
Depois de 21 colunas desta série em que estamos apresentando Propostas e Metas para o nosso Estado, avançamos agora na dimensão Econômica, de Governança e Fiscal, na qual já tratamos de uma necessária Gestão Pública Moderna e Participativa, abordando a Nova Governança Pública – e, entre vários raciocínios, colocamos a importância do anúncio feito recentemente pelo governador eleito Jorginho Mello de que pretende (re)criar cinco Secretarias de Desenvolvimento Regional, as SDRs, a partir de 2023: Chapecó, Lages, Joinville, Blumenau e Criciúma ou Tubarão.
Na minha opinião, o Estado se ressente da falta dessa política pública criada em 2003 pelo governador Luiz Henrique da Silveira, no conceito da Descentralização para “deslitoralizar” SC e dar oportunidades às nossas regiões de eleger suas prioridades e soluções. Nesta coluna vamos adentrar às áreas de Promoção do Desenvolvimento Econômico Competitivo Sustentável: ambiente de negócios, tecido produtivo, mercado de trabalho e conectividade.
Sobre a primeira questão, o ambiente de negócios, nossa primeira proposta é clara e assertiva: tornar o Estado de Santa Catarina mais amigável aos negócios, reduzindo a burocracia dos órgãos públicos estaduais e criando incentivos fiscais para a atração de setores empresariais que sejam portadores de futuro para o Estado. No que se refere a esses incentivos, há aspectos bastante delicados e polêmicos – e Santa Catarina sempre esteve na berlinda da chamada “guerra fiscal” entre os Estados. Há muito tempo utilizamos aqui – posso citar, por exemplo, a criação, em 1984, pelo então governador Esperidião Amin, do Programa Especial de Apoio à Capitalização de Empresas, o Procape – uma agressiva política fiscal para oferecer oportunidades de crescimento aos nossos empreendedores, buscar novos investidores e criar empregos.
Conceitualmente, somos defensores dessa política – desde que ela cumpra o dever número um do Governo, que é a sua função social, o bem-estar de toda a sociedade.
Essa função, na maioria das vezes, não pode ser medida por números, numa visão meramente econômica. Por isso, não se pode dizer que o Estado, ao conceder os chamados incentivos e benefícios fiscais, está praticando uma renúncia fiscal. Em realidade, de forma indireta, está fazendo um investimento social em favor de sua população, dando apoio à atividade econômica e, em consequência, mantendo ou criando empregos, possibilitando cada vez mais o seu desenvolvimento e o bem-estar de todos.
Em Santa Catarina, essa política deve ser mantida – e a possibilidade de retirar ou reduzir tais investimentos será um retrocesso, que fatalmente atingirá e encolherá a atividade econômica, diminuindo a possibilidade de competitividade das empresas e em consequência diminuindo a produção e comercialização de bens e, inclusive, provocando a diminuição de arrecadação de impostos. E, mais grave, marginalizando a população com o aumento do desemprego, ao invés da geração de postos de trabalho.