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Um dos maiores desafios que o governador Jorginho Mello (PL) enfrentará nos próximos anos de seu mandato é tentar pacificar o setor prisional catarinense. Não falo dos presos, muito embora eles sejam um motivo constante de tensão, mas o problema maior se encontra na disputa pelo poder da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativo.

Vale lembrar que, em menos de um ano de governo, Jorginho já está em seu terceiro secretário da SAP. Primeiro foi escolhido o vereador de Jaraguá do Sul, Jeferson Cardozo. Anunciado, foi dispensado dias antes de assumir por conta de um processo. Após, veio Edenilson Schelbauer, que teve uma gestão que mais chamou a atenção por causa das constantes brigas com o seu então adjunto, Neuri Mantelli, e por conta de uma compra de uniformes para presos que está sendo investigada. Agora, o comando está nas mãos de Carlos Alves, que tem um histórico trágico no setor por conta do assassinato de sua primeira esposa, que também era agente prisional quando foi morta por integrantes de uma facção criminosa que o considera um inimigo.

Nos últimos dias, tenho recebido alguns relatos de tensão na secretaria e até mesmo supostos acordos com facções criminosas. Policiais me relataram, na condição de anonimato, que Alves, para tentar pacificar sua relação conflituosa com organizações criminosas que atuam dentro do setor prisional catarinense, teria aceitado aumentar o número de visitas dos familiares aos presos de três para cinco mensais. Além disso, também há relatos de que alguns presos não estariam trabalhando, o que, de acordo com o secretário, não passa de boato de quem deseja prejudicar o trabalho que está realizando.

Quanto a mudança nas visitas, de fato, consta na portaria 2595 assinada pelo secretário e passará a valer no próximo dia 1º de outubro. Procurado, ele me disse que a medida já estava sendo estudada antes mesmo de assumir o cargo, negando qualquer acordo com as facções que atuam no sistema prisional. “Eu não negocio com facção e não trabalho para agradar os criminosos”, afirmou Alves. Segundo ele, o próprio governador é contrário aos criminosos.

Alves fez questão de explicar que a ampliação das visitas é uma das medidas que estão sendo tomadas pós-pandemia, permitindo uma flexibilização e o retorno do modelo presencial de forma mais segura. O secretário me disse que um grupo de trabalho foi formado para rever outras medidas que foram adotadas durante a pandemia.

Quanto à troca de diretores dos grupos especializados, como o de Intervenção Tática, Carlos Alves confirmou que fez algumas mudanças pontuais, as quais entende serem importantes para a nova gestão.

Fritura

O chefe da Casa Civil Estêner Soratto Júnior está sofrendo uma fritura desnecessária dentro do próprio governo. O secretário de Estado, que tem um papel central no governo de Jorginho Mello (PL), se tornou um problema, já que Filipe Mello deseja assumir o quanto antes o comando da Casa Civil. Uma liderança do PL me disse que Soratto deve pedir para sair, o que evitará um constrangimento e uma fritura maior. Por outro lado, Soratto parece não perceber ou ignora os movimentos em seu entorno e tentará se manter no cargo até dezembro, pelo menos. O governador precisa ser pragmático, seja trocando de vez, ou anunciando que Soratto somente sairá no prazo final para quem será candidato no próximo ano. Somente assim, evitará qualquer mal-estar com um dos melhores ativos do PL do Sul do estado.

Próximo secretário

Filipe Mello se movimenta à espera da saída de Estêner Soratto Júnior do cargo de chefe da Casa Civil. Na prática, Filipe já tem uma forte influência no governo, inclusive na escolha de secretários. Para se blindar de eventuais críticas que possa receber por ser filho do governador Jorginho Mello (PL), ele tem conversado com lideranças para tentar construir uma narrativa. A questão é que não há qualquer impeditivo na lei para que ele seja secretário, ou seja, Filipe pode assumir a chefia da Casa Civil, pois não cometerá nenhuma irregularidade. A questão é como os aliados de Jorginho entenderão esse movimento.

