Foi protocolado ao final da tarde de hoje na Assembleia Legislativa, mais um pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido). Entre os que assinaram a petição de 98 páginas, estão o desembargador aposentado, Anselmo Cerello; o presidente do Sinduscon, Hélio Bairros; além de Leonardo Brochardt, Bruno de Oliveira Carreirão e Beatriz Kowalski.
Após expor uma série de acontecimentos durante o governo Moisés e Daniela, os denunciantes destacaram que está comprovada a prática de ambos em vários crimes de responsabilidade. Segundo o documento, ciente das irregularidades no processo de aquisição dos 200 respiradores fantasmas e da ausência de garantias de entrega ao Estado, o governador Carlos Moisés ordenou despesa não autorizada por lei e, sem a observância das prescrições legais, concordou e planejou o pagamento antecipado de R$ 33 milhões à empresa Veigamed, quando segundo a denúncia, já se sabia que a empresa não cumpriria com a oferta e o processo revelava nítido risco de fraude.
Outro ponto destaca que de forma consciente e voluntária, Moisés prestou informações falsas à Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa, mais conhecida como a CPI dos Respiradores. Os denunciantes com contundência, afirmam que o governador mentiu de forma deliberada acerca do momento em que tomou conhecimento do pagamento antecipado de R$ 33 milhões à Veigamed, quando comprovado que ele concordou com o pagamento, estando ciente do processo de compra dos respiradores fantasmas.
Quanto ao Hospital de Campanha, o pedido de impeachment lembra que Carlos Moisés destinou crédito extraordinário de R$ 100 milhões para o combate à Covid-19 e simultaneamente lançando edital viciado para instalação e operação do hospital de campanha em Itajaí, ordenando despesas não autorizadas por lei e sem a observância das prescrições legais, visando à contratação da empresa Hospital Mahatma Gandhi, mediante processo de dispensa de licitação concluído em tempo recorde, sem possibilitar a participação de outros interessados. “Desconsiderando as graves falhas na proposta vitoriosa e ainda propositalmente desclassificando proponente para beneficiar a empresa contratada”, diz a denúncia.
Mesmo diante de indícios e provas inafastáveis, o governador, de acordo com a denúncia, deixou de adotar qualquer ato destinado à punição de subordinados, com destaque para o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, e o ex-secretário de Estado da Saúde, Helton Zefferino, tendo deixado por conta deles o pedido de exoneração. “Omitindo-se ante a necessária responsabilização pela incorrência em delitos funcionais e prática de atos contrários à Constituição”, destacam na petição.