Em entrevista à CBN de São Paulo agora à noite, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se manifestou após o depoimento o delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, à Câmara dos Deputados. De acordo com Saraiva, Salles tornou legítima a ação de madeireiros ilegais no Pará, ao invés de apoiar os agentes públicos nas ações de fiscalização da Amazônia. Foi a maior apreensão de toras da história. As madeiras foram encontradas em uma área entre os rios Mamuru e Arapiuns.

Salles durante a entrevista acusou Saraiva de estar em busca de holofotes, porém, o que chamou a atenção foi que ele citou três deputados federais e quatro senadores, afirmando que foi a pedido deles que fez a liberação das madeiras apreendidas.

Entre os parlamentares citados pelo ministro, aparece um senador e uma deputada catarinense. “Nós fomos procurados primeiro pelo senador Jorginho Mello (PL), e pela deputada Caroline de Toni (PSL), porque são representantes do estado de Santa Catarina e parte desses empresários que se acham prejudicados são do estado de Santa Catarina, mas estão há décadas no Pará”, disse Salles. Depois ele citou senadores de outros estados, esquecendo de citar o nome de dois deputados.

Procurei a assessoria do senador Jorginho Mello. Segundo o assessor, o parlamentar não se manifestará, pelo menos, até amanhã. Já a deputada federal Caroline de Toni, retornou à ligação que fiz mais cedo. Ela explicou que o seu nome apareceu pelo fato de ter feito o trabalho de parlamentar, após ter sido procurada pelo vice-presidente regional Oeste da FIESC, Waldemar Schmitz, e por um membro da família Dacroce da cidade de Palmitos, que tem terras no Pará há mais de 30 anos.

Caroline relatou que teve acesso a toda documentação, a exemplo do plano de manejo, o que segundo ela, comprova que a madeira dos empresários catarinenses é legal. “Eles me procuraram preocupados. A Polícia Federal realizou uma operação no Pará sem ordem judicial. Aprenderam a madeira que ficou lá apodrecendo. Isso não é certo, os empresários cumpriram toda a legislação”, defende a parlamentar, destacando que erroneamente o delegado está acusando a todos de grilagem.

De Toni destacou ainda que na viagem ao Pará, Ricardo Salles teve acesso ao chip e aos documentos que comprovam a legalidade das madeiras. “O ministro foi até lá e conferiu. O Salles chegou lá, pegou o chip e verificou, estava tudo dentro da legalidade”, afirmou.