Reações

Na bancada do PL não há consenso sobre a futura posse de Filipe Mello no cargo de chefe da Casa Civil. Um deputado me disse ontem “que essa forçação de barra” para tirar Estêner Soratto Júnior do comando da Casa Civil, pode gerar uma certa insegurança nos deputados do partido em vir aceitar qualquer convite para integrar o governo no futuro. Por outro lado, alguns parlamentares entendem que poderá melhorar a relação com a Assembleia Legislativa, além de ser um nome que não vai gerar sombra para ninguém, já que, por ser filho do governador, Filipe não poderá se candidatar em 2026.

E a CPI da Casan?

O deputado estadual Marcos Abreu, o Marquito (PSOL), protocolou o pedido de abertura da CPI da Casan, para que seja apurado o motivo do rompimento do reservatório que causou grandes estragos no bairro Monte Cristo em Florianópolis. Até agora não se chegou às assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito. Vale lembrar que pessoas quase morreram. É necessária uma CPI para apurar as responsabilidades.

Auxílio aos atingidos

Divulguei na semana passada que a Defensoria Pública do Estado cobrou um posicionamento da Casan, quanto à concessão de auxílio emergencial para as famílias afetadas pelo rompimento do reservatório no Monte Cristo em Florianópolis. Ontem conversei na Assembleia Legislativa com o defensor público-geral, Renan de Souza, sobre o pleito apresentado à companhia. Ele me disse que ocorreu uma reunião na segunda-feira, mas a empresa não apresentou qualquer proposta para resolver a situação. A preocupação é que os atingidos são famílias carentes que, em muitos casos, estão usando o adiantamento das indenizações para o custeio do dia a dia. O temor da defensoria é que esses valores sejam utilizados de modo que as pessoas não consigam usar o dinheiro para a recuperação dos bens afetados.

Ação coletiva

O defensor público-geral, Renan de Souza, me disse que a Casan sequer sinalizou que irá pagar o auxílio para as famílias afetadas pelo rompimento do reservatório. Ele lembrou, durante a conversa, que as famílias da região da Lagoa da Conceição, também em Florianópolis, quando foram atingidas pelo rompimento da lagoa de infiltração da estação de tratamento de esgoto da empresa em 2021, receberam o auxílio. “Neste caso, é preciso lembrar que as famílias do Monte Cristo são muito mais carentes”, afirmou Souza. A defensoria aguardará até sexta-feira (22); caso a Casan não apresente uma proposta, será ajuizada uma ação coletiva contra a companhia.

Varejo

Dirigentes da CDL de Florianópolis visitaram o gabinete do deputado estadual Maurício Peixer (PL). Os empresários falaram sobre o trabalho da entidade, além de destacar os projetos em andamento, a exemplo da feira semanal “Viva a Cidade”, aos sábados, pela manhã na região leste do Centro Histórico da Capital. Peixer expressou seu apoio incondicional ao trabalho da CDL e reconheceu a importância da entidade para a economia local.

Hélio Costa é trabalhista?

O ex-deputado federal Hélio Costa assinou ficha ontem no PDT. A ficha foi abonada pelo presidente estadual do partido, Rodrigo Minotto, e pelo secretário nacional do PDT, o ex-ministro Manoel Dias. Costa colocou o nome à disposição para participar da eleição em Florianópolis. O ex-deputado se quiser voltar a ter mandato, terá que pensar na Câmara de Vereadores, pois, na majoritária, seria uma aventura. Agora, o que chamou a atenção foi Hélio Costa se dizer “trabalhista”. “Estava no lado errado, e estou retornando para as fileiras que acreditei em toda a minha vida”, destacou.

ONG Verde Vida

O deputado estadual Zé Caramori (PSD) comemorou na tribuna a passagem dos 29 anos de atuação da ONG Verde Vida, de Chapecó. A ONG, segundo o ex-prefeito, atende cerca de 160 alunos no contraturno escolar com oficinas socioeducativas, reforço escolar e preparação para o mercado de trabalho. “Hoje, 19 de setembro, a ONG Verde Vida completa 29 anos de história, uma associação sem fins lucrativos que atua desde 1994 na sustentabilidade ambiental e na coleta de resíduos”, informou Caramori.

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