
É Graças a Auguste Comte, filósofo e ideário do século XVII, que possuímos em nossa bandeira nacional o dilema binário “Ordem e Progresso”. Mas gostaria de centrar-me em apenas um destes dilemas, para assim dar início à nossa discussão em torno da mesma: “o progresso”. Comte desde então havia aclamado a esta expressão, como uma interpretação de que a história da humanidade se encaminhava continuamente a um horizonte de progresso (ou de que a humanidade se encaminhava a condições cada vez melhores de vida), como também lançava, diante da população francesa e europeia no geral, de que esta ideia deveria constituir-se como um dever moral, com o intuito de que as sociedades alcançassem, algum dia, um Estado próximo ao ideal de perfeição.
As sociedades ocidentais, inclusive das Américas (e, entretanto, nós), assimilamos rigorosamente tal ideia para dentro do nosso espírito. Tanto é assim, que inclusive, a nossa bandeira tingiu-se com este símbolo positivista. Com isto, diríamos que o espírito da sociedade ocidental, e com tudo, o espírito de cada um de nós, tende a interpretar a história da humanidade através de um único “olhar”, ou através de um único ponto de vista. Diríamos convictos: “apesar de que todos os atuais conflitos existentes na nossa atualidade (resumidos em crise política, crise social, crise econômica, crise geopolítica, etc.) detenham o progresso da história da humanidade, fazendo que permaneçamos encalhados no tempo por culpa da corrupção generalizada, da má-fé, e da problemática das relações humanas existentes de um modo geral, tudo isto, em realidade, se define como um motor para que, cedo ou tarde, as sociedades continuem avançando ao progresso.