O almoço entre Moisés e Maldaner; A resposta do emedebista sobre a liderança na Alesc; Mais detalhes da denúncia no caso Hypermarcas; Bauer citou LHS em depoimento;As movimentações em Joinville; PSDB não sabe se irá com Gean entre outros destaques
Mais uma vez em período pré-eleitoral, o ex-senador Paulo Bauer (PSDB) enfrenta as investigações em torno do caso Hypermarcas. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido R$ 11,8 milhões das empresas Hypermarcas S.A e de sua subsidiária Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S/A.
Bauer soube da denúncia do MPF quando o procurei para dar o seu direito a apresentar uma versão. O sentimento que tive é que o ex-senador foi pego de surpresa, pois não acreditava mais no andamento das investigações dado o pedido da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, de que a delação do ex-diretor da empresa, Nelson José de Mello, fosse anulada por conter mentiras e omissões. Mas as provas apresentadas por ele foram mantidas pela justiça.
O Ministério Público Federal destaca que a empresa através dos demais denunciados, teria supostamente oferecido a Bauer e ao seu então assessor, Marcos Moser, vantagens indevidas para que atuassem ativamente em assuntos relacionados a questões fiscais da indústria farmacêutica, com destaque para a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição nº 115/2011, a qual interessava à Hypermarcas, caso que seria tratado internamente como “Projeto Criciúma”.
“Ficou demonstrado que todos estes contratos são ideologicamente falsos, servindo apenas para dar cobertura formal aos citados pagamentos feitos ao longo de 2013, 2014 e 2015, sem que tenha ocorrido contraprestação de serviços para as empresas contratantes em favor do então senador Paulo Bauer, que atuava no Senado para beneficiar o grupo Hypermarcas”, diz a denúncia.
Na delação, Mello afirmou que à época foi considerado importante se aproximar de Bauer, que era um parlamentar de destaque do PSDB e que participava ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e a indústria farmacêutica. O fato de Bauer ser à época candidato ao Governo do Estado também foi citado.
Nos documentos entregues por Nelson Mello à justiça, consta um documento contendo anotações referentes aos anos de 2011 a 2015, mencionando a PEC nº 1158, um registro descrito como “pré-candidatura”, e anotações citando os nomes das empresas citadas na denúncia. “Ademais, Nelson Mello apresentou um documento contendo uma linha do tempo, referente aos anos de 2011 a 2015, correlacionando a tramitação da PEC 115 com os contratos e pagamentos feitos às pessoas jurídicas em 2013, 2014 e 2015”, diz a denúncia.
Citou LHS
Em seu interrogatório à Polícia Federal, o ex-senador Paulo Bauer relatou que após a aprovação da PEC nº 115/2011 pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que o então senador Luiz Henrique da Silveira pediu que ele prestasse algumas informações a respeito do projeto a João Alves de Queiroz Filho, então diretor do Grupo Hypermarcas. O contato segundo Bauer, teria sido feito por intermédio de um empresário chamado Alexandre Fernandes, o qual de acordo com o ex-senador, fora o responsável pelo agendamento de uma reunião na residência de Queiroz Filho. O encontro aconteceu em São Paulo e Bauer admitiu que Nelson Mello estava junto.
Icatu se manifesta
Liguei para algumas das empresas citadas no caso Hypermarcas, mas não consegui contato. O sócio da Icatu, Londry Turra, disse que é um assunto que envolve a antiga direção da empresa e que já foi totalmente esclarecido junto a Polícia Federal, tanto, que não há qualquer envolvimento ou denúncia contra os atuais diretores. “Essa situação aconteceu dois anos antes de comprarmos a empresa. Fomos surpreendidos por essa situação que nos constrange, mas estamos tranquilos, pois não temos nenhuma ligação com a situação”, disse Turra. A fala do empresário é corroborada pela investigação, que aponta como o dono da empresa durante o período em que supostamente teriam ocorrido os fatos investigados, o empresário Nereu Martinelli, que é um dos denunciados.
Almoço indigesto
O almoço em Brasília entre o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e o presidente estadual do MDB, deputado federal Celso Maldaner, aconteceu ontem no restaurante Rubaiyat, aliás, o local é o favorito de Moisés. Segundo um assessor, a conversa foi boa e durou cerca de duas horas. Conforme antecipado pelo SCemPauta, Moisés pediu a autorização do MDB para ter o deputado Valdir Cobalchini como o seu novo líder na Assembleia Legislativa, mas, a resposta que recebeu foi indigesta. Maldaner explicou que a executiva do partido não aceitou que Luiz Fernando Vampiro fosse o líder, sendo assim, se criaria uma situação muito ruim de acordo com Maldaner, permitir a Cobalchini que aceite o desafio.
