Governo erra ao não investir nos Hospitais; Mais uma capítulo da guerra entre o governador e sua vice; Governo não segue o protocolo definido para o enfrentamento de pandemias entre outros destaques
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Destaque do dia
Ontem o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) anunciou o cancelamento do edital para a instalação do Hospital de Campanha em Itajaí. Agora o processo será por pregão e, para a contratação de 10 hospitais de campanha num total de mil leitos.
O Governo insiste no erro e, pelo que relatou uma fonte próxima a Casa D’Agronômica, o processo que culminou com a contratação do Hospital Mahatma Gandhi para instalar o Hospital de Campanha de Itajaí, não foi realizado pela Saúde, pelo fato de que o secretário, Helton Zeferino, é contra a estratégia. “Ele (Elton) desde o início queria aplicar o protocolo concluído no governo de Raimundo Colombo (PSD)”, disse a fonte. A liderança foi além, ao afirmar que a Casa Civil, a Defesa Civil e o governador, bateram o pé para montar o Hospital de Campanha, por terem a certeza que mais lá na frente o estado precisará de mais leitos.
O relato da fonte só reforça as informações de que o Governo está perdido em suas ações. Santa Catarina têm hospitais em todas as regiões e, é nessa rede onde se precisa investir, transformando leitos normais em UTIs. Se for realizado esse investimento em estruturas já existentes, teremos uma grande economia, além de ter um local à disposição das pessoas com Coronavírus, com uma possibilidade muito maior de resolutividade.
Em uma segunda etapa, o Governo pensa em possibilidades para os atendimentos de média e pequena complexidade, seguindo a linha dos demais Estados que priorizaram a alta complexidade, deixando o atendimento aos casos mais graves para os hospitais que já tem uma estrutura preparada.
Portanto, além de criar condições mais eficazes de enfrentamento a pandemia, o Governo estaria equipando as unidades hospitalares existentes, além de inaugurar as alas de hospitais que ainda de forma, inexplicável, estão fechadas, pelo simples fato de que não houve a liberação.
A verdade é que seguir com a contratação de empresa para instalação de hospitais de campanha, antes mesmo de investir nos hospitais, é um erro fruto da falta de planejamento, ou será que vivemos no Governo do Estado o mesmo que aconteceu em Brasília, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não ouvia o agora ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Pregão
Esse pregão que o Governo do Estado vai realizar para os hospitais de campanha, deve ser acompanhado por representantes do Ministério Público, Tribunal de Contas, Controladoria Geral do Estado e OAB. Localmente, inclusive.
É preciso reconhecer
Elogiável a atitude do governador Carlos Moisés da Silva (PSL), de cancelar o edital de contratação para a instalação do Hospital de Campanha em Itajaí. Um homem público deve saber quando algo não está certo e, havia muita coisa estranha no processo que deu o contrato para o Hospital Espírita Mahatma Gandhi, situação constatada pelo próprio Tribunal de Contas. Se foi pela pressão, ou por constatação, nesse momento não importa. Moisés acertou, reconheçamos, apesar que isso não exime o seu Governo de prestar mais esclarecimentos a respeito da malfadada situação.
Guerra franca
Ontem após ter conhecimento da decisão do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), de cancelar o processo de contratação do Hospital Mahatma Gandhi, a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), voltou a se manifestar. Em postagem em uma rede social, ela escreveu que quando se tem indícios suficientes de que algo começa errado, a probabilidade de um final desastroso é grande o bastante para ligar o sinal de alerta e recuar. Daniela diz ainda que em oficio enviado a Moisés, pediu o cancelamento em defesa dos catarinenses e, foi além: “A emergência, as leis e normas previstas para licitação neste momento de crise, não podem levar a ações de forma equivocada”, escreveu, em clara crítica ao processo. Daniela ainda pede que os procedimentos sejam feitos com lisura, e deixou um recado final: “Vale lembrar que nos trouxeram até aqui, com esta proposta e não podemos fugir dela. Temos que dar o exemplo”, alertou.
Mal-estar
Ninguém mais esconde que é grande o mal-estar entre o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), e a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido). A expectativa de assessores de ambos os lados, é quanto ao próximo encontro dos dois, na reunião do conselho. O clima azedou de vez, desde que Daniela se colocou numa posição de crítica e, Moisés não escondeu a sua insatisfação pedindo responsabilidade para a sua vice. O fato é que não há nada de novo, a relação entre eles nunca foi boa, já que para o grupo do governador, Daniela não agrega e está deslumbrada com o poder.
