Operação Chabu: Denúncias partiram de assessores de Gelson Merisio
Denúncias de vazamento de informação privilegiada de investigações da Polícia Federal em Santa Catarina, foram feitas por dois ex-assessores do hoje ex-deputado estadual, Gelson Merisio.
Tudo teria começado quando, José Augusto Alves, o “Zé Mentira”, procurou o então gabinete de Merisio, oferecendo informações sigilosas relacionadas a operações policiais que estavam em andamento. Ele se apresentou como representante de uma empresa de tecnologia voltada a serviços de inteligência chamada Suntech, que inclusive, de acordo com Augusto, teria um bom trânsito dentro da Assembleia Legislativa mantendo um bom relacionamento com vários deputados.
Na oferta apresentada, estariam equipamentos para a realização de interceptações telefônicas, listas com alvos de operações policiais ainda não deflagradas, incluindo a 26ª fase da Operação Lava-Jato e a Operação Patrola. Ele teria sido recebido pelos então assessores, Carlos Alexandre Melo, ex-policial militar e homem de confiança de Merisio, e pelo policial federal aposentado, Diógenes Duarte Barros de Medeiros, que chegaram a ir a Brasília. Ambos afirmam que as informações teriam sido destruídas e que Merisio não teria tido contato com elas.
Ida a Brasília
No dia 12 de julho de 2017, a delegada da Polícia Federal, Erika Mialik Marena, recebeu um pedido de seu ex-colega, Diógenes Duarte Barros de Medeiros, para uma audiência.
A própria Érika relatou a investigadores que Medeiros tentou conseguir informações sobre uma operação policial em andamento. “O objetivo de sua visita era nos relatar que no dia anterior, o delegado da Polícia Civil André Luis Mendes Da Silveira, ex-secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, teria procurado o atual presidente da Alesc, deputado Silvio Dreveck, e notificado ao mesmo que tomou conhecimento de que haveria uma investigação na Polícia Federal envolvendo a empresa Ondrepsb, e que tal investigação estaria sob os cuidados da signatária e que, além disso, já teria alcançado o ex-deputado Júlio Garcia, pessoa de grande poder e influência no Estado”, relatou a delegada.
Ainda durante a conversa, Duarte teria dito que a sua ida à capital federal, foi a mando do então presidente da Assembleia Legislativa, Silvio Dreveck (Progressistas) e, que se fosse verdadeira a informação sobre supostas irregularidades envolvendo terceirizados da empresa Ondrepsb, que inclusive, viria a ser alvo na Operação Alcatraz, que todos os contratos seriam cancelados.
Segundo a versão de Diógenes, Dreveck não queria saber detalhes da investigação e tão pouco nomes, apenas se a empresa era de fato investigada. Questionado por Érika sobre como ele sabia do acesso do delegado da Polícia Civil, André Luiz Mendes da Silveira, a informações privilegiadas, a resposta de Diógenes é que não sabia explicar. “De nossa parte, a reação foi de indignação, e a afirmação de que jamais responderíamos a este tipo de pergunta, no sentido de confirmar ou não a existência de uma investigação, no que Diógenes Duarte concordou e, ainda disse que avisou o deputado de que esta seria a reação esperada de fato”, disse Érika.
Já a respeito de uma possível participação de Alexandre Mendes, foi relatado por Mello, então lotado no gabinete de Gelson Merisio, em depoimento no dia 17 de julho de 2017, que André Luis Mendes da Silveira, acompanhado de José Augusto, teria estado na sede do parlamento onde conversou com o então chefe de gabinete da presidência, sobre a existência de uma operação deflagrada em função de contratos terceirizados, firmados com a Ondrepsb.
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