Derrotas na Alesc mostram o enfraquecimento da base de Moisés; Apenas 11 deputados foram ao jantar na Agronômica; Deputado emedebista defende Maldaner de críticas; João Rodrigues de volta ao jogo; Possível candidatura de Rodrigo Coelho é observada de perto em Joinville entre outros destaques
O dia de ontem mostrou ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL) que a relação harmoniosa com a maioria dos deputados, já não existe mais, portanto, ou muda o seu modo de agir, ou o ano será de derrotas na Assembleia Legislativa.
A tarde passou em votação unânime o pedido do deputado Ivan Naatz (PL), de convocação do secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, para que explique o aumento concedido aos procuradores do Estado, situação que chegou a gerar um pedido de impeachment do próprio Tasca, além de Moisés e da vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido).
O que surpreendeu a todos é que não houve qualquer articulação para barrar, nem de parte da líder do governo na Alesc, Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), que nem estava no plenário no momento da votação, como qualquer manifestação contrária dos deputados considerados por Moisés de sua base. O deputado Mauro De Nadal (MDB) que conduzia a sessão naquele momento, chegou a explicar o que estava sendo votado, mesmo assim, derrota de Moisés por unanimidade.
Depois foi a vez do deputado Laércio Schuster (PSB), que conseguiu aprovar um requerimento em que pede ao Tribunal de Contas que realize uma auditoria, com o objetivo de investigar se o Governo tem feito os devidos repasses aos hospitais filantrópicos. Mais uma vez a aprovação foi unânime, o que mostra a total desarticulação da dita base de Moisés, pois, mesmo quando Paulinha esteve presente em plenário, vetos do Executivo foram derrubados, inclusive com voto dela.
Quando parecia que todas as derrotas já haviam sido impostas ao Governo, veio a decisão da bancada do MDB de não comparecer ao jantar promovido pelo governador na Casa D’Agronômica. Dos nove parlamentares do partido, os sete que estão alinhados como bancada se recusaram a ir, tendo comparecido apenas Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa, sendo que ambos estão alinhados com o chamado bloquinho dos 11, ou seja, na prática nem podem ser considerados da bancada emedebista.
O fato é que para quem já conseguiu atrair cerca de 25 deputados para os seus jantares, no de ontem foram apenas 11 parlamentares, revelando a desidratação de uma base a qual nunca teve a solidez pregada pelo Governo.
Os emedebistas não foram devido a uma insatisfação que já vinha crescendo há alguns meses. Atrasos nos pagamentos das emendas impositivas, além do não atendimento de algumas pautas, irritaram sobremaneira os deputados do MDB que se sentiram desprestigiados, após o apoio concedido a Moisés durante todo o ano passado.
Outro deputado que também teve uma aproximação com o Governo, me disse que não foi ao jantar por entender que não há uma relação genuína entre Moisés e os parlamentares. Acusou o governador de ter não humildade e de não fazer a sua parte. Uma surpresa que também chamou a atenção, foi que o ex-líder, Maurício Eskudlark (PL), não compareceu ao encontro.
O fato é que em off, deputados entendem que não dá para se abraçar ao Governo do jeito que está, tanto, que todos buscarão evitar possíveis desgastes, ainda mais em ano eleitoral.
Jantar sem novidade
O cardápio principal do jantar de ontem à noite na Casa D’Agronômica, foi a Reforma da Previdência. Fora isso, não teve novidade na conversa entre o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e os deputados que estiveram presente. Sem citar a ausência da bancada emedebista, Moisés disse que é preciso aglutinar para que o trabalho do Governo tenha êxito na Assembleia Legislativa. Porém, a fala final deixou claro que o governador acusou o golpe, ao dizer que não considera importante dizer quem é governo ou não.
Preocupação com a reforma
Alguns deputados presentes ao jantar de ontem com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL), revelaram a preocupação com a previsão de economia com a Reforma da Previdência. Acontece que o déficit passa dos R$ 4 bilhões e cresce vegetativamente, porém, a proposta do Governo em tramitação na Assembleia Legislativa prevê uma economia pífia, de R$ 900 milhões, ou seja, em pouco tempo o assunto voltará à pauta do parlamento.
Participantes
Segundo uma fonte que participou do jantar na Casa D’Agronômica, estiveram presente ao encontro, os deputados Moacir Sopelsa e Valdir Cobalchini do MDB, Altair Silva e Zé Milton Scheffer do Progressistas, Ana Paula da Silva e Rodrigo Minotto do PDT, Sérgio Motta (Republicanos), Nilso Berlanda (PL), Anna Carolina Martins (PSDB), coronel Onir Mocellin (PSL) e Jair Miotto (PSC).
De volta ao jogo
A decisão monocrática de ontem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que devolve os direitos políticos ao ex-deputado federal, João Rodrigues (PSD), tira o pleito de Chapecó do compasso de espera. Todas as lideranças esperavam por uma decisão, já que o cenário com Rodrigues é bem diferente do que seria sem ele. Desde ontem à noite, os pessedistas passaram a contar com a aproximação de mais alguns partidos, para a formação da aliança visando a disputa eleitoral. Definitivamente, Rodrigues é pré-candidato a prefeito, situação que deve intensificar as movimentações na capital do Oeste.
De olho em Coelho
É interessante notar que em Joinville alguns partidos seguem à espera do que decidirá o deputado federal, Rodrigo Coelho (PSB), a respeito da eleição municipal. Ele é tido como um nome forte, capaz de mexer com o cenário se der o seu sim para a disputa eleitoral. Coelho segue trabalhando e aguarda a decisão judicial que poderá liberá-lo para mudar de partido, tanto, que se conseguir, deve se filiar ao PL. Outro nome que tem aparecido bem nas pesquisas, é o do também deputado Darci de Mattos (PSD), que dará a última palavra sobre o projeto pessedista no Norte.
Pelotão de sabotagem
O deputado federal Carlos Chiodini (MDB) partiu em defesa do deputado Celso Maldaner, que preside o MDB em Santa Catarina. Ontem divulguei que algumas lideranças do partido tem questionado o que chamaram de passividade do comando emedebista. Para Chiodini, os que reclamam não passam de um pelotão de sabotagem, além disso, disse que Maldaner tem sido um grande motivador e acredita que o partido fará uma boa eleição municipal neste ano. “Esses comentários surgem para enfraquecer o próprio partido”, destacou,
Maldaner se manifesta
O presidente estadual do MDB, deputado federal Celso Maldaner, me disse ontem que a prioridade do partido é a eleição deste ano para os municípios e, que não existe projeto de poder. “Podem me cobrar, faremos mais de 100 prefeituras na eleição deste ano”, afirmou Maldaner. Segundo ele, 2022 somente entrará na pauta após o pleito deste ano.
Resposta da Aprasc
Vence hoje o prazo dado pelo secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, para que a Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc), responda se aceita, ou não a proposta do Governo do Estado. Enquanto os policiais e bombeiros militares pedem 22,5% de reposição salarial, por outro lado, o Governo parou nos 17,5% e não aceita avançar. O resultado da consulta feita pela Aprasc junto a seus associados já é possível saber, ou seja, por causa de 5% o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) enfrentará uma crise sem precedentes na segurança pública do estado, sem contar que o movimento deve servir de incentivo também aos professores, esses sim, prestes a entrar em greve.
MDB em São José
Os emedebistas em São José na Grande Florianópolis tem, além do vereador Clonny Capistrano como pré-candidato a prefeito, mais dois nomes, entre os quais se inclui o presidente da Câmara de Vereadores, Michel Schlemper. Amanhã eu trago mais detalhes.
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