Presos de SC produzirão móveis para vítimas das chuvas no RS
Está em andamento no Presídio Regional de Araranguá, no sul de Santa Catarina, o projeto “Aprender Solidário”, que aliará a ressocialização de internos com o alívio do sofrimento das vítimas das recentes inundações no Rio Grande do Sul.
O projeto foi motivado pela visita da juíza Lívia Borges Zwetsch Beck, corregedora e titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Araranguá. Os internos da unidade prisional produzirão mobiliário essencial, como camas, beliches e berços, para atender às necessidades básicas das famílias atingidas pelas enchentes.
A magistrada, sensibilizada pela situação crítica de seus conterrâneos gaúchos, mobilizou os servidores do presídio e alguns parceiros nesta iniciativa. Além da unidade, integram o projeto a Vara de Execuções Penais da comarca de Araranguá, a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e empresas da região.
O Presídio Regional de Araranguá ficou responsável por organizar o espaço para que 20 internos que cumprem pena em regime semiaberto ou fechado, mediante autorização judicial, possam realizar as atividades da oficina de marcenaria localizada no interior da unidade.
Esses internos receberão capacitação e certificação do Senai, o que assegura a qualidade do trabalho e proporciona uma valiosa oportunidade de ressocialização.
A Unesc, sob a orientação do professor João Luís Silva Rieth, arquiteto e urbanista, será responsável pelo design dos móveis. A participação do professor garantirá que os móveis produzidos sejam funcionais, seguros e adaptados às necessidades das famílias desabrigadas.
A responsabilidade em fornecer todos os insumos e equipamentos necessários para a montagem e confecção do mobiliário será da Vara de Execuções.
A magistrada destaca que o projeto não só oferece uma resposta imediata às necessidades das vítimas das inundações, mas também promove a ressocialização dos internos do Presídio Regional de Araranguá. “A oportunidade de aprender e aplicar novas habilidades em um contexto de trabalho significativo pode ser transformadora para os participantes, proporcionando-lhes um novo senso de propósito e valor”, frisa.
Além disso, a colaboração entre diferentes setores, como o sistema prisional, instituições educacionais e a sociedade civil, exemplifica como a união de esforços pode resultar em ações concretas de solidariedade e reconstrução comunitária. “Este esforço coletivo demonstra que, diante de calamidades, a compaixão e a ação coordenada podem fazer uma diferença significativa, trazendo alívio e esperança àqueles que mais precisam”, conclui a juíza.
O projeto deve iniciar nesta semana. A distribuição do mobiliário ocorrerá à medida que for construído, com a previsão de que os trabalhos se estendam até o mês de dezembro.
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