Uma matéria do site UOL chama a atenção para uma grave situação enfrentada no sistema penitenciário catarinense. Enquanto a Secretaria de Estado da Administração Prisional passa por uma sequência de disputas políticas, a matéria revela que as cadeias catarinenses são uma bomba-relógio a ponto de explodir.
De acordo com o Ofício elaborado pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) em agosto, proposta de transferências indevidas, denúncias de torturas, atuação de grupos criminosos e condições insalubres nas celas mostram que o Estado corre o risco de voltar a ver cenas como as de 2012.
No dia 30 de junho passado, em uma reunião entre representantes da sociedade civil, do Mecanismo, da SAP, do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública, foi revelada a proposta feita pela Secretaria de Administração Prisional de transferir ilegalmente adolescentes que estão cumprindo medida socioeducativa no Case de Joinville para a unidade prisional de São Francisco do Sul, que é destinada a adultos, contrariando o Estatuto da Criança e do Adolescente. Na justificativa da transferência, alega-se que a unidade socioeducativa de Joinville necessita de melhorias, por estar com a estrutura comprometida. Até o acesso apresenta dificuldades.
Após o encontro, um ofício do MNPCT contendo denúncias foi enviado aos governos do Estado e Federal. De acordo com o UOL, a estrutura do setor prisional também foi motivo de queixa. A perita do Mecanismo, Bárbara Suelen Coloniese, diz que não é exagero afirmar que o sistema prisional catarinense é uma bomba prestes a explodir.
Um dos relatos apresentados a Bárbara é de tortura contra os adolescentes. Entre as denúncias, está uma prática chamada de “pacote”, que consiste em amarrar os menores em cumprimento de pena deitados no chão, com algemas nas pernas e mãos, seguido de agressões dos agentes.