O rápido processo de contratação da empresa que instalará o Hospital de Campanha em Itajaí para atendimento a pacientes com o Coronavírus, ainda gera discussões. Além da agilidade, sendo que a tomada de preços foi publicada no fim do dia 8, para que as empresas entregassem as propostas até o dia seguinte, às 15h, os valores do contrato também estão sendo questionados, principalmente pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde, que alega mudanças no processo para beneficiar o Hospital Psiquiátrico Espírita Mahatma Gandhi. Um detalhe chama a atenção. A empresa que ganhou o contrato é da cidade de Catanduva, interior de São Paulo, mas, tem em seu corpo jurídico advogados da cidade catarinense de Biguaçu.

Leandro de Barros

A frente está o ex-secretário de Saúde de Biguaçu, Leandro Adriano de Barros, que em 2014 chegou a ter os bens bloqueados por suspeita de conivência com um suposto funcionário fantasma. Além de Barros, também consta no corpo jurídico do Mahatma Gandhi, Mariana Rabello Petry, amiga do secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, irmã de Anísio Petry Júnior, mais conhecido como Popo Petry, amigo de longa data de Borba e de seu adjunto na secretaria, Matheus Hoffmann.

Borba e Popo na Arena da Baixada em Curitiba.

Popo e o secretário adjunto da Casa Civil de SC

Mariana ao lado de seu irmão, Popo Petry.

Além de ser amigo íntimo do secretário a quem convidou para ser padrinho de casamento, Popo foi nomeado no ano passado, membro titular do Conselho de Vogais da Junta Comercial de Santa Catarina, representando o Governo do Estado, ou seja, a indicação foi feita a alguém com fortes relações com integrantes do Governo.

Borba no casamento de Popo

Conhecer pessoas e ter amigos não é crime, mas observar relações tão próximas com um Hospital que tem a sua contratação questionada por uma série de motivos, no mínimo, gera um mal-estar ao Governo do Estado e ao seu homem forte, o secretário Douglas Borba, ex-vereador e secretário municipal de Biguaçu.