Cada vez mais presentes no mundo dos negócios, as mulheres estão à frente de cerca de de 9,3 milhões de negócios no Brasil, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo IBGE. Com tanto destaque no empreendedorismo brasileiro, elas conquistam cada vez mais espaço também nas lideranças empresariais de todo o estado de Santa Catarina. Exemplos não faltam de mulheres que estão à frente da associações empresariais que compõem o Sistema Facisc, formado por 149 associações e mais de 35 mil empresas. Elas são presidentes, diretoras, associadas, nucleadas e colaboradoras das ACIs.

O relatório GEM – Global Entrepreneurship Monitor, principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, coloca o Brasil em sétimo lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais. Já no universo associativista, onde elas se dedicam voluntariamente nas associações empresariais como diretoras e presidentes de entidades, representam cerca de 20% do total de presidentes.

Para a diretora de Integração da Facisc e vice-presidente da Associação Empresarial de Lages (Acil), Janelise Royer dos Santos, quando é levado em conta todo o histórico do associativismo em Santa Catarina e no Brasil, este número é considerado muito bom, pois já foