É preciso reconhecer a coragem do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) que ontem fez o que era preciso para o momento, no enfrentamento da crise provocada pela pandemia do Coronavírus.
É claro que o Estado irá sentir na arrecadação os efeitos, afinal, restaurantes, bares, shoppings, academias e hotéis serão fechados por sete dias, situação que pode ser prorrogada. Além disso, também tem o impedimento para a circulação de ônibus urbanos e intermunicipais, tudo isso pesará no caixa do Estado. Prejuízos a parte, é preciso entender que o mais importante é a vida, isso sim está em jogo.
Um momento de crise requer atitudes fortes, contundentes, mesmo que em algum momento desagrade a algum setor e, se for assim, que seja, afinal, o bem maior é a saúde das pessoas. Não quero aqui desconsiderar a questão econômica, muito pelo contrário, essa também é uma grande preocupação, mas tudo a seu tempo.
Também foram corajosos e profundamente responsáveis com os catarinenses, os chefes dos demais poderes. Para ter uma ideia, o Governo Federal programou R$ 14 milhões para ajudar Santa Catarina no combate ao Coronavírus, enquanto que ontem na coletiva, foram anunciados repasses de R$ 48 milhões, sendo R$ 20 milhões da Alesc, mais R$ 20 milhões do Tribunal de Contas do Estado e R$ 8 milhões do Ministério Público. Esse valor ainda pode aumentar, resta saber se o Judiciário também anunciará algum repasse ao Executivo.
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Apoio dos poderes
Mesmo ausente devido a uma consulta, o presidente da Assembleia Legislativa Júlio Garcia (PSD), se inteirou da situação e avisou ao seu chefe de gabinete, Eron Giordani, que o representou na reunião sobre o decreto do governador, que o parlamento faria o repasse de R$ 20 milhões ao Executivo. O presidente do TCE, Adircelio de Moraes, repassou o mesmo valor, enquanto que o procurador Fernando Comin autorizou mais R$ 8 milhões. Importantes colaborações em prol da luta contra a pandemia.
Bastidores
Uma fonte militar relatou que na reunião de ontem do Comitê Gestor de Crise do Coronavírus, criado pelo Governo do Estado, foi dito que o padrão de crescimento dos casos confirmados e suspeitos no estado, indica uma provável perda de controle se não houver restrição imediata da circulação das pessoas. Foi baseado nisso, que se chegou a decisão de fechar estabelecimentos públicos e proibir a circulação de ônibus urbano e intermunicipal.
Preocupação com a segurança
Não foi externado na coletiva de imprensa, mas o Governo do Estado também quer manter a ordem e evitar possíveis casos de saques. Durante o encontro foi externada a preocupação com uma possível corrida aos supermercados com a ocorrência de tumultos. Por isso, foi emitido um alerta em caráter reservado aos policiais, para que intensifiquem as rondas e intervenções preventivas nos principais supermercados. Também serão mobilizados recursos extras para atender as demandas com prolongamento dos turnos e, o expediente administrativo está suspenso, portanto, todos estão convocados a atuar nas ruas.
Aprasc cobra medidas
De acordo com a Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc), em meio à pandemia de Coronavírus, policiais e bombeiros militares estão atuando sem equipamentos de proteção contra o vírus, colocando a própria vida e de seus familiares em risco. A entidade protocolou um ofício na Secretaria de Estado da Segurança Pública, na Secretaria de Estado da Saúde e nos comandos gerais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, exigindo medidas de proteção.
Pedidos
Entre as medidas reivindicadas pela Aprasc ao Governo do Estado, estão: que o atendimento ao público realizado pelos militares seja restrito às atividades urgentes e emergenciais; que afaste, sem prejuízo do serviço militar, todos os agentes que apresentarem sintomas do Coronavírus, ou que tenha retornado de viagem internacional nos últimos dez dias, e, ainda, aqueles que configuram o grupo de risco. Que o Estado forneça os equipamentos necessários para a segurança do profissional, a exemplo de máscaras. “Nós protegemos a população, mas quem protege o militar? Estamos colocando nossos policiais e bombeiros militares em risco. É inadmissível que deixemos nossos praças atuando sem equipamento, já que este vírus é altamente contagioso”, ressaltou o presidente da APRASC, subtenente RR João Carlos Pawlick.
Números da capital
Florianópolis chegou ao seu quinto caso confirmado de infecção pelo Coronavírus. Quatro estão em isolamento domiciliar, enquanto que um está internado em estado grave na UTI do Hospital Baia Sul. Este último foi confirmado ontem pelo hospital ao município. De acordo com uma fonte, muitos casos estão sendo monitorados, sendo que o número já passa de 200 pessoas. “O número de monitorados vai aumentar em muito. Estão encaminhados para isolamento social, mas enfrentaremos uma situação muito difícil”, relatou a fonte. Hoje às 08h, o gabinete de crise se reúne na Prefeitura para discutir as ações. Além disso, há uma preocupação com o recolhimento do lixo, já que os funcionários da Comcap não querem trabalhar. Além deles, há um problema com os cerca de 2 mil servidores da Saúde que não terão o transporte coletivo para levá-los ao trabalho, portanto, o município deve dispor de algum veículo.
Dois positivos em Tubarão