Alesc homenageia Neto, ex-jogador da Chapecoense e sobrevivente da tragédia do clube
Neto, ex-jogador da Chapecoense, um dos seis sobreviventes da maior tragédia da história do futebol brasileiro, foi homenageado pelo parlamento catarinense.
A história de superação e de coragem de Hélio Hermito Zampier Neto, 38 anos, repercutiu na sessão ordinária da manhã desta quinta-feira (28). Ele foi homenageado com uma moção de congratulação entregue pelo deputado Antídio Lunelli (MDB), autor da iniciativa.
Durante a suspensão da sessão ordinária, depois da Ordem do Dia, o ex-jogador contou sobre o atual momento de sua vida, lembrando o episódio trágico que marcou a sua caminhada e destacou que hoje a sua missão é transmitir a palavra de Deus. “Com Deus e fé no coração tudo é possível. Que as dificuldades nos fortaleçam”.
Luta pelas famílias
“Sou carioca, Moro em Chapecó e sou apaixonado por Santa Catarina. Agradeço, humildemente, a todos por esse reconhecimento. Sai da periferia do Rio já velho para o futebol, com 18 anos. Sempre atropelei as adversidades. A vida é assim. Temos que ter fé, Deus está conosco. Com 18 anos, já era velho para o futebol. Tenho Deus no coração. Ele que faz as coisas para nós. Sou uma casa em construção, a nossa obra só termina quando se encerra. Tudo é difícil. Mas é notório, que perder todos os amigos como perdi, foi o maior peso, a maior dureza que passei pela vida. Me fez pensar e repensar”, revelou.
Ele destacou que a mensagem que gostaria de destacar nesta manhã é que todos devem viver com propósito.
“Não vivam por viver. Deus escolheu cada um a dedo. O propósito faz todos superar as adversidades. Escolhi viver com propósito”.
Em seu depoimento, o ex -jogador disse que escolheu contar a sua história para resgatar a fé na vida das pessoas. “Não posso me vitimizar. Nunca quis ficar famoso por conta de uma tragédia. Deus me deu um novo rumo, novos objetivos. Hoje levo a palavra dele e busco justiça para as famílias que ainda estão desamparadas”, narrou.
Neto destacou ainda que hoje luta pelas famílias das vítimas que ficaram desamparadas. “Essa é outra prioridade que temos”, confessou.
Neto agradeceu pelo reconhecimento, afirmando que essa homenagem é a sua família e a todos que se foram na tragédia da Chapecoense. “Deus nos dê sabedoria. Tudo que vivemos é passageiro e hoje sou um servo de Cristo”, pontuou.
Exemplo de fé e de coragem
Para o proponente da homenagem, deputado Antídio Lunelli, Neto é um homem de muita fé, de superação e de resiliência.
“Neto é um verdadeiro sobrevivente, salvo por Deus. Essa é uma justa homenagem também às vítimas fatais e aos demais sobreviventes. Essa tragédia será marcada para sempre na história do futebol mundial. Neto orgulha todos os catarinenses”, disse o deputado Lunelli, observando que apesar das adversidades e tristezas, o ex -jogador sempre mostrou determinação e coragem. “É um exemplo de superação, inspirando pessoas a enfrentar os desafios da vida, com fé, persistência”, afirmou.
Manifestações
Todos os deputados presentes na sessão se manifestaram propositivamente a respeito da homenagem ao ex-jogador Neto. A emoção tomou conta da sessão. Para o presidente da Casa, deputado Mauro De Nadal (MDB), o Parlamento abraça e endossa esta iniciativa do deputado Lunelli. “ É um reconhecimento para um homem que virou exemplo de coragem, de superação e de resiliência para todos os catarinenses”, destacou o presidente.
Para lembrar
A vida de Neto nunca mais foi a mesma depois do dia 29 de novembro de 2016. Nesta data, o avião que transportava a delegação da Chapecoense para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. Na aeronave estavam jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas. O grave acidente aéreo ceifou a vida de 71 pessoas. Apenas seis pessoas sobreviveram e Neto era um deles.
A tragédia teve repercussão mundial. Chapecó, cidade no Oeste catarinense, sede da Chapecoense, chorou. Santa Catarina e o Brasil ficaram em choque, em luto.
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião não era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por falta de combustível, como consequência da falta de gestão de risco apropriada por parte da Lamia. Sem ter combustível, os motores do avião pararam de funcionar, e a aeronave planou até colidir e cair.
Com informações da Agência Alesc.
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