Pois é, a eleição do novo governador catarinense parece estar resolvida. Já quando tinha recém acabado o primeiro turno, dei meu palpite: Jorginho só perderia se acontecesse algum fato novo de altíssimo grau de espetaculosidade.

A diferença entre os candidatos que disputam a finalíssima, o do PL e o do PT, tinha saído grande demais do ovo do turno inicial para que, em condições normais de tempo, temperatura e andamento de uma campanha, pudesse ser alterada de modo significativo. Décio Lima precisaria criar tal novidade estrondosa e ainda nos primeiros dias mostrar, nas pesquisas, uma mudança nos números da intenção de votos dos eleitores. E isso não aconteceu, muito pelo contrário, devido, basicamente, a dois fatores. O primeiro é a escassa qualidade da campanha do PT e do desempenho de Décio. Os programas eleitorais e os chamados “comerciais” são burocráticos, destituídos de maior apelo. O candidato não sai do seu cercadinho.

A campanha estadual petista parece ter como finalidade muito mais angariar alguns votos para Lula do que tentar eleger o candidato ao governo. Então ele fica ali dando importância exagerada a temas e assuntos de interesse reduzido para o eleitor do nosso Estado. E falando do pretendente à presidência. E é aí que entra o segundo fato determinante da provável goleada de Jorginho: pendurar-se 100% em Lula é compreensível, claro, do ponto de vista de que qualquer meia dúzia de votos a mais ou a menos poderá decidir a escolha do presidente, mas, para quem precisa capturar votos para o governo, a estratégia é suicida. Lula, em SC, vai, muito provavelmente, tomar uma tunda memorável.

Por essas e outras é que Jorginho Mello poderia até ter dispensado, se fosse possível, a realização de campanha nesse segundo turno. Como não pode, está aí no ar, protagonizando, por obrigação legal, uma propaganda igualmente medíocre. Não lembro de que alguma vez tenha acontecido por aqui, uma disputa dessa importância, tão sem graça, tão sem brilho, tão pouco animadora.

Lá, a jamanta começou a embalar

Quando à eleição presidencial, há indícios de que Bolsonaro poderá vencer. Ainda que bem lentamente, uma tendência parece estar se formando. Os números das pesquisas mais recentes revelam algum crescimento dele, acompanhado de uma melhoria na avaliação de seu governo. Esse tipo de embalo, na semana final de uma campanha, costuma se acelerar nos últimos dias e horas. No caso específico, resultará que o Capitão, apesar de seu grande esforço em contrário, poderá passar a linha de chegada na frente de Lula.