, mas sem descuidar da estrutura que deve ser disponibilizada aos contaminados pelo Coronavírus. “Nas próximas duas ou três semanas teremos momentos mais delicados”, alerta.

Estruturação

O secretário André Motta Ribeiro já tem conversado com o Ministério da Saúde, em busca de mais UTIs e de respiradores. Hoje ele vai a Jaraguá do Sul onde se reunirá com a direção da empresa Leistung Brasil, responsável pela produção de respiradores. “Como estamos prevendo um grande número de casos, precisamos encontrar as soluções e antecipar o preparo da estrutura”, afirmou.