Os detalhes da crise na Fesporte; Operação Presságio terá terceira fase; Governo sofre derrota política na Alesc entre outros destaques
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O Governo do Estado deve enfrentar mais uma crise na Fesporte. Após a saída conturbada de Paulão do Vôlei, agora é pedida a saída do atual presidente da fundação, o coronel reformado do Exército Freibergue Rubem no Nascimento, devido aos problemas que inviabilizaram a continuação do Parajasc em Blumenau.
O que chama a atenção é que o pedido de substituição partiu do líder do governo na Assembleia Legislativa, Ivan Naatz (PL). Através das redes sociais, o parlamentar faz uma dura crítica ao que ocorreu em Blumenau e pede a saída de Freibergue do cargo. Quem também se manifestou foi o deputado Vicente Caropreso (PSDB), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência na Alesc. Ele pediu respeito aos paratletas que se deslocaram ao Vale do Itajaí para competir. Outros deputados, como Fernando Krelling (MDB) e Napoleão Bernardes (PSD), também se manifestaram.
Coronel Freibergue entrou em contato para dar sua versão dos fatos. Disse que buscou atender a Federação Catarinense de Atletismo, que apresentou algumas reivindicações dos árbitros através de seu presidente. Entre os pontos que Freibergue disse ter aceitado atender estão a questão da alimentação dos árbitros, combustível e um pagamento pelo fato de estarem à disposição. “Esse último item é ilegal. Na administração pública, você só paga pelo serviço realizado, no local e na data acordada. Você vai fazer um serviço de reparação da máquina de lavar. Você só vai pagar quando o cara chegar lá, resolver o seu problema e depois for embora. É isso que é o serviço”, explicou Freibergue, que mesmo assim se colocou à disposição para buscar uma alternativa.
O presidente da Fesporte disse que entendeu que tudo estava encaminhado e que somente soube do problema entre quinta e sexta através de um e-mail de um gerente da fundação, que informou que os árbitros não compareceram. Segundo Freibergue, foram buscados árbitros de outros estados e mais alguns catarinenses que não fazem parte da federação, mas que, após terem acertado a participação, desistiram por pressão dos árbitros que boicotaram o Parajasc. “Eles também fizeram isso com os do Rio Grande do Sul”, afirmou.
Ontem, Freibergue chamou uma reunião com os 77 municípios. Segundo ele, compareceu o que ele definiu como a líder do movimento, a árbitra de Joinville, Eliane Lehmkuhl. “Pasmem. Ela falou em alto e bom som: nada do que vocês, governo, propuseram ou proporão nós aceitaremos. Nada. O objetivo foi realmente boicotar o Parajasc. Isso foi na frente do presidente do Tribunal de Justiça do Desporto”, afirmou Freibergue. Questionado sobre o objetivo do suposto boicote, o presidente da Fesporte disse que há uma reclamação de que não há uma contrapartida do estado e que falta estrutura. A coluna tentou contato com Eliane, mas ainda não conseguiu.
Outros Interesses
O presidente da Fesporte, Freibergue Rubem no Nascimento, citou o atual secretário de esportes de Blumenau, Sérgio Galdino, que também é vice-presidente da Federação de Atletismo, como um dos responsáveis pelo boicote dos árbitros. Segundo Freibergue, Galdino, quando foi secretário, recebeu recursos para sediar alguns jogos. Durante a prestação de contas, foi verificado que havia várias irregularidades no processo, que está na Fesporte. “Está em torno de R$ 1,5 milhão. Esse cara está com medo disso, porque ele quer ser o presidente da federação e da confederação”, afirmou. Tentei contato com Galdino, mas ainda não consegui localizá-lo.
