O setor empresarial está preocupado com o resultado da eleição ao Governo do Estado. Lideranças tem se reunido em cafés e almoços para discutir o cenário do segundo turno e tentar fazer uma leitura clara, do que estão prometendo os candidatos Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL).
A principal preocupação é com a forma que cada um pensa em lidar com os principais desafios do Estado. “Não podemos ter uma administração amadora, com ações inexperientes”, afirmou um grande empresário que pediu para não se identificar. A preocupação relatada por ele, é com a falta de uma solução realmente eficaz para o pagamento das dívidas, o que deixaria o Estado em dificuldade para investir na melhoria da infraestrutura, prejudicando os empreendimentos, além da incapacidade de dar mais segurança, saúde e educação para a população.
Outra preocupação é com uma possível necessidade de aumento de impostos, que poderá ser causado por uma nova queda na arrecadação e, pela necessidade de se pagar os passivos. Neste caso, as empresas catarinenses temem perder a competitividade com concorrentes de outros estados, podendo levar até mesmo alguns empresários a reverem os seus negócios em Santa Catarina.
Em colunas anteriores, eu abordei a situação das dívidas que o próximo governador assumirá. São cerca de R$ 19,9 bilhões com a União e bancos públicos. Somente de precatórios mais R$ 2,3 bilhões, além dos R$ 11,8 bilhões dos chamados riscos fiscais, que são oriundos de ações na justiça, a exemplo da BR-101 com a Engepasa, que só aguarda uma assinatura do ministro do STJ, Hermann Benjamin, para ser executada.
Além disso, é preciso somar a dívida das debêntures da Santa Catarina Participação e Investimentos S.A (Invesc), que já chega aos R$ 6, 2 bilhões, e as Letra do Tesouro deixadas pelo ex-governador Paulo Afonso, que somam R$ 2,7 bilhões. Portanto, os desafios são grandes e exigirão respostas contundentes, não havendo espaço para erros.
Outra questão que é importante entender. O próximo presidente da República assumirá um país com graves dificuldades de caixa e, com grandes desafios que são as reformas que o país precisa para a sua recuperação fiscal. Isso quer dizer, que ao menos num primeiro momento, não será possível recorrer a Brasília. O desafio terá que ser resolvido por uma gestão responsável, com conhecimento de causa, ousada e que não se importará com possíveis desgastes públicos ao realizar as medidas necessárias, incluindo mexer mais um pouco na previdência, para sanar a situação do Estado.
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Acordo
Ontem recebi uma ligação de uma fonte da capital, afirmando que a informação divulgada nesta coluna, de que haveria um acordo entre o MDB e o PSL, se confirma. O teor seria a troca de apoio no segundo turno da eleição ao Governo do Estado, pela eleição à Presidência da Assembleia Legislativa. Em suma, os emedebistas apoiam o Comandante Moisés (PSL) na disputa estadual, mas, em contrapartida os pesselistas votarão em um deputado do MDB para comandar o parlamento, que a princípio, deve ser Valdir Cobalchini.
Candidatos
Ontem o candidato a governador, Gelson Merisio (PSD), participou de um almoço em Chapecó, com lideranças políticas e empresariais. Para um salão do Clube Industrial lotado, Merisio discursou apresentando mais uma vez as suas propostas para o comando do Estado. Por sua vez, o candidato, Comandante Moisés (PSL), não divulgou a agenda. A tarde, ele participou de uma live com internautas, quando destacou as suas propostas para a segurança.
Inexperiência
Esses dias o vereador de Blumenau, Ricardo Alba (PSL), chegou acompanhado de um grupo de pessoas na presidência da Assembleia Legislativa. Eram futuros assessores de Alba, que perguntou como seriam instalados. Constrangidos, servidores informaram ao futuro deputado, que para presidir o parlamento precisa vencer uma eleição interna entre os 40 deputados. Como o mais votado, Alba pensou que era o que bastava para comandar a Alesc. Outra pérola foi a da também estreante Ana Caroline Campagnolo (PSL), que já queria se instalar em um dos gabinetes de parlamentares que não se reelegeram. Ela tinha até a preferência pelos andares mais altos. Ouviu que terá que esperar.
Atenção