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Desembargadora Cinthia Schaeffer – Imagem: Divulgação TJSC

A desembargadora Cinthia Beatriz Schaeffer, pelo bem do Judiciário e de sua própria história, deveria aceitar o convite do governador Jorginho Mello (PL) e assumir o comando da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa.

Há um clima de constrangimento no ar. Não por ela estar cumprindo com o seu dever, mas por todo o cenário que a envolve. As coincidências depõem contra a sua atuação no âmbito da Operação Caronte, e o assunto, no dia de ontem, entre advogados e lideranças de vários partidos, foi que há em Santa Catarina uma verdadeira sensação de insegurança política.

Primeiro, uma operação na casa do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), um dia após uma convenção partidária em que ele anunciou Vaguinho Espíndola (PSD) como candidato. No meio do caminho, conversas entre a magistrada e o governador Jorginho Mello (PL), que tem um candidato em Criciúma que é adversário político de Salvaro, sobre a possibilidade de ela assumir uma secretaria, culminando com a prisão de Salvaro, um dia após uma pesquisa apontá-lo com grande força de influência junto ao eleitor criciumense.

O trabalho do Judiciário deve ser respeitado, mas, a partir do momento em que há uma aproximação política, não cabe mais ao magistrado atuar em casos que possam gerar qualquer conotação política, principalmente quando há coincidências envolvidas. Vale lembrar que Cinthia é a relatora da Operação Mensageiro, que prendeu mais de 20 prefeitos, incluindo do PL e do Republicanos, ligados ao governador.

Como secretária, Cinthia poderá dar sua contribuição baseada nos vários anos em que atua em questões ligadas ao setor penal. Conhecedora do assunto, quem sabe ela seja o nome para pacificar um setor tão cheio de disputas. E sairia de forma honrosa ao deixar o Judiciário para uma missão, evitando constrangimentos ao Tribunal de Justiça, que ao longo dos anos tem dado grandes préstimos à população catarinense.

Clésio Salvaro não é diferente de ninguém. Todos os gestores públicos estão passíveis de processos. Mas que as ações não antecipem penas, não adiantem condenações e, tampouco, interfiram no campo eleitoral. A justiça deve ser para todos, e que todos os culpados paguem com todo o rigor da lei, sem exceção. Mas, para isso, é preciso que as coisas aconteçam ao seu tempo, com investigações justas e julgamentos imparciais, sem antecipações.

Por mais que muitas lideranças não queiram se manifestar abertamente, esse foi o tom das conversas de bastidores dos partidos no estado. Há uma necessidade de um movimento para acalmar o cenário, afinal, Santa Catarina não pode conviver com uma desconfiança desestabilizadora.

Declínio

Na noite de ontem, surgiram informações de que a desembargadora Cinthia Beatriz Schaeffer não aceitará assumir o comando da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa. Em algumas conversas, o governador Jorginho Mello (PL) tentou despistar e teria chegado a dizer que nunca convidou a magistrada, o que não se confirma, pois ela mesma admitiu, em conversa com a colega Soledad Urrutia do site do Upiara Bosch. O governador, mais uma vez, mencionou o nome do desembargador João Blasi, dizendo que teria feito uma sondagem a ele. A afirmação, feita pela segunda vez por Jorginho, foi negada nesta semana aqui na coluna pelo próprio Blasi, que afirma não ter recebido nenhum convite. Quanto a Cinthia, ela teria recebido conselhos de colegas do TJSC para seguir no Judiciário.

A operação

A chamada Operação Caronte investiga supostas irregularidades nos serviços funerários de Criciúma. As denúncias apontadas pelo Ministério Público são baseadas na suspeita de crimes de organização criminosa, fraude em licitação e contratos públicos, além de corrupção. Os serviços funerários no município foram repassados à iniciativa privada por uma lei de 2021, via concessão pelo período de cinco anos. A investigação apura uma suposta interferência de empresas funerárias na elaboração do edital de licitação e na alteração das regras para a realização dos serviços.

