Caro leitor,

Primeiramente eu gostaria de desejá-los um excelente começo de 2023 aí no Brasil. Muitos foram os desafios que enfrentamos nestes últimos 3 anos pós pandemia. O primeiro desafio foi, sem dúvidas, a aparição do vírus a escala Global, e a aplicação do chamado “Estado de exceção”, a través do qual, uma grande maioria de líderes políticos globais viram-se no direito ( excepcionalmente legal) de confinar provisoriamente a uma maior parte da sua população.

Outro fato marcante desta janela temporal foi, sem dúvidas, o surgimento da polarização política, que acabaram dividindo ideologicamente aos cidadãos brasileiros em duas partes antagônicas, ferindo assim o espírito daquela comunidade harmoniosa instalada em tempos precedentes.

Também vimos acontecer a uma outra circunstância, que ao meu ver, não é menos preocupante. Aproximadamente 33 milhões de brasileiros encontram-se sob a condição de fome. E fome aqui quer dizer que o individuo partícipe deste imenso grupo não chega a cumprir com as 3 refeições diárias recomendadas. Isto não é somente triste, mas também injusto. Enquanto que milhares de pessoas formam filas para consumir produtos de luxo nas principais avenidas da cidade, outro importante setor da população faz jejum, simplesmente porque não lhe resta outra opção a escolher. Não é por surpresa que na atual sociedade que vivemos, encontremos a muitas contradições inexplicáveis e injustificadas.

Outro desafio que não é menos preocupante: A violência generalizada no Brasil. A pesar da aplicação das últimas medidas políticas e conservadoras do ex-presidente Bolsonaro, tachadas de “mão dura”, das quais previam acabar com a violência generalizada no país, desde minha humilde opinião, me parecem pouco efetivas. Ressoam a superficialidade. A propaganda política de Bolsonaro “O povo armado jamais será escravizado” pode até soar bem aos nossos ouvidos. Nos traz uma ligeira sensação de proteção e conforto diante das ameaças externas. Mas este Slogan somente seria válido se o Brasil estivesse sob a ameaça de guerra. Mas isto tampouco seria válido. Zelenski somente entregou armas aos homens maiores de 18 anos, dos quais foram obrigados a participar do conflito. Não saiu por aí entregando armas à população ucraniana. E nem tampouco cogitou sobre fazer Marketing de armas à população, salvo a situação excepcional em que se encontra o país. Com isto, o Slogan “o povo armado jamais será escravizado” não é só pouco efetivo. A sua prática seria perigosa e prejudicial a longo prazo.

Por último, há um último desafio que também resultou (e segue resultando) preocupante: A fragilidade da Democracia no Brasil e no mundo. Nos últimos anos, a maioria dos países ocidentais (França, Holanda, Itália, Espanha, Alemanha) viram-se expostos à tentação de retornar a políticas conservadoras, em alguns casos, ultraconservadoras. A democracia encontra-se em um estado frágil. Nos situamos diante de uma crise de valores.

Estes são alguns dos desafios que obtivemos nestes últimos anos, e que ao longo de 2023 trataremos de reflexioná-los sob a perspectiva filosófica.

Desejo a todos uma boa semana!