Acordo suspende por dois meses a greve dos professores; Delegado-geral responde a informação sobre prisão de traficante; Lima deixará a Segurança Pública, entre outros destaques
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O SINTE decidiu ontem à noite suspender a greve pelo período de 60 dias. Um acordo com o Governo do Estado, que contou com a intermediação de deputados estaduais, fez com que os professores grevistas decidissem voltar à sala de aula a partir de hoje. No próximo dia 29, a partir das 15h, a categoria e o governo voltarão à mesa para negociar a questão da descompactação na carreira.
A verdade é que o governo soube recuar na hora certa. A vitória do SINTE na justiça, que obrigou o Estado a recontratar os professores ACTs que aderiram à greve, fez com que o Centro Administrativo temesse perder força na disputa com os professores, que passariam a ficar mais empoderados ao quebrar a principal arma do governo, que era a ameaça de demissão e a efetivação dos desligamentos.
Se por um lado o SINTE sai vencedor desse primeiro momento, também é um fato que precisará dar total atenção aos números que o Governo apresentará sobre o impacto de uma descompactação a curto prazo, que custaria cerca de R$ 4,6 bilhões, dinheiro que o Estado não dispõe no momento. Será um exercício de gestos, tanto do governo, que precisará apresentar uma proposta e um cronograma para os pagamentos, quanto do SINTE de entender que a vitória estará em obter um compromisso do Estado em relação à descompactação, nada mais neste momento. Vale destacar que o governo adiantou para setembro o reajuste no vale-alimentação da categoria, além de retomar, a partir de 2025, o pagamento da hora-atividade. Havendo um entendimento, ganham os dois lados, e melhor, os alunos que não terão prejuízo em suas aulas.
Delegado se manifesta
Segue a nota enviada pelo delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, sobre a informação divulgada ontem pela coluna, do que está escrito no boletim de ocorrência que registrou a prisão de um traficante em Itajaí. No BO, é citado pelo policial militar que participou da prisão o nome da JS Pescados, empresa da família do senador Jorge Seif Júnior (PL): “Prezado, Trabalhamos com a verdade real e a apuração de fatos. O boletim de ocorrência da PM é recebido pela PC, que complementa as informações e faz requisições periciais, gerando um novo número de boletim para fins estatísticos. A declaração sobre a JS Pescados não é do Agente da Polícia Civil, mas do Soldado PM Mikael Douglas Araújo Ferreira. Em nenhum momento há declarações da PC. A nota está induzindo a erro. Os Policiais Civis estão dando continuidade à investigação para apurar a origem da droga, através da DIC de Itajaí. Todos os fatos constam do Auto de Prisão em Flagrante n. 00481.2024.00358, que foi registrado no Eproc com o número 5011665-43.2024.8.24.0033/SC, que pode ser solicitado junto ao Poder Judiciário, para leitura integral e sem recortes. A única declaração da PC consta como “relato do atendente”, não existindo citação a respeito da JS nesse texto” – Respeitosamente. Ulisses Gabriel – DGPC
Para esclarecer
É importante esclarecer que a informação divulgada pela coluna, em momento algum, coloca o agente da Polícia Civil, responsável pelo registro do Boletim de Ocorrência, como o responsável pela manifestação. Agora, é impossível negar que há contradição entre o que foi relatado no BO pelos policiais militares que participaram da prisão e a nota enviada pela Polícia Civil, que já de pronto, logo no início da investigação, afirma categoricamente que não há qualquer envolvimento da JS Pescados. Qual a razão para os PMs citarem a empresa, afirmando categoricamente que o traficante entrou na JS e depois saiu com uma sacola?! Não se deve fazer pré-julgamento, mas é papel da imprensa cobrar informações quando estas forem necessárias, ainda mais por serem de interesse público.
