Análise das pesquisas ao Governo e ao Senado; A reclamação do MDB à campanha de Moisés entre outros destaques
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Pesquisa é o retrato do momento e inúmeras variáveis podem alterar o cenário posto agora. Vale lembrar que nesta sexta-feira (26) começam os programas de rádio e TV, o que promete ser um fator a mais para convencer os eleitores.
Ontem o Grupo NSC divulgou a pesquisa que contratou junto ao IPEC, instituto formado por ex-integrantes do IBOPE, tanto ao Governo do Estado, como ao Senado. Trago agora uma análise dos candidatos que pontuaram na pesquisa estimulada.
A pesquisa foi realizada entre 20 e 23 de agosto, sendo que 800 eleitores foram entrevistados em 39 municípios. Devido à baixa amostragem, a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Ela está registrada no TRE sob o número SC-01218/2022 e, no TSE sob o número BR-02226/2022.
Carlos Moisés da Silva (Republicanos)
Apesar de ter entrado na eleição como favorito para estar no segundo turno, o governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) teve ontem bons motivos para se preocupar. Quem está no poder disputando uma reeleição, deve no mínimo estar acima dos 35% ou 40%, mas, pelo contrário. Moisés aparece com 23% das intenções de voto e com a margem de erro, fica entre 26% e 20%, muito pouco para quem poderá reduzir ainda mais, a depender da força das críticas de que será alvo nos programas de rádio e TV. Para piorar a situação, Moisés tem a maior rejeição com 27%. Se somar os que o rejeitam e os 27% dos que dizem votar em branco, nulo e os que não sabem responder, ou seja, não sabem responder mesmo tendo um governador que é candidato à reeleição, são 54% do eleitorado que Moisés terá que tentar conquistar, é muita gente. Vale lembrar que a rejeição geralmente é irreversível. A realidade, é que mesmo com PIX e o MDB, Moisés começa a ver como real o risco de não ir para o segundo turno, enquanto que a boa notícia para ele, é que o grande número de candidatos pode baixar o percentual necessário para os dois nomes que avançarão para o segundo turno.
Jorginho Mello (Partido Liberal)
O senador Jorginho Mello (PL) aparece em segundo na pesquisa com 16%, sendo que a margem de erro pode colocá-lo entre 13% e 19%. Por hora, a estratégia do senador de atrelar o nome ao presidente da República, Jair Bolsonaro, tem dado certo. Outro fator que o ajuda é a baixa rejeição que é de 9%. Jorginho parece surfar numa pequena onda que não será como em 2018, mas que poderá lhe dar um fôlego para a disputa. Um fator que poderá atrapalhá-lo, é o pouco tempo de rádio e TV.
Esperidião Amin (Progressistas)
O senador Esperidião Amin (Progressistas) aparece em terceiro com 15%, com a margem de erro fica entre 12% e 18%. Amin também abraça parte do bolsonarismo, tem um discurso eloquente e apresenta um potencial de crescimento. Ao mesmo tempo que tem por sua história, uma dádiva, que é a de ser conhecido em todo o estado, por outro, isso também lhe causa um infortúnio, pois, quanto mais conhecido, a propensão de ter uma maior rejeição também é grande. 17% do eleitorado ouvido na pesquisa, o rejeita, ou seja, é o segundo mais rejeitado. É um percentual incômodo para quem deseja um terceiro mandato como governador. Mesmo assim, é um nome que nunca pode ser subestimado.
Gean Loureiro (União Brasil)
O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (UB), aparece em quarto com 8% das intenções de voto. Com a margem de erro, Loureiro está entre 5% e 11%, ou seja, está vivo na disputa por dois aspectos: ainda é um candidato que está trabalhando para se tornar mais conhecido e, segundo, tem a menor rejeição entre os principais postulantes ao Governo do Estado com 7%. Esses números, somado aos 27% entre brancos, nulos e os que não sabem ou não responderam, mostram que Gean Loureiro que terá o maior tempo de rádio e TV, ainda tem um grande espaço para crescer. Para isso, terá que ampliar a sua presença nas regiões, além de contar ainda mais com o seu coordenador de campanha, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), considerado um dos principais bolsonaristas do estado.