Braço Político
De acordo com o presidente da Fesporte, Freibergue Rubem no Nascimento, todos os envolvidos no que chamou de boicote ao Parajasc são de Joinville. “Quem são os deputados de Joinville? Fernando Krelling e Napoleão Bernardes”, afirmou. Acontece que Bernardes não é de Joinville, mas sim de Blumenau. Mesmo assim, Freibergue afirma que Krelling e Napoleão são os “braços políticos” do boicote ao evento. “Eu liguei para o Fernando. Ele disse que tudo bem, mas que tinha que postar um vídeo. Postou o vídeo criticando a Fesporte”, disse Freibergue, que foi além. “É um movimento político. Querem que eu cometa uma ilegalidade, pagar o que não é certo para criar um fato administrativo para me derrubar ou derrubar o governador futuramente”, afirmou.
Contraponto
Entrei em contato com o deputado estadual Fernando Krelling (MDB). Ele disse que a afirmação do presidente da Fesporte é absurda, pois sempre tentou ajudar o esporte catarinense. “Jamais eu faria uma coisa dessas. Prejudicar os paratletas, com todas as dificuldades de deslocamento até a cidade da competição, por uma questão política. É uma desculpa do presidente da Fesporte para não admitir o erro dele. Seria mais bonito admitir o erro do que o atribuir aos deputados”, afirmou Krelling, que pretende convocar uma audiência pública na semana do dia 11. Tentei contato com o deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD), mas ele não atendeu as ligações.
Derrota Política
O Governo do Estado sofreu uma derrota na Assembleia Legislativa na quarta-feira, ao ver os deputados aprovarem, por maioria, o envio do projeto de lei que autoriza a venda de imóveis até R$ 20 milhões sem autorização do parlamento, para capitalizar recursos que irão para o fundo garantidor do Iprev. O requerimento pedindo a diligência foi de autoria do deputado Pepê Collaço (Progressistas). O motivo é que não havia no projeto a manifestação da Procuradoria Geral do Estado. Os deputados do PL tentaram derrubar a diligência, mas não conseguiram. Até mesmo os quatro deputados do MDB que estão na base do governo, presentes nas comissões que realizaram a reunião conjunta, votaram pela diligência. “Temos que admitir. Foi uma derrota psicológica para nós, que somos do governo”, admitiu um parlamentar do PL.
Operação Presságio
Uma fonte policial me disse que a Operação Presságio terá uma terceira fase. A fonte não soube precisar quando deverá acontecer, mas afirma que, com base nas investigações que estão sendo feitas, será necessária mais uma ou até mais fases para concluir os trabalhos. “Essa segunda fase foi baseada apenas em parte do material coletado através das buscas e apreensões realizadas anteriormente”, afirmou.
Faltou verdade
Qualquer parlamentar tem todo o direito de dar o ritmo que quiser ao seu mandato, seja pela via da situação ou da oposição. Mas o que não pode faltar é honestidade intelectual, sinceridade e verdade, pois isso diz muito sobre o respeito que determinado deputado ou senador tem pelo seu eleitor. A suplente de deputada federal, que está no mandato, Geovânia de Sá (PSDB), fez um vídeo para as redes sociais falando de “três vitórias para o Brasil”. Geovânia falou sobre a derrubada do veto do presidente Lula (PT) ao fim das saidinhas. Essa medida é importante, sobretudo por se tratar de uma vitória psicológica para a sociedade. Se um modelo não dá certo e põe a sociedade em risco, deve ser reavaliado, e as saidinhas contribuíam, sim, para o aumento da criminalidade. Nisso a parlamentar tem razão. Mas, ela deveria ter informado que o ministro do STF, André Mendonça, decidiu que a questão das saidinhas não vale para quem já está preso. Portanto…
E o mais…
A deputada Geovânia de Sá (PSDB) falta com a verdade quando diz que a chamada “Emenda Patriota” de Eduardo Bolsonaro (PL) proibirá o uso do dinheiro do orçamento para despesas que promovam a invasão de propriedades rurais privadas, além da influência a crianças e adolescentes a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico, ações para desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, cirurgias de mudança de sexo entre crianças e adolescentes e a realização de aborto fora dos casos previstos em lei. Falta mais ainda com a verdade, quando afirma que tudo isso estava previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ora, deputada, seja honesta intelectualmente. A senhora e todos sabem que não precisa proibir o que já é proibido e que nada disso estava na LDO. Ou a senhora não leu? A lei já não permite a troca de sexo de crianças e adolescentes. Não há investimento para a destruição do conceito de família e, tampouco, não tem como realizar aborto fora dos casos previstos em lei. Também não há nada que seja próximo a qualquer incentivo à invasão de terra. Não falar a verdade é falta de respeito com a sociedade.
