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O almoço da bancada estadual do MDB, na próxima terça-feira, na Assembleia Legislativa, será de muita discussão e análise sobre a janela – que fecha neste sábado (06) – para a troca de partido pelos vereadores, sem a perda do mandato. Com o fim do período, os emedebistas analisarão os números para saber se houve maior perda de lideranças, ou se terá um cenário positivo. Uma coisa já é certa no partido: “foi perdido um bom número de lideranças para o PL.”

A partir dessa conversa, deve ser posta à mesa, para análise, uma possível saída da base do governo de Jorginho Mello. A hipótese de uma cisão é vista com ceticismo no parlamento e principalmente pela bancada do PL. No entendimento dos liberais, o MDB usará o fato de o PL ter filiado emedebistas para forçar uma contrapartida do governo, que pode ser novos cargos. Já algumas lideranças do MDB entendem que é o momento de um afastamento que permitirá ao partido pensar em um projeto para o futuro.

O fato é que, além de ter que definir o que fará, o MDB terá que aparar as arestas dentro de casa. O presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal, teceu nesta semana duras críticas ao setor da Saúde do Estado. O líder emedebista entende que o governador fala sobre as ações na saúde, mas não é o que ocorre na prática. Ele lembra que há pessoas esperando cinco anos por uma cirurgia. Para De Nadal, a equipe está passando informações equivocadas para Jorginho Mello.

Mesmo negando que foi uma crítica ao governo, o fato é que algumas lideranças do partido entenderam que Mauro aproveitou o momento para externar uma insatisfação. O secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper, fez questão de me dizer que a reclamação é uma questão pessoal de Nadal, não do partido. Ele também se mostrou contrário a um afastamento do governo. “Não sou uma bola de ping-pong. Fiquei um ano lá apanhando e agora que as obras estão acontecendo eu vou sair?”, questionou.

Nos bastidores, o entendimento é que o deputado Antídio Lunelli também poderá se posicionar contra um afastamento. Ele tem feito movimentos, como acompanhar o governador nas duas missões realizadas até o momento, no Panamá e nos Emirados Árabes, além de fazer gestos pensando no eleitorado mais conservador. Lunelli sonha em ser o vice na chapa de Jorginho em 2026. Acontece que já há resistências a isso. Dias atrás, o ex-prefeito de Jaraguá do Sul iniciou alguns movimentos para tentar ser visto como o grande nome do MDB no estado. Isso irritou algumas lideranças do partido e chegou a provocar o seguinte comentário: “O Luiz Henrique sempre dizia que temos que respeitar os degraus da escada. O Antídio não está nos primeiros degraus. Tem gente muito mais experiente que ele na frente”, afirmou um parlamentar.

Pelo visto, os emedebistas terão muito a conversar. Primeiro sobre questões domésticas e depois, se pretendem tomar uma decisão que faça com que o partido volte a ser visto com o respeito de outrora e de acordo com a sua grandeza, ou se continuarão na base do governo sendo apontados, à boca pequena, pelas lideranças do PL, como uma legenda que precisa estar no governo, seja qual for.

Sai fragilizado

Carlos Humberto – Imagem: Marcelo Lula

O deputado estadual Carlos Humberto Silva perdeu a moral e, quem sabe, as condições de permanecer no Partido Liberal. Silva foi ontem até a Casa D’Agronômica pensando que receberia o anúncio do governador Jorginho Mello, de que seria o candidato do partido a prefeito de Balneário Camboriú. Aliás, até a noite de quarta-feira, quando houve uma reunião na sede do partido em Florianópolis, era o que estava acertado para ocorrer. Silva seria anunciado em BC e Robinson Coelho em Itajaí. Porém, somente um dos anúncios previstos se confirmou, que foi o de Coelho, em uma reviravolta que surpreendeu até mesmo deputados do partido.

Comunicado

O deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) saiu da Casa D’Agronômica com o comunicado de que fora preterido pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que atendeu a um pedido do prefeito Fabrício Oliveira para ter o poder de indicar o nome à sua sucessão. O nome que foi colocado à mesa é do presidente da Câmara, David LaBarrica. Mas também se ventila o do empresário Peeter Lee Grando. Carlos Humberto sai menor do embate. Entregará a liderança do governo na Assembleia Legislativa e se vê alijado de um processo que chegou a pensar que tinha o total controle. O governador abriu um leque de secretarias para Silva, que declinou de todas. O parlamentar tem até amanhã para mudar de partido, ou terá que ficar no PL até 2026 sentindo o sabor amargo de saber que não é a maior liderança do PL em Balneário Camboriú.

