De acordo com o blog da Bela Megale do jornal o Globo, documentos da Polícia Federal indicam que o computador do delegado, Márcio Anselmo, que atuou na Lava Jato em Curitiba, teria sido um dos alvos da invasão de hackers.

O caso está sendo investigado no mesmo inquérito que deu origem à operação Chabu, que apura um suposto vazamento de informações sigilosas de investigações contra políticos.

Em um relatório da Polícia Federal constam capturas de tela, que segundo a investigação, parecem ser do computador de Anselmo e que estariam em arquivos do ex-secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, André Luis Mendes, atual corregedor da Polícia Civil. Vale lembrar que Mendes quando atuava no gabinete do então deputado estadual, Leonel Pavan (PSDB), foi alvo de busca e apreensão na Operação Eclipse.

Um trecho da investigação da PF diz: “Foi possível identificar nos arquivos do Del. PCSC, sr. ANDRE LUIS MENDES DA SILVEIRA ‘screenshots’ (capturas de tela) ao que indica do Del. MARCIO ANSELMO responsável pela Lava Jato”.

Duas imagens que supostamente teriam sido capturadas de acessos feitos por Márcio Anselmo, sendo que um é de 08 de março de 2014, da página de sua página do Facebook e, a outra em 11 de março do mesmo ano, com abas de seu e-mail no Gmail, de um acesso ao e-Proc, que é o sistema de consultas processuais do Paraná, além de telefones e ramais da Polícia Federal. Uma quarta aba aparece um hotel sediado no mesmo endereço da empresa de fachada do doleiro, Alberto Youssef.

Mesmo assim, o documento da polícia salienta que ainda não foi possível verificar como foram produzidos tais “screenshots” (capturas de tela). “As diligências continuam em andamento”, diz o documento.

Quem é Anselmo?

O delegado da Polícia Federal, Márcio Anselmo, é o responsável pela abertura do sigilo das planilhas de políticos que teriam supostamente recebido propinas da Odebrecht. O documento foi encontrado em uma ação de busca e apreensão na sede da construtora.

Contraponto

Conversei com André Luiz Mendes que disse desconhecer tais imagens. Segundo ele, a única vez  que teve informação sobre essa suposta investigação, ligou para o delegado da Polícia Federal, Eduardo Mauat, que atualmente é o coordenador-geral de Articulação Institucional do Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro. “Alguém mostrou algo da Lava Jato, liguei para ele que não mostrou preocupação com a situação e disse que o documento já era público”, explicou Silveira.

Quanto a conhecer o suspeito de ser o operador do suposto esquema de vazamento de informações em Santa Catarina, José Augusto Alves, André Luiz me disse que o conhecia. “Ele transitava na Assembleia e como eu trabalhava lá, o via”, respondeu.