Delegado-Geral confirma a mudança

Pela segunda vez haverá a troca do delegado responsável pelas investigações da prática de Crime de Concussão em órgãos da Prefeitura de Florianópolis. Construtores, servidores e ex-servidores públicos municipais e do Estado, estão sendo investigados por supostamente terem pedido propina para não embargar obras de engenharia realizadas na capital. Segundo relatado por testemunhas, em caso de não pagamento das propinas, as construções seriam demolidas. Informações levantadas pelos policiais podem levar as investigações a vereadores de Florianópolis e servidores da Celesc e da Casan.

Atualmente quem preside as investigações é o delegado, Rodrigo Dantas. Ele será substituído pelo delegado que estava responsável pela Decor/Deic, João Westphal, que é considerado mais experiente do que Dantas. A informação foi confirmada pelo delegado-geral, Ulisses Gabriel. Já a coordenação passará para o delegado Gustavo Muniz que estava na 2ª Decor. “É só critério objetivo, gestão interna em que a DEIC acaba perdendo delegados. Não é substituição, mas eu vou precisar de delegados neste momento crítico”, afirmou.

A primeira troca ocorreu quando a delegada Beatriz Ribas, que chefiava as investigações, foi tirada do caso durante o governo de Carlos Moisés da Silva (Republicanos). A situação gerou uma crise que provocou a saída do então delegado-geral, Akira Sato, que não aceitou permanecer no cargo. Fontes da Polícia Civil relataram à época que, Sato não concordou com o que considerou uma interferência nos trabalhos de investigação.

Questionado pela segunda troca de delegado na mesma investigação, Ulisses Gabriel respondeu que a ordem do governador, Jorginho Mello (PL), é que a Polícia Civil seja uma polícia de Estado, não podendo haver qualquer tipo de interferência. “Que a gente possa cada vez mais melhorar as estruturas de investigação, ir para cima da criminalidade e não dar moleza para ninguém em qualquer inquérito policial”, afirmou o delegado-geral.