Mais musculatura

O prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), saiu muito maior da disputa com o deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL). Valeu a movimentação que fez a São Paulo para falar com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que chegou a falar para a coluna com exclusividade que o governador Jorginho Mello (PL) é a maior liderança do partido no estado e que a decisão teria que passar por ele. Mesmo assim, Fabrício insistiu. Quando tudo parecia perdido, tirou uma última cartada da manga e conseguiu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tem quem diga que no acordo, teria entrado até mesmo uma atenção especial de Fabrício à campanha de Renan Bolsonaro para a Câmara de Vereadores. O fato é que, além de conseguir indicar o candidato e impor a Carlos Humberto uma derrota acachapante, o prefeito se consolida como uma das maiores lideranças dos liberais em sua região.

Guidi no PL

Jorginho e Guidi – Imagem: extraída de um vídeo do deputado

O deputado federal Ricardo Guidi começou a deixar o PSD quando tomou a decisão de forma unilateral de aceitar assumir a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Economia Verde. O máximo que fez foi comunicar o partido minutos antes de uma coletiva que concedeu para anunciar a sua decisão de aderir ao governo, mesmo com o PSD se mantendo firme como um partido independente e que não deseja cargos no Executivo. Num segundo ato, Guidi, que já tinha o desejo de disputar a Prefeitura, tomou para si como uma batalha a ser vencida a conquista da vaga para a majoritária. Tinha como maior incentivador o governador Jorginho Mello (PL), que lhe deu a garantia de que seria o candidato em um dos dois partidos, PSD e PL. Assim, o deputado, que está em seu segundo mandato, foi para o enfrentamento, tentou se impor como candidato do PSD, mas, ao se ver desafiado pela pesquisa que tanto defendeu, resolveu evitar qualquer risco de ficar de fora e resolveu se filiar ao PL. O preço do risco veremos lá na frente.

Conversas tensas

O governador Jorginho Mello (PL) teve na quarta-feira e ontem duas conversas com o secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Ricardo Guidi. Guidi saiu tenso das duas, mas ontem de manhã bateram o martelo. Após o acordo, Jorginho disse que teria que ser ontem mesmo o anúncio e que todos iriam a Criciúma. Assim, nasceu a filiação de Guidi ao PL. Ele vai com a garantia de que, se não vencer a eleição, terá o seu espaço no governo garantido. Além disso, o advogado Filipe Mello é quem defenderá Ricardo no provável processo em que o PSD pedirá o mandato parlamentar por infidelidade partidária.

Acordo em Itajaí

Teve acordo em Itajaí. O ex-secretário adjunto de Portos e Aeroportos, Robinson Coelho, será o cabeça de chapa, tendo o vereador Rubens Angioletti como vice. Uma pesquisa definiu o nome dos liberais ao colocar Coelho à frente do vereador. Há uma articulação para o comando do PL em Itajaí ficar com Angioletti.

As movimentações do MDB

O ex-prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, voltou para o MDB. Quem também se filiou ao partido é o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Márcio Sander. O trabalho para as filiações foi do pré-candidato a prefeito, Cleiton Fossá. Os emedebistas avaliam ter candidatura própria, ou se aproximar do projeto do prefeito João Rodrigues (PSD).

Em busca de filiados

A ex-deputada estadual e pré-candidata a prefeita de São José, Ângela Albino (PCdoB), tem buscado novos filiados ao seu partido. Há um acordo para que, até o final de abril, os partidos que compõem a Frente Progressista no município definam seus nomes para as eleições municipais.

Filiação indevida?

Gabriel no MP – Imagem: Arquivo Pessoal

Um pré-candidato do partido NOVO apresentou Notícia de Fato ao Ministério Público Eleitoral por uma filiação indevida ao PT. Gabriel Cesar, filiado ao partido NOVO desde 2016 e primeiro suplente de vereador em Florianópolis, publicou nas redes sociais um vídeo em que relata ter descoberto sua filiação ao Partido dos Trabalhadores com registro em 1 de março de 2024. O caso pitoresco foi descoberto dias antes do fim da janela partidária, isto é, última data possível para filiação ao partido que pretende concorrer neste pleito. O pré-candidato disse que considera o ocorrido “grave crime eleitoral”, visto que poderia ter impedido sua candidatura se não descoberto a tempo. No vídeo publicado, ele afirma que “irá até o fim” para descobrir os responsáveis. A notícia de fato foi protocolada junto ao gabinete do atual promotor eleitoral responsável pela 100ª Zona, Geovani Tramontin.

Novo de São José

Reunião do Novo – Imagem: Divulgação/Novo

O Partido Novo de São José realizou um evento na Câmara de Vereadores. O encontro teve como destaque a apresentação da nominata completa dos pré-candidatos a vereadores que representarão o partido nas eleições deste ano. Uma das decisões mais significativas anunciadas durante o evento foi a confirmação de que o NOVO participará da disputa majoritária em São José com uma chapa pura. Alguns nomes participam do processo seletivo para a escolha do partido. O principal objetivo será o de aumentar a representação na Câmara local.