Denúncia pede a destituição do presidente da Celesc; Pedrão pode ir para o PSB; A falha estratégica do PSL de suspender deputados; Dois deputados deixam o bloco dos 11 na Alesc; Vem aí a CPI da Cooptação dos Prefeitos entre outros destaques
Um documento assinado por Mário Jorge Maia, representando a Intercel, foi entregue ontem à Assembleia Legislativa, contendo denúncia contra o presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, de conflito de interesse por ainda ter vínculo com a empresa Engie.
A denúncia sustentada pelos sindicatos dos trabalhadores no setor, aponta que a Engie Brasil Energia, anteriormente Tractebel Energia, maior geradora privada do Brasil, poderia ser beneficiada com a permanência de Martins a frente da Celesc e, pedem a sua imediata destituição do cargo.
De acordo com a Intercel, a nomeação de Martins infringe a lei e torna irregular a sua permanência no cargo. Também é pedida a responsabilização dos envolvidos na nomeação, além da restituição dos valores pagos ao atual presidente.
Um ponto destacado ainda na acusação, é que mesmo que o contrato de trabalho de Martins com a Engie esteja suspenso, isso não cessa o vínculo empregatício e nem o recebimento de direitos no seu retorno, ou seja, está mantida a relação, o que reforça um possível conflito de interesses.
Conversei com Cleicio que acusou os sindicatos de tentar criar um fato que interfira na eleição interna para a diretoria da Celesc. Chamando de provocação, o presidente da estatal se disse tranquilo, mas quando o questionei sobre a data da suspensão de seu contrato com a Engie, Martins respondeu que somente falará sobre a denúncia no foro adequado. “O TCE já deu em 2009 e 2010 a legalidade para outros presidentes”, afirmou.
Estratégia errada?
Conforme divulgado ontem em primeira mão pelo SCemPauta, o PSL catarinense quer suspender os deputados estaduais não alinhados com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL). Ana Caroline Campagnolo, Jessé Lopes, Felipe Estevão e Sargento Lima, são alvos de uma estratégia do partido para tirá-los das comissões das quais participam na Assembleia Legislativa. Acontece que a ideia se baseia no regimento da Câmara dos Deputados, onde o PSL nacional suspendeu os deputados federais Bolsonaristas. Acontece que lá é permitida a aplicação do regimento da bancada elaborado pelos próprios deputados, portanto, aqui no estado a ideia é de aplicar essa mesma medida, baseado na simetria e na analogia de um fato parecido na Câmara.
Impedimento
Duas situações podem impedir que a executiva estadual do PSL tenha êxito, na estratégia de suspender os deputados dissidentes para tirá-los das comissões. Primeiro que no regimento da Assembleia Legislativa não existe essa previsão e, a segunda situação é que os casos omissos no regimento do parlamento catarinense podem ser resolvidos através do regimento da Câmara, porém, mesmo que desejem uma interpretação baseada em Brasília, não será possível aplicar pelo simples fato de que o regimento do PSL aqui no estado, não foi escrito pelos parlamentares, foi pelo partido, o que impede a simetria.
Silêncio no PDT
A suposta troca de agressões entre a deputada estadual Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), e Dalva Dias, esposa do ex-ministro Manoel Dias, segue no mais absoluto silêncio. Apenas Maneca falou comigo ontem, admitiu que houve um problema, mas negou que tenha visto algo. Pessoas ligadas a Paulinha dizem que não houve agressão, mas não deram mais detalhes.
Fim do bloquinho?
O deputado estadual Moacir Sopelsa (MDB) realizou um jantar em sua residência na capital, para o qual convidou os 10 deputados que compõem com ele o chamado “bloco dos 11”, que tem dado apoio ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL) na Assembleia Legislativa. No encontro também estava a líder do governo na Alesc, Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), que acabara de voltar de Brasília e foi direto do aeroporto para o encontro. Acontece que o jantar foi indigesto para o Governo, já que Sopelsa e Valdir Cobalchini (MDB) anunciaram que estão deixando o bloco. A justificativa é que estão em conversas com o líder do MDB na Alesc, Luiz Fernando Vampiro, e que podem voltar a integrar a bancada do partido.
Dissolução do bloco
O chamado “Bloco dos 11” na Assembleia Legislativa tende a se dissolver, já que mais três deputados estudam desembarcar. Eles definem na próxima semana e se realmente decidirem sair, é possível que o próximo jantar promovido pelo governador na Casa D’Agronômica, não chegue a dois dígitos no número de deputados estaduais.
Abalo na relação
Uma fonte ligada ao Governo do Estado me disse que o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), e o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, estão tranquilos em relação ao MDB. Vale lembrar que a bancada emedebista se negou a participar do jantar na Casa D’Agronômica nesta semana, mas, segundo a fonte, para Borba qualquer casamento têm as suas crises que podem ser resolvidas com conversa. Uma situação que não pegou bem, teria sido uma suposta cobrança feita pela líder do Governo, Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), ao líder do MDB, Luiz Fernando Vampiro, dizendo que a atitude de não ir ao jantar não combina com o perfil dele e, chamou de erro estratégico a atitude do MDB.
CPI da cooptação
Corre nos bastidores da Assembleia Legislativa, a informação de que estão sendo colhidas assinaturas para a abertura da CPI da Cooptação dos Prefeitos. Parlamentares querem investigar as denúncias contra o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), de oferecimento de convênios com o Estado em troca de filiação ao PSL.
Pedrão no PSB
O vereador Pedro Silvestre, o Pedrão (Progressistas), após anunciar que se filiará ao Partido Liberal, pode disputar a Prefeitura de Florianópolis pelo PSB. Segundo uma fonte ele estaria descontente com alguns encaminhamentos feitos pelo senador Jorginho Mello, presidente estadual do PL. Acontece que ao mesmo tempo da insatisfação do pré-candidato, os pessebistas apareceram com um novo convite que inclui um considerável recurso para a campanha via fundo eleitoral. A possível reviravolta promete mexer com o cenário na capital. Conforme adiantei na coluna de ontem, o PSB também espera uma resposta de Claudio Vignatti, que foi convidado a presidir o partido em Santa Catarina. Liguei para Pedrão, mas ele não atendeu às ligações para confirmar ou negar as informações.
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