Por fim
A deputada Geovânia de Sá (PSDB) se atrapalhou em seu vídeo. Tropeçou nas desinformações. Ao contrário do que ela diz sobre as fake news, não foi derrubado o veto do atual presidente Lula (PT), mas, sim, mantido o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto que criminalizava fake news no período eleitoral. Em nome da liberdade de expressão, alguns parlamentares mantiveram o veto de Bolsonaro. O que é estranho é parlamentares catarinenses como Geovânia, entre outros, defenderem que se pode divulgar fake news, pois o contrário é ferir a liberdade de expressão. O que a deputada precisa entender é que uma coisa é liberdade, outra é libertinagem para as práticas de crime cibernético. Fake news têm o potencial de matar, de prejudicar, e isso não tem nada a ver com liberdade, ou melhor, tem sim se essa liberdade for para cometer crimes através da mentira. Ser contra o controle das fake news é colaborar com a indústria da mentira, da difamação, práticas muito distantes do que simplesmente se expressar. Geovânia é a cara de um PSDB que se acaba. Tenta de todo modo agradar ao eleitorado de extrema-direita, mesmo que para isso seja preciso passar por cima de suas próprias convicções. É uma postura lamentável, de quem não consegue enxergar os malefícios que tal comportamento tem causado para a sociedade e para ela mesma.
Leilão para o RS
Um grupo de músicos aproveitou um evento de empresários catarinenses, em Faxinal dos Guedes, na terça-feira (28), para leiloar a gaita do artista Renato Borghetti. A fábrica da gaita, inclusive, está embaixo d’água e sem previsão de produção de novos instrumentos. O disputado leilão arrecadou mais de R$ 140 mil para famílias do Rio Grande do Sul. Entre os beneficiados está um senhor que se chama Antônio, de 69 anos, de Arroio do Meio, que teve sua loja atingida. Ele já foi beneficiado com R$ 20 mil, necessários para reabrir sua eletrônica. O encontro de empresários, conhecido como Amigos do Goiás, é organizado por Eron Giordani, presidente do PSD de SC, e pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que ajudou a organizar o leilão com empresários. A oitava edição do evento contou com a presença dos músicos Eduardo Araújo, Daniel Torres, Daniel Hack, Renato Borghetti, Carlos Magrão, Grupo Cordiona e Os Serranos.
Apoio ao RS
Após o leilão, os músicos subiram ao palco e cantaram o hino do Rio Grande do Sul. O clima ainda é de forte emoção com tudo que aconteceu ao estado vizinho. “A gente pensou em cancelar o encontro deste ano após a tragédia, mas os músicos pediram que não o fizéssemos, justamente para ajudar a movimentar a economia gaúcha por meio deles. O Renato (Borghetti) também foi muito sensível ao doar a sua gaita pessoal, que possui um valor inestimável, já que a fábrica está embaixo d’água”, afirmou Eron Giordani, organizador do encontro.
Desmentido
O governador Jorginho Mello (PL) concedeu entrevista para um site local e disse que o episódio de Jair Bolsonaro (PL) e Adeliana Dal Ponte (PL) era uma “bobajada”. No entanto, a ex-prefeita de São José concedeu entrevista para o colega jornalista Upiara Bosch e confirmou o episódio. Adeliana aproveitou para esclarecer que ainda não conversou com Bolsonaro sobre o caso e que, quando foi a Cuba, eram outros tempos. Ela afirmou que viajou para a ilha em 1997. Na época, Cuba era governada por Fidel Castro.
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