O lulismo-petismo é marcado pelo negacionismo. Esse grupo político que retornou, neste ano, ao comando do País não assume a responsabilidade pelas tragédias cometidas nas suas gestões passadas (2003-2016). Para tanto, procura negar a própria realidade fático-jurídica, valendo-se de estratagemas condenáveis.

Seguidamente, esse grupo, liderado pelo presidente Lula, acusa, por exemplo, que Dilma Roussef teve o seu mandato de Presidente cassado em decorrência de golpe levado a termo pelo Congresso Nacional. Contudo, o processo de impeachment da ex-presidente obedeceu aos ditames constitucionais e infraconstitucionais. O STF supervisionou todo o processo, assegurando o respeito ao devido processo legal.

O Congresso Nacional seguiu o rito fixado pela legislação que disciplina aquele processo, sempre respeitando as decisões proferidas pela Corte Constitucional sobre o tema. A justa causa para a cassação do mandato também foi apontada e justificada pelos congressistas. Portanto, as instituições republicanas exerceram as suas funções constitucionais. Por isso, o lulismo-petismo, ao dizer que foi cometido golpe, está acusando, de forma escancarada e injusta, que o STF e o Congresso Nacional foram golpistas.

Desse modo, configurada a hipótese de cassação, o parlamento brasileiro, de forma livre e soberana, tomou a decisão de destituir a Chefe do Poder Executivo Federal do cargo. Assim, o lulismo-petismo comete pecado capital ao insistir nesse tipo de tese grosseira, temerária e improcedente.

Recentemente, o negacionismo lulista-petista resolveu mirar a autonomia do Banco Central como vítima de suas fake news. Em entrevista à RedeTV, o atual presidente disparou: “Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”. O lulismo-petismo tem sérias dificuldades em conviver com instituições republicanas blindadas de investidas populistas. Nessa linha, o Banco Central, como instituição dotada de autonomia, foi eleito como alvo pelo presidente Lula, uma vez que aquela instituição encontra-se imune às investidas petistas.

Para esse grupo que ascendeu ao poder, o que interessa são instituições que possam ser controladas por critérios políticos e partidários. A boa governança do Banco Central, pautada em critérios técnicos na definição da política monetária do País, não combina com os propósitos do lulismo-petismo, que é o populismo, a gastança e o voluntarismo.

Esse negacionismo lulista-petista causa mal ao País. Por isso, é preciso combatê-lo. Para tanto, é necessário cada vez mais apego à ciência, ao estudo, ao levantamento de dados etc. Não podemos continuar assistindo passivamente esse tipo de negacionismo irresponsável e temerário. O debate público no Brasil precisa ser dominado pela verdade, responsabilidade e transparência.