Lula não apareceu, Bolsonaro não disse a que veio e Simone Tebet deu show. Já Dória circulou pela plateia e Ciro Gomes agradou até porque disse o que os gestores queriam ouvir
A XXIII Marcha em Defesa dos Municípios abriu espaço na terça e na quarta-feira (26 e 27), para ouvir as propostas dos pré-candidatos à Presidência da República e a abertura oficial do evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Uma excelente oportunidade para os mais de 6400 participantes conhecerem os planos dos pré-candidatos voltados ao municipalismo.
Com uma plateia educada e politizada, ou seja, sem manifestações extremistas, o presidente Bolsonaro perdeu uma excelente oportunidade para expor ideias. Fez um discurso rápido e pontuou algumas realizações do governo federal em diversas áreas. Chegou com pouca voz e precisou de água para prosseguir. Até aí tudo normal. Deixou a desejar e causou frustração até mesmo aos prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e gestores municipais ditos “bolsonaristas”, pela pouca referência aos municípios e às necessidades de seus administradores que vivenciam o aumento frequente de demandas e a escassez de recursos da União.
O presidente da CNM Paulo Ziulkoski anunciou problemas de agenda do ex-presidente Lula e seguiu a programação com a pré-candidata do MDB, Simone Tebet.
A senadora do MDB- MS, filha de Ramez Tebet (já falecido), que presidiu o Senado de 2001 a 2003, tem a política na família e em sua própria essência. Foi prefeita e participou da diretoria da Confederação Nacional de Município. Mais recentemente, como senadora da República, Simone Tebet teve destaque por sua participação na CPI da Covid-19. No entanto, seu profundo conhecimento sobre os problemas nacionais, mais especialmente dos municípios brasileiros, nas soluções apontadas e no compromisso assumido na Marcha em Defesa dos Municípios, encantou a plateia. “Sou municipalista não por discurso, mas por convicção e por ação. Por convicção e ação como prefeita e senadora da República”, destacou.
Presenciei inúmeros depoimentos de participantes da Marcha, de diversos partidos, com elogios a senadora e até mesmo mudanças e declarações de voto.
Simone Tebet, se confirmada candidata à presidência da República, e conseguir transmitir sua mensagem aos brasileiros poderá surpreender nesta eleição.
A CNM preparou questionamentos iguais aos pré-candidatos sobre Bolo Tributário, Pacto Federativo, Programas Federais, Restos a Pagar e Obras Paralisadas e Saneamento Básico.
Ontem a Marcha recebeu João Dória, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB. Dória começou falando de sua trajetória de vida e de ter começado sua vida política como prefeito.
Disse que sempre se baseou no exemplo de Franco Montoro e fez um governo municipalista. Fez críticas a aplicação dos recursos públicos pela União e citou o grande número de obras paradas no país. Economizou no tempo para responder as questões e encerrou sua fala no meio da plateia com discurso de campanha em modelo talk show e se dizendo emocionado.
Ciro Gomes (PDT), disse que o norte de seu projeto é a recuperação do crescimento do Brasil focado em mudanças no modelo econômico e na governança política. “Nenhuma demanda tem solução se o país não voltar a crescer. O pré-candidato disse o que os municipalistas queriam ouvir. Reafirmou que, se eleito, vai fazer a Reforma Tributária e rever a taxação de lucros e grandes fortunas. Agradou e foi bastante aplaudido.
Sobre o MDB catarinense
Mandatários e lideranças do MDB de Santa Catarina estão em verdadeira campanha para que o presidente da sigla, Celso Maldaner aceite ser vice na chapa para a reeleição do atual governador Carlos Moisés da Silva e para que o deputado federal Carlos Chiodini concorra ao Senado.
Aqui em Brasília tenho acompanhado as movimentações. A noite Chiodini promoveu jantar para prefeitos, vices e vereadores do partido que estão participando da Marcha em Defesa dos Municípios que contou com a participação do presidente nacional da sigla, Baleia Rossi.