Esperar até esperávamos, mas quando aconteceu gerou em todos  nós catarinenses de nascimento e coração um sentimento de tristeza e de vergonha. A palavra vergonha, aliás, tem sido a mais pronunciada nas últimas horas, após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão no Centro Administrativo de Santa Catarina e na Casa d’Agronômica, onde mora o governador Carlos Moisés da Silva, nesta quarta-feira, dia 30, nas primeiras horas da manhã. A operação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo pedido do Ministério Público Federal.

Membros do MPF e da Polícia Federal investigam se houve participação do governador na suposta compra fraudulenta de 200 respiradores, com pagamento antecipado de R$ 33 milhões, e se há ligação de Moisés com os empresários que venderam os equipamentos ao estado. As investigações também atingem o ex-secretário da Casa Civil, Amandio João da Silva, e seu ex-assessor especial, Sandro Yuri Pinheiro. É bom que lembremos que os respiradores que chegaram ao estado não eram indicados para utilização em UTIs e que, do total dos recursos empregados, apenas R$ 11 milhões foram resgatados. Tudo isso em plena pandemia, trazendo risco à vida e prejuízo aos cofres do estado.

O governador Carlos Moisés, que mais uma vez demorou a se comunicar com a sociedade, em coletiva de imprensa, já próximo ao meio-dia, afirmou ser inocente e de que esta foi uma operação desnecessária, uma vez que já havia oferecido provas às investigações. Sua situação se agrava perante a sociedade e ao Parlamento.

O que dizer de tudo isso? É preciso investigar sim. O assunto é muito sério.

E completo com o mesmo bordão do jornalista Boris Casoy: isso é uma vergonha.