Chabu: Zé Augusto Alves se passou por policial federal em operação no Litoral, Gabinete da Vice-Governadora perde poder para a Casa Civil, Blumenau e Chapecó sem câmeras de segurança, Deputado do PSL critica o secretário da Infraestrutura entre outros destaques
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Segundo o relatório da Polícia Federal no âmbito da Operação Chabu, José Augusto Alves, investigado por ser o suposto operador do esquema de interceptações telefônicas e liberação de informações sobre investigações, usava da amizade com o delegado da PF, Fernando Caieron, para também se apresentar como policial.
De acordo com as investigações, Alves também buscou atrapalhar a Operação Garoupa do Ministério Público de Santa Catarina, realizada em 2015. A operação prendeu cerca de 10 pessoas em Itapema e Balneário Camboriú, entre elas, o então vice-prefeito de Itapema, Giliard Reis (MDB), e o seu pai, José Francisco Reis Filho, conhecido como Dedeca. As investigações realizadas pelo Gaeco visou a apuração de crimes praticados contra a administração pública, entre os quais, concussão, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, prevaricação e associação criminosa envolvendo a construção civil em Itapema.
Após receber informações as quais, de acordo com o relatório, teria partido do policial rodoviário federal, Marcelo Winter – que também é investigado – Zé Augusto repassou as mesmas ao empresário, João Amadeu Russi, que faleceu no ano passado e, que era um dos alvos da Operação Garoupa.
Ao fazer contato antes da ação da polícia, Zé Augusto alertou a Russi em um encontro no Restaurante Madero em Florianópolis, que o seu telefone estava sendo interceptado. Foi apresentado como policial federal e, exigiu do empresário o valor de R$ 30 mil em troca de informações sobre as investigações que estavam sendo realizadas pelo Gaeco. Pelos relatos da conversa, o empresário aceitou pagar R$ 10 mil, mas diante da intensa negociação o valor ficou em R$ 20 mil pela informação.
Em depoimento ao procurar a Polícia Civil, o próprio Russi relatou que foi informado por Zé Augusto que lhe teria adiantado o nome dos demais alvos e até uma data, 30 de novembro, tendo errado por um dia, já que a operação foi realizada no dia seguinte, dia 1º de dezembro. A PC chegou a abrir um procedimento para averiguar a atuação de Augusto, porém, as investigações destacam a força que tinha o operador ao conseguir barrar a apuração contra ele que estava a cargo da Deic.
Também segundo o relatório das investigações, Zé Augusto apresentou a sua filha, Ana Laura, como policial federal, dizendo que ela tinha as informações sobre as investigações. Ele chegou a orientar possíveis investigados a destruir provas por antecipação a exemplo de mensagens via WhatsApp.
Toda essa ação virou alvo de investigação do Gaeco, sendo que Zé Augusto soube que ele e sua filha, Ana Paula Pacheco Alves, estavam sendo investigados nos casos de vazamento da Operação Garoupa. No relatório da PF, consta que dias após a operação, que o policial rodoviário federal, Marcelo Winter, usou o Sistema de Informação da Inteligência para apurar a investigação de vazamento.
Controle ou proteção?
De acordo com a lei, o gabinete da vice-governadora, Daniela Reinehr (PSL), tem o apoio jurídico, técnico e operacional da Secretaria de Estado da Casa Civil. Chama a atenção para o fato de que a partir de agora, todas as contratações de serviços para o gabinete da vice serão feitos pela Casa Civil. A partir de agora, Daniela terá que pedir a Douglas Borba e sua equipe a autorização para qualquer contratação que precisar, que será realizada apenas se ele aprovar. Acontece que a intenção de blindá-la para evitar críticas sobre altos gastos, tira a autonomia ao passo em que Daniela estará sob o controle de Borba.
Questionamentos
A decisão de repassar a tutela do gabinete da vice-governadora, Daniela Reinehr (PSL), para a Secretaria de Estado da Casa Civil gerou rumores sobre o verdadeiro motivo. Uma fonte governista relatou que se houve qualquer acordo foi a portas fechadas, pois, a impressão é de que Daniela está perdendo o pouco poder que tem, ou que estaria gastando demais.
Sem câmeras
A Secretaria de Estado da Segurança Pública precisa ter pressa para renovar o contrato das câmeras de monitoramento das ruas em Chapecó e Blumenau. Acontece que hoje vence o contrato e não se sabe como estão as conversas sobre uma possível prorrogação, até que se realize um novo processo licitatório, ou se as cidades perderão uma ferramenta de extrema importância para a segurança pública. Os demais municípios já renovaram os seus convênios.
Lima critica
Liguei para o deputado estadual, Sargento Lima (PSL), para questioná-lo a respeito da Serra Dona Francisca que é uma grande preocupação devido a escalada de violência no trânsito. Lima respondeu que já fez pedidos de informação, indicações e que manifestou em tribuna na Assembleia Legislativa, que são os canais legais de comunicação com o governo. “Não tenho preferência a atendimento por ser do mesmo partido que o governo e, nem creio que ser atendido de forma preferencial é justo com os demais parlamentares. Porém, a Serra vem matando e ferindo, causando dor e prejuízos. Conheço o local e classifico como área de risco permanente”, disse.
Secretaria não dá importância
Também de acordo com o deputado estadual, Sargento Lima (PSL), a resposta dada a ele pela Secretaria de Estado da Infraestrutura, não está à altura da importância dos fatos, por não conter datas ou custos. “Poucos carácteres em duas linhas, um desrespeito ao catarinense e para comigo também, pois não responderia de forma tão sucinta e já provei que sou parceiro do governo. Enfim, acredito que o secretário não se deu conta de quem foi que o colocou lá. Eu fui eleito e não indicado, a diferença é grande de fácil entendimento. Sou constantemente cobrado pela população pela recuperação da Serra e o secretário não. Talvez se enviar as três linhas de resposta ao meu pedido de informação às viúvas das vítimas, a coisa tome um rumo diferente”, respondeu Lima, criticando o secretário Carlos Hassler.
Desqualificação
Após decisão da justiça que convalidou a rescisão do contrato entre a Prefeitura de Florianópolis e a empresa que explorava a Zona Azul na cidade, segundo uma fonte, agora há um trabalho de forças que estariam tentando desqualificar o magistrado. O juiz Luis Francisco Delpizzo Miranda, negou tutela antecipada à empresa Dom Parking, que pretendia impedir o rompimento unilateral do contrato com o município. A estratégia de acordo com a fonte, é que ao desqualificar o magistrado, a empresa consiga ter mais força em futuras decisões.
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