Uma grande movimentação policial cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em Joinville e Palhoça por volta das 7h desta quinta-feira (18). O objetivo da Operação Bakbone é investigar acusação de “rachadinha” no gabinete do vereador Ednaldo José Marcos (Nado), que antes das 7h da manhã foi revistado por policiais em busca de provas materiais.

Segundo nota emitida às 7h39 pelo delegado Pedro Alves, titular da Delegacia de Combate à Corrupção de Joinville, participaram da operação 80 policiais lotados nas delegacias de combate de Blumenau, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, além de peritos da Polícia Científica.

Ainda pela manhã, às 8h28, a diretoria de comunicação da Câmara de Vereadores de Joinville confirmou em nota à imprensa que a operação da Polícia Civil estava sendo realizada em um único gabinete, “sem nenhuma relação com a estrutura do Poder Legislativo”.

As notas do delegado e da Câmara de vereadores não citaram o nome do vereador investigado, mas testemunhas que estavam no prédio do Legislativo durante a abordagem confirmaram que foi no gabinete do vereador Ednaldo José Marcos (Nado). Além do vereador, estão sendo investigados (com celulares apreendidos) assessores do gabinete. Não foi explicado o mandado de busca e apreensão em Palhoça.

Coincidência: dois suplentes acusados de crime

Nado recebeu 2.287 votos na eleição de 2020 e ficou na primeira suplência. Depois de uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral em agosto de 2021, ele assumiu o lugar de Osmar Vicente (eleito com 2.733), que foi cassado porque seu partido registrou mulheres apenas para cumprir a exigência legal. Outro suplente que assumiu graças a uma decisão judicial (o recurso decidido no TSE) foi Maurício Soares (MDB). Ele ficou na primeira suplência com 2.537 votos, mas assumiu definitivamente (outra coincidência) também em agosto (2023). Sidney Sabel (DEM) também foi cassado porque a executiva de seu partido lançou duas mulheres “laranjas”, que só concorrem sob a promessa de pagamento em dinheiro, o que acabou não ocorrendo. Maurício foi cassado por ter sido preso dia 8 de dezembro na frente da Câmara de Vereadores por suspeita de participação em esquema criminoso no Detran de Joinville.

Poucas informações

O Vereador Nado não compareceu na Câmara de Vereadores nesta manhã de quinta-feira e não retornou as ligações da imprensa. As poucas informações são as que foram divulgadas pelo grupo no whatsapp que Polícia Civil mantém com alguns jornalistas locais.

Novo escândalo

A coluna alertou em 6 de abril que haveria um “novo escândalo na área política de Joinville”. Três dias depois levantou a possibilidade de o epicentro ser “rachadinha” na Câmara de Vereadores de Joinville. Hoje se confirmou.