Protocolo
Vazou um áudio em que o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), chama a atenção para um protocolo concluído em seu governo no ano de 2017 e, que inclusive, foi premiado pela ONU. Colombo relata que a última coisa que se faz é hospital de campanha e, que a prioridade é transformar as redes pública e privada, fazendo com que leitos comuns se tornem UTIs. Ele destacou a situação de Florianópolis, onde pode transferir os pacientes não graves para hospitais comuns, além da absurda situação de Lages, onde equipamentos como 20 respiradores, tomografia e ressonâncias, estão encaixotados e sem uso. Colombo também mencionou os hospitais de Itajaí e Chapecó. Ainda de acordo com o ex-governador, o protocolo determina que o Estado transforme um hotel em hospital de emergência, para pacientes com menor risco.
Comentários internos
A visão interna entre integrantes do Governo do Estado, é que o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, ainda não explicou as relações pessoais com advogados do Hospital Mahatma Gandhi. O fato é que a situação em Biguaçu serviu para aumentar as críticas de quem contesta internamente a atuação de Borba, como no caso de um secretário, que chegou a dizer: “Um secretário que não consegue articular projeto de lei na ALESC, votação da bancada, montar base, ir lá se envolver com pandemia”.
Cobalchini critica
Hoje o Governo do Estado pode contar em uma mão o número de deputados estaduais que estão em sua base de apoio. Valdir Cobalchini (MDB), que chegou a ser cotado para liderar o Governo na Assembleia Legislativa, perdeu a paciência devido a falta de uma resposta mais eficaz ao Coronavírus. O parlamentar reclamou que o Estado demora e, que mesmo tendo sido decretado o isolamento há um bom tempo, não foram tomadas as providenciais necessárias. “Por qual motivo ainda não tomou, não definiu a questão dos hospitais? É uma incompetência a falta de planejamento”, afirmou.
Eskudlark contesta
Líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa até o final do ano passado, o deputado estadual, Maurício Eskudlark (PL), critica a medida de isolamento social estabelecida pelo governador, Carlos Moisés da Silva (PSL). Eskudlark compartilhou através do WhatsApp, uma arte mostrando que o município de São Carlos, no Oeste, até o momento não teve caso de Coronavírus, mas já sofreu cerca de 200 demissões. Para Eskudlark o governador precisa liberar as cidades que ainda não tiveram infectados.
Na mesma linha
A deputada Marlene Fengler (PSD) encaminhou ofícios ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL), e ao secretário da Saúde, Helton Zeferino, solicitando informações relacionadas às ações de enfrentamento à pandemia. A parlamentar pede a adoção de medidas administrativas visando tratamento diferenciado com relação a aplicação do decreto que estabeleceu a quarentena no estado, e da portaria que trata da emergência em saúde pública, em municípios que não tenham registrado casos da doença.
Loureiro compara
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), tuitou que a mortalidade no Brasil por conta do Coronavírus está em 6%. Em Santa Catarina chegou a 3%, enquanto que em Florianópolis, 1,1%.
Pequenas e médias empresas
A Câmara dos Deputados mudou a data para próxima quarta-feira (22), da votação do projeto de lei que foi aprovado por unanimidade no Senado, de autoria de Jorginho Mello (PL), que beneficia os micros e pequenos empresários com a liberação de crédito a juros reduzido e sem burocracia. O presidente da Fampesc, Alcides Andrade, criticou a atitude de Rodrigo Maia (DEM), de ter retirado a matéria da pauta.
Tim cobertura 100%
A TIM se tonou a única operadora com cobertura 4G em 100% dos municípios de Santa Catarina. A companhia manteve o foco na entrega de seu plano de expansão e acaba de completar a cobertura de todos os 295 municípios catarinenses com a tecnologia de quarta geração, com a implementação da rede na cidade de Monte Castelo. “Isso reforça nosso compromisso, especialmente nesse momento pelo qual o País atravessa, garantindo a expansão da rede e a conectividade entre as pessoas. Somente no ano passado, o tráfego de dados na rede 4G da operadora ultrapassou 85%, alta de nove pontos percentuais em relação a 2018”, comenta Leonardo Capdeville, CTIO da TIM Brasil.
Saída de Mandetta
A demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é uma perda para o Brasil. Foi demitido por defender a ciência, por adotar um procedimento que a imensa maioria dos países defendem. Quem fez a melhor definição, foi Gerson Camarotti da GloboNews, ao afirmar que Mandetta caiu por evidenciar que o rei estava nu. Aliás, o conto dinamarquês em tão poucos casos como agora, foi tão apropriado para a história política do país. Bolsonaro tem o mérito de ter formado uma equipe de ministros extremamente técnica, salvo alguns casos, como na Educação e nas Relações Exteriores, mas não consegue lidar com o sucesso de seus ministros. Foi assim com Sérgio Moro também, que só não caiu devido a musculatura que tem junto a população..
Continuidade
A deputada federal, Carmen Zanotto (Cidadania), relatora da Comissão Externa do Coronavírus, disse esperar que o novo ministro da Saúde dê continuidade às ações até agora postas em prática pelo Ministério, no enfrentamento da pandemia do coronavírus.
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