Operação Oxigênio: As conexões e supostas participações dos investigados. Caso chega ao Hospital de Campanha
De acordo com as investigações no âmbito da Operação Oxigênio, o ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, utilizou da influência e prestígio do cargo que ocupava, para indicar o empresário fornecedor de equipamentos hospitalares, identificado como Fábio, para a venda dos respiradores ao Governo do Estado.
Depois de concretizada a transação, Borba teria indicado o advogado de Biguaçu, Leandro Adriano de Barros, o qual, de acordo com as investigações, é uma pessoa da sua confiança para realizar contato com a servidora Márcia Regina Pauli, que foi afastada das funções, assim que houve as primeiras denúncias.
Vale lembrar que a relação entre Borba e Barros, foi revelada pelo SCemPauta, no caso da contratação do Hospital Psiquiátrico Espírita Mahatma Gandhi, para a instalação de Hospital de Campanha em Itajaí. Segundo a investigação, a ideia de Borba ao indicar Barros, seria de avalizar o negócio assegurando que os respiradores seriam entregues, como forma de manter o contrato vigente, já que o pagamento havia sido feito de forma antecipada.
Já o Fábio em questão, é Fábio Deambrósio Guasti, que foi o responsável por atuar em nome da Veigamed, durante todas as tratativas da contratação com o Governo do Estado. Seria dele o papel de fazer o intermédio entre o Estado e, Pedro Nascimento Araújo e Rosemary Neves de Araújo, que são os representantes legais da empresa.
Por sua vez, Gilliard Gerent, atuou como representante de Fábio e da empresa Veigamed em reunião realizada para negociação e urgência na entrega dos respiradores, além de manter tratativas com a servidora Márcia Pauli, e vínculo com Leandro de Barros e Douglas Borba. A investigação também aponta que Barros a pedido do então secretário da Casa Civil, foi incumbido de manter contato com Márcia, garantindo a idoneidade da empresa do Rio de Janeiro, quando foi descumprido o cronograma de entrega dos equipamentos.
Chegou ao Hospital de Campanha
Outro ponto que chama a atenção, é que o Ministério Público destaca que Leandro de Barros participou diretamente a mando de Douglas Borba, das compras consideradas suspeitas do Governo Estado para o enfrentamento ao Coronavíru, destacando a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e instalação de leitos de UTI em hospital de campanha, mesmo sem ter um vínculo formal com o Governo do Estado.
Outro investigado, Samuel de Brito Rodovalho foi o responsável por procurar a empresa de Rafael Werkelin de Joinville, para que apresentasse proposta para a aquisição dos aparelhos respiradores, informando que a empresa contratada pagaria comissão no valor de R$ 3 milhões.
Conexão – Rio de Janeiro
Davi Perini Vermelho, presidente da Câmara de Vereadores de São João do Meriti, cidade vizinha a Nilópolis, onde fica a sede da Veigamed, atuou em nome da empresa como comprador de 100 mil kits para teste de COVID da empresa, Oltramed Comércio de Produtos Médicos Ltda – EPP. O valor pago foi de R$ 11 milhões, sendo que o MP afirma que o dinheiro é de procedência duvidosa.
Na justificativa do pedido de prisão, o Ministério Público defende que a medida era necessária, para que os investigados não atrapalhem as apurações, sem a destruição de provas, nem a dilapidação dos valores oriundos do pagamento antecipado do Governo catarinense à Veigamed. Também há o temor de que combinem o que será falado em interrogatórios, além de uma possível pressão as testemunhas.
Relações em diversos estados
Os investigadores destacam que a suposta quadrilha mantém uma cadeia de relacionamentos e vínculos em diversos Estados da Federação, para a realização de crimes com danos ao patrimônio público.
A sofisticação das ações do grupo citadas pelo Ministério Público, é que as tratativas eram todas terceirizadas, tanto pela Veigamed, quanto pelo então secretário Douglas Borba, para não deixar rastro.
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