Pediu para segurar
O deputado federal Celso Maldaner (MDB) pediu ao governador Carlos Moisés da Silva (PSL), que segure um pouco, mas, complementou a fala sugerindo que Moisés tenha um líder de outro partido. Esse “segurar um pouco” foi uma forma educada que Maldaner usou para dizer não ao governador. “Você prefere ter os 9 votos da bancada, ou apenas 2 votos?”, questionou o líder emedebista. A pergunta tem sentido, pois, a bancada não aceitara que Cobalchini assuma a liderança, situação que poderia afastá-la do governador. Neste caso, do MDB somente teria os votos do próprio Cobalchini e de Moacir Sopelsa. Também de acordo com um assessor que participou da conversa, Maldaner garantiu que a bancada emedebista na Alesc votará com o governo, as pautas em que considerar que são boas para o Estado, mas que liderar no parlamento significa entrar no governo, situação que é rechaçada pelo MDB já de olho em 2022, quando terá o seu candidato.
Paulinha ganha força
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) deve conversar com o deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB) ainda hoje, porém, será apenas para comunicar os detalhes da conversa com o deputado federal Celso Maldaner (MDB). Como ninguém mais quer, vai sobrar para a deputada Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), que será a tábua de salvação para evitar um fato inédito, que seria o governo não ter um líder no parlamento.
Prefeitos no PSL
Lideranças do PSL de Santa Catarina se organizam para um evento de filiação de lideranças estaduais. O governador Carlos Moisés da Silva acredita que 25 prefeitos assinarão ficha em seu partido, enquanto que algumas lideranças acham que o número será menor. “O evento marca o início do PSL do governador”, afirmou uma liderança pesselista.
Hildebrandt ainda pensa
O prefeito de Blumenau Mário Hildebrandt (sem partido), ainda não tomou a decisão sobre a sua filiação, mas tudo se encaminha ao Podemos. A decisão será tomada ainda em fevereiro, enquanto isso, Hildebrandt segue com as conversas e diz contar com o apoio do ex-prefeito, Napoleão Bernardes (PSD). Enquanto isso, ele acompanha de perto a conclusão do projeto complementar do Centro de Eventos de Blumenau. O município cederá o local enquanto que o Governo do Estado deve liberar R$ 28 milhões para a obra.
Movimentações em Joinville
Conforme anunciado ontem em primeira mão pelo SCemPauta, o vice-prefeito de Joinville Nelson Coelho confirmou que se filiará ao Patriotas, numa articulação que inclusive, teve o apoio de pesselistas desalinhados com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL). Tentando segurar o seu vice, o prefeito Udo Döhler (MDB) o trata como o seu plano B, só que é praticamente certa uma candidatura de Fernando Krelling (MDB), portanto, seria apenas ilusão. Udo também segue prometendo a Moisés o que dificilmente conseguirá cumprir, que seria um apoio ao pesselista em 2022, caso Moisés aponte um vice para Krelling, visando a união das forças da Prefeitura com o Governo. Talvez isso explique o descaso do governador com o secretário de Estado da Articulação Internacional, Derian Campos, que seria considerado por integrantes do governo, como pesado para carregar, muito embora, seja legitima a sua intenção de disputar.
Adversários
Os deputados bolsonaristas Sargento Lima e Coronel Armando são adversários de cruz na testa do governador Carlos Moisés da Silva (PSL). Ainda forçados a ficar no PSL até que nasça a Aliança pelo Brasil, seguem com dificuldade de apoiar alguém para a Prefeitura de Joinville. De certo é que onde Moisés estiver, eles não estarão e, quem pode lucrar com isso é o atual vice-prefeito Nelson Coelho, que estando no Patriotas, terá a simpatia de Armando e Lima, muito embora, outro bolsonarista, o empresário Ivandro de Souza (Podemos) também possa atrai-los ao seu projeto. Vale dizer que no caso do Coronel Armando, o seu nome preferido é o do ex-vice-prefeito, Júlio Fialkoski, que a princípio não disputará.
Fim da TPA
Após a admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, o projeto do deputado estadual, Ivan Naatz (PL), que proíbe a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) em Santa Catarina foi aprovada ontem por unanimidade na Comissão de Finanças e Tributação, que é presidida por Marcos Vieira (PSDB). Agora a matéria vai para a Comissão de Meio Ambiente, que é presidida pelo próprio Naatz.
Com ou sem Gean
PSDB ainda não definiu se realmente estará com o prefeito Gean Loureiro (DEM) na eleição à Prefeitura de Florianópolis. Lideranças tucanas dizem que estão sendo estudadas outras possibilidades, inclusive, uma candidatura do deputado estadual Marcos Vieira. “A direção nacional e estadual querem uma candidatura própria”, disse um tucano.
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