Lima deixará secretaria
Sargento Lima deixará a Secretaria de Estado da Segurança Pública na próxima segunda-feira. Ele retornará à Assembleia Legislativa. O deputado é pré-candidato pelo PL a prefeito de Itajaí. Acontece que informações de bastidores dão conta de que o governador Jorginho Mello (PL) estaria pensando em substituir Lima pelo atual presidente do Detran, Kennedy Nunes, para a disputa de Joinville. O desempenho de Lima nas pesquisas até o momento tem preocupado o governador. Por sua vez, Sargento Lima já tem deixado bem claro para pessoas próximas que o candidato será ele e que ninguém tira.
De olho no porto
A JBS, através da Seara Alimentos, quer a administração do porto de Itajaí. Para isso, está tentando comprar as ações da Mada Araújo, empresa que é a arrendatária provisória do terminal peixeiro. Segundo fontes do setor, dois nomes estão à frente das articulações aqui no estado. Gelson Merisio, que faz parte do conselho da JBS, e seu amigo Décio Lima, atual presidente nacional do Sebrae. Para que as negociações prossigam, faz-se necessária a manifestação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Empresários do setor levantam uma questão curiosa. Ninguém tem conhecimento de que a Mada tenha operado qualquer porto antes de Itajaí.
Duodécimo da Defesa Civil
Ontem, durante a sessão itinerante da Assembleia Legislativa em Blumenau, foi aprovada a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição que cria o Duodécimo da Defesa Civil. Agora, a matéria passará pelas comissões permanentes antes de ir ao plenário. O autor da PEC, deputado Camilo Martins (Podemos), teria convencido o deputado Marcius Machado, líder do PL, a pedir ao Governo do Estado que o liberasse para encerrar o pedido de vista que atrasou a tramitação por meses.
Alesc Itinerante
As sessões da Assembleia Legislativa em Blumenau tiveram uma grande participação da população. Foram ao todo 25 entidades que participaram de debates. A novidade, que foi proposta pelo presidente Mauro De Nadal (MDB), teve como grande atrativo a discussão e a votação de projetos de interesse do Vale do Itajaí, o que ajudou na mobilização. Aliás, a regionalização da Alesc é uma das principais bandeiras da gestão de Nadal. No ano passado, o deputado formalizou a criação das bancadas regionais, que contam com recursos próprios. Foram R$ 80 milhões em 2023, dos quais R$ 30 milhões foram destinados pelas bancadas à área da saúde. Outro ponto positivo foi a presença massiva dos deputados: 36 dos 40. Quem sabe, a Alesc passa a incluir todos os anos em seu calendário essas sessões itinerantes.
Multas a caminhões
O governador Jorginho Mello (PL) não faltou com a verdade quando falou da multa a um caminhão de Santa Catarina que levava donativos às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. De fato, ocorreu, está documentado, e isso mostra que falta bom senso e organização a alguns órgãos públicos. Primeiro, que prevendo que poderiam ocorrer excessos de peso entre outros problemas, orientassem os seus servidores a deixar passar. Segundo, faltou bom senso aos servidores que fizeram as autuações, as quais, segundo o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, não se tornarão multa, pois serão anuladas. É preciso dizer que o vídeo do governador mais pareceu uma oportunidade para fazer um gesto a grupos fanatizados, do que realmente resolver o problema. Com uma ligação, Jorginho poderia ter resolvido a questão junto à ANTT, não fazendo vídeo em rede social. Não é papel de um gestor governar pelas redes sociais, ainda mais quando coloca interesses partidários à frente da causa pública.
Solidariedade
A Unisul é mais uma entidade a dar exemplo de solidariedade. Enviou um ônibus com 42 voluntários entre os quais, médicos, enfermeiros e acadêmicos da área da saúde. O grupo já está no Rio Grande do Sul ajudando as vítimas da maior tragédia climática que já atingiu os gaúchos. Além disso, a Unisul também arrecadou dois caminhões de doações, especialmente água, que está fazendo falta para as vítimas.
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