Décio Lima (Partido dos Trabalhadores)
O ex-deputado federal, Décio Lima (PT), surpreende ao surgir com apenas 6%, com a margem de erro, 3% ou 9% das intenções de voto. Em uma eleição em que o lulismo volta com força, o percentual apresentado por Lima na pesquisa reflete o fato de que Santa Catarina é um estado mais voltado para a centro-direita. Tanto é verdade, que ele aparece com a terceira maior rejeição que é de 15%, percentual que é muito mais voltado para o PT, do que para o próprio Décio Lima. Como tem nacionalizado o debate, veremos o quanto o fator Lula pode influenciar o eleitorado aqui do estado mais para frente.
Odair Tramontin (Novo)
O promotor de Justiça, Odair Tramontin (Novo), entra na disputa como um verdadeiro desconhecido para quem é de fora de Blumenau, ou não integra o Partido Novo. Ninguém deve ser subestimado, mas é claro que o cenário não o ajuda. Talvez a grande vitória de Tramontin neste pleito, será o de ir mais forte para a próxima eleição à Prefeitura de Blumenau, sendo que em 2020 por um pequeno percentual não tirou João Paulo Kleinübing (UB), da disputa do segundo turno contra Mário Hildebrandt (Podemos).
Senado
A pesquisa contratada pelo Grupo NSC também ouviu os eleitores a respeito da disputa ao Senado. O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) aparece na frente com folga tendo 26% das intenções de voto. Após, a disputa embola com o senador Dário Berger (PSB) em segundo com 9%; o deputado federal, Celso Maldaner (MDB) com 7%; Kennedy Nunes (PTB) com 6%; Jorge Seif (PL) com 4% e Luiz Barboza (Novo) com 3% das intenções. Se considerar a margem de erro, esses candidatos estão empatados tecnicamente. 11% disseram que votarão branco ou nulo, enquanto que 29% não sabem ou não responderam. Isso quer dizer que tem um bom espaço a ser trabalhado pelos candidatos, seja para Colombo se consolidar ainda mais, ou, os demais para crescer.
Descontentamento no MDB
Apesar do almoço de ontem na Casa D’Agronômica entre o governador, Carlos Moisés da Silva (Republicanos), e lideranças emedebistas, o fato é que no MDB há uma grande insatisfação com a coordenação da campanha. Uma fonte emedebista me disse que há muitas críticas, as quais se assemelham as que eram feitas à campanha de Mauro Mariani em 2018. As decisões de um grupo restrito que excluiu os emedebistas das decisões, além do fato de o MDB, além de Udo Döhler e Celso Maldaner terem sido excluídos dos materiais de campanha, feitos a mando da coordenação, causou irritação. Um material está sendo feito em Joinville e deverá ser colocado nas ruas nos próximos dias contendo Udo e Maldaner.
Posse de Sopelsa
O presidente da Assembleia Legislativa, Moacir Sopelsa (MDB), conforme divulguei ontem, deve assumir o Governo do Estado no próximo dia 6 de Setembro, dia de seu aniversário. A posse esteve ameaçada por Alexandre Oltramari, o marqueteiro da campanha do governador, Carlos Moisés da Silva (Republicanos), porém, houve um recuo após a decisão não ter sido bem aceita no MDB. A posse será organizada para o teatro Pedro Ivo em Florianópolis.
Representatividade
A advogada Margareth Hernandes, que preside as comissões estadual e nacional de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB, também entrou na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa. A candidata a deputada estadual pelo PSB, assume o desafio de ampliar a representatividade de mulheres, negros e população LGBTQIA+ no parlamento catarinense. Margareth alerta que o número preocupante de casos de violência e preconceito no estado, precisa ser combatido com políticas públicas voltadas à educação e ao esclarecimento das pessoas.
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