
Coisas muito estranhas estão acontecendo na política brasileira. Uma delas é a aquisição pelas Forças Armadas do Brasil de 35 mil comprimidos de Viagra. O produto atenderá a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. Uma nota oficial desta última cuidou de justificar que o medicamento é usado também para hipertensão arterial pulmonar e em pacientes com esclerose sistêmica. E frisou que o uso para tratamento de disfunção erétil “não se encontra priorizado nesse tipo de aquisição”. É bom saber.
Relatos antigos dão conta de que nos quarteis era costume fazer os soldados ingerir um tal “chá broxante”, conhecido também como “chá de quartel”. Não sei se isso é fato ou é lenda, mas, parece fazer sentido que os comandantes cuidassem de manter uma certa calma nos alojamentos. Hoje, ao que parece, não existe mais essa preocupação. Doses de Viagra acompanhadas de uma nota oficial em que, a propósito de tratar de urnas eletrônicas, se anuncia que as “forças armadas estão de prontidão para cumprir seu papel constitucional”, soam um tanto fervilhantes.
Mas, no setor de fatos extravagantes, não é só isso. Dá para imaginar Jair Bolsonaro e Lula da Silva irmanados numa mesma crença, numa mesma percepção dos acontecimentos? Pois veja só: os dois estão bem juntinhos na avaliação dos acontecimentos da Ucrânia. O ex-presidente entende que a Rússia não tem tanta culpa assim na invasão do país vizinho porque, segundo declarou à revista americana Time, a Ucrânia queria a guerra, queria ser invadida. É oportuno lembrar que Leonel Brizola, lá atrás, em 1998, quando foi candidato a vice-presidente com o então Luiz Inácio, já alertava seu companheiro de chapa que a ingestão de destilados podia fazer mal para a cabeça. E o atual presidente, por sua vez, disse que o problema da Ucrânia acontece porque os ucranianos elegeram como seu Chefe de Estado um comediante. Em consequência conforme tal manifestação, a Rússia tinha mesmo que invadir o país liderado por um ator.