Operação Pleumon: Saiba os bastidores da reação do governo Moisés; Comissão do segundo impeachment se reúne hoje na Alesc entre outros destaques
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O pós-Operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na Casa D’Agronômica e no Centro Administrativo, além das residências do ex-secretário de Estado da Casa Civil, Amândio da Silva Júnior, e de seu amigo e ex-assessor, Sandro Yuri Pinheiro, colocou o governo de Carlos Moisés da Silva (PSL) na lona. De acordo com uma fonte, o clima era de nocaute.
Outras fontes ligadas ao governo definiram o cenário como “horrível”, pois, mesmo acreditando que uma operação poderia acontecer, a esperança de Moisés, secretários e assessores é de que não haveria elementos suficientes para que fosse autorizada uma ação como a de ontem, porém, ao contrário do que foi pensado, os elementos foram fortes e determinantes para que o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Benedito Gonçalves, determinasse a busca e apreensão. Segundo o magistrado na decisão, o motivo foi de haver um risco eminente de uma eventual destruição de provas.
Em relação ao governador, o ministro destaca em sua decisão de autorizar a ação da PF, o fato de que há uma suposta organização criminosa da qual participam agentes públicos do Estado, dentre os quais, Carlos Moisés, que teria atuado para favorecer um grupo de pessoas no processo de compra dos 200 respiradores junto a Veigamed, quando foram pagos R$ 33 milhões adiantados sem a mínima garantia. Benedito Gonçalves também destaca que uma das apurações contra o governador e demais investigados, é sobre um suposto crime de lavagem de dinheiro, mediante ocultação e distanciamento da origem dos valores desviados.
Embora entenda que Moisés não tenha participado formalmente do processo de compra dos respiradores, o magistrado afirma que ele não só tinha conhecimento da negociação, como teria determinado o pagamento antecipado à Veigamed. “A ordem de pagamento antecipado poderia ter vindo diretamente do governador Moisés”, diz o ministro, destacando a mensagem em áudio enviada pelo investigado, Deivis de Oliveira, no dia 26 de março. “(…) o Governador já tinha liberado o processo de aquisição e já tinha mandado pra Secretaria de Fazenda pra solicitar os dados de conta pra fazer depósito (…)”.
Ainda de acordo com o ministro Gonçalves, há informações de que o então secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba, sempre falava em nome do governador, enquanto em seus pronunciamentos públicos, Moisés dava a entender que tinha conhecimento das tratativas para compras de insumos destinados para o combate ao Coronavírus, principalmente os respiradores.
Mesmo sob o impacto da visita da PF, o governo tentou reagir rapidamente. Moisés e assessores mais próximos se fecharam em uma sala da Agronômica e, traçaram primeiramente os pontos que seriam colocados na nota à imprensa e na manifestação gravada por ele. A ordem era a de manter ao máximo a aparência de normalidade. Acontece que a ação de assessores não parou por aí. Eles saíram abastecendo alguns canais de informação apoiadores de Moisés, empurrando a versão de que a operação não passou de busca por provas, que a ida da PF já era esperada e, até mesmo, um documento foi enviado para vários jornalistas, inclusive independentes como eu, que mostra que o governador colocou documentos e extratos bancários à disposição, além de afirmar que poderá se apresentar para esclarecimentos, tanto em Florianópolis, como em Brasília. A ideia era fazer parecer que a ação de ontem, atendeu a essa “oferta” de Moisés.
Celular e computador
A Polícia Federal durante a operação de ontem que investiga as denúncias do caso Veigamed, levou um celular e um computador pertencentes ao governador, Carlos Moisés da Silva (PSL).
Sobre Amândio
O ex-secretário de Estado da Casa Civil, Amândio da Silva Júnior, que apenas ficou por um pouco mais de um mês no cargo, também foi alvo da Operação da Polícia Federal. Conversas interceptadas nas investigações abrem a suspeita, de que Amândio teria cobrado “pedágio” de empresas referente a contratos com o Estado. De acordo com a denúncia, o ex-secretário supostamente pedia 3% referente aos contratos firmados entre empresas e o Estado, que ele conseguisse evitar o cancelamento. “Ao que parece, Amândio Júnior, articulava politicamente para influenciar no processo de compra de insumos para o combate à pandemia, inclusive a compra de respiradores, com indícios de que receberia comissão pela intermediação”, destacou. Já quanto a Sandro Yuri Pinheiro, o ministro destaca que ele tinha uma boa relação com empresários investigados no âmbito da Operação Oxigênio, além de sua suposta participação.