Reação do governador

O governador Jorginho Mello (PL) reagiu ao vídeo gravado pelo prefeito Clésio Salvaro (PSD), em que é apontado como o responsável pela prisão do prefeito de Criciúma. Em uma coletiva, o governador disse não ter nada a ver com o caso e que se trata de um problema do Ministério Público e da Justiça. “Ele foi preso, o que eu posso fazer? Eu sinto, isso é uma ferida na classe política. É uma operação de 2020 que começou, passou por Floripa, passou por São José, está em Criciúma, não sei para onde é que vai”, afirmou.

Mais coincidência?

Fabris assume na ausência de Salvaro – Imagem: Divulgação

Há alguns dias, o vice-prefeito de Criciúma, Ricardo Fabris (MDB), simplesmente desistiu, sem maiores explicações, de sua candidatura à Câmara de Vereadores. Detalhe: se ainda fosse candidato, não poderia assumir a prefeitura com a ausência do prefeito Clésio Salvaro (PSD), que foi preso ontem. Agora, Fabris assume o comando do município por tempo indeterminado.

Saída certa

Uma coisa é certa na Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa: o governador Jorginho Mello (PL) não quer mais no comando o atual secretário Carlos Alves. A mudança é uma questão de tempo, assim que o governador encontrar alguém que aceite o desafio. Uma das questões envolvendo Alves é que sua esposa é candidata a vereadora pelo MDB em um município do estado, o que teria irritado o governador.

Candidatura indeferida

O juiz eleitoral Marcelo Elias Naschenweng indeferiu a candidatura do ex-vereador de Florianópolis Maikon Costa (Progressistas), que, após ter o mandato cassado, tentava voltar a se eleger. “Por fim, cumpre destacar que o candidato tem seu título eleitoral registrado na 13ª  Zona Eleitoral de Florianópolis, que é responsável pela atualização dos dados cadastrais do eleitor, sendo que consta no sistema a suspensão dos direitos políticos, o que inviabiliza a homologação do seu registro de candidatura”, escreveu o magistrado.

Apoio de Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gravou mensagens de apoio para, além de Vanderlei Farias, o Lela (PT), que disputa em Florianópolis, também para Ana Paula Lima, que disputa em Blumenau, e Carlito Merss, candidato em Joinville.

Mais uma do Republicanos

O presidente estadual do Republicanos, deputado federal Jorge Goetten, perdeu mais uma ação, e o partido estará contra o Partido Liberal em mais um município. Agora foi a vez de Rio do Sul. Foi contestada por Goetten a participação do partido na aliança liderada pelo PSD, que tem Gerri Consoli como candidato a prefeito. O argumento é que o partido disputaria apenas com chapa de vereadores, sem dar apoio. Porém, ficou comprovado por ata que houve a deliberação pelo apoio ao pessedista. Até agora, a executiva estadual do Republicanos não obteve vitória nas ações.

Greve em Chapecó

O Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Carnes e Derivados de Chapecó (Sitracarnes) realizou uma assembleia com os trabalhadores da BRF, em frente à empresa. O objetivo foi deliberar sobre a proposta apresentada pela BRF na mesa de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho. Após a apresentação da proposta, a categoria decidiu pela instalação do estado de greve. De acordo com o presidente do Sitracarnes, Ivo de Jesus, a decisão foi de dar um prazo de cinco dias para a empresa apresentar nova proposta.

Concurso SAP

A Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa reativou o concurso público para Policial Penal, originalmente iniciado em 2019. Os candidatos convocados têm até 27 de setembro para efetuar a reinscrição ou formalizar a desistência no certame.

TAP em Floripa

TAP começou as operações em Florianópolis – Imagem: Eduardo Valente Secom

O voo inaugural da TAP Air Portugal pousou no Aeroporto Internacional de Florianópolis às 17h15 de ontem. Os 200 passageiros do Airbus A330-200 foram recepcionados pelo governador Jorginho Mello (PL), acompanhado de secretários de Estado. A partir de agora, a rota Florianópolis-Lisboa contará com três voos semanais, sendo o primeiro trecho direto da capital catarinense para a Europa. A rota Lisboa-Florianópolis está disponível às terças e quintas-feiras, além dos sábados, com partidas entre 10h10 e 10h50. Já os voos saindo de Florianópolis com destino à capital portuguesa decolam entre 19h35 e 20h40, com pouso entre 9h50 e 10h55 do dia seguinte.