Daniela se manifestou
A vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), fez uma postagem em uma rede social e gravou um vídeo, lamentando o que aconteceu ontem referente a Operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na residência oficial do governador, Carlos Moisés da Silva (PSL), e no Centro Administrativo, além da residência de outros dois ex-integrantes do governo já citados. Em momento algum Daniela citou o nome de Moisés e muito menos direcionou qualquer apoio a ele, apenas comemorou o fato de não ser alvo dessa investigação. De fato, a vice-governadora não é investigada no caso Veigamed, situação que acaba dando um pouco mais de força a ela, em relação a Moisés. Vale lembrar que o primeiro processo de impeachment não trata da questão dos respiradores.
Segundo impeachment
Fabrício Zanella Duarte, chefe de gabinete da vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), e o assessor jurídico do gabinete, Paulo Carvalho, entregaram ontem na Assembleia Legislativa a defesa no segundo pedido de impeachment em tramitação, que trata da compra dos 200 respiradores e da instalação do hospital de campanha em Itajaí. Mais uma vez quem recebeu, foi o deputado Fabiano da Luz (PT), presidente da comissão. Ele já agendou para hoje uma reunião para distribuir os documentos de acusação e defesa. Fabiano também deve apresentar o cronograma de trabalho que culminará com a votação do relatório que será apresentado pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB).
Saindo do governo
Informação extraoficial é que amanhã, será a despedida da cúpula da Secretaria Prisional do Estado. O pedido para sair foi apresentado em bloco. No Diário Oficial de ontem já consta a remoção a pedido da Corregedora Geral, Tatiane Leandro, que deseja ir para a penitenciária Sul.
Alcatraz
O presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), tem 15 dias para apresentar a sua defesa prévia sobre a denúncia de lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Alcatraz. O prazo foi dado pela juíza federal, Janaína Cassol, que também aguardará a manifestação de uma filha e da ex-esposa do parlamentar. Somente após a análise das defesas, que a magistrada decidirá se acatará a denúncia, ou não.
Ex-vice-líderes
Os deputados catarinenses Caroline de Toni e Coronel Armando, ambos do PSL, perderam a condição de vice-líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados. O pior para Santa Catarina, é que além de não manter os que já tinha, a bancada também não conseguiu emplacar outros parlamentares no cargo. Neste caso, não são apenas Caroline e Armando que perdem força política, é o Estado como um todo. Quem também perde é a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), uma vez que Carla Zambelli (PSL) também foi tirada da função, a deixando mais longe de Bolsonaro. Zambelli usou o nome do presidente sem que ele soubesse, para pressionar deputados estaduais bolsonaristas aqui do estado, a votar contra o impeachment de Daniela.
Emprego
Santa Catarina voltou a apresentar, em agosto, o terceiro melhor resultado do país na geração de empregos formais. O Ministério da Economia divulgou ontem, que o estado teve um saldo positivo de 18.375 vagas no mês passado. Trata-se do melhor desempenho na região Sul. Apenas São Paulo (64.522) e Minas Gerais (28.339), os dois Estados mais populosos do Brasil, obtiveram resultados superiores em números absolutos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pesquisa divulgada mensalmente.
Aeroporto de Floripa
A malha aérea prevista para outubro, no Aeroporto Internacional de Florianópolis, contará com o retorno de dois destinos importantes: o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o aeroporto de Confins, em Minas Gerais. A rota Florianópolis – Congonhas volta a ser operada com uma média de 12 frequências semanais de ida e volta, pela companhia aérea Gol. A retomada inicia em 1° de outubro e será incrementada ao longo do mês, chegando a ter duas decolagens por dia para o aeroporto que fica na área central da cidade de São Paulo. Já os voos para Belo Horizonte – Confins retomam no fim do mês, em 30 de outubro, e serão operados pela Azul. A estimativa indica um número total de 1.021 voos em outubro. Em setembro, foram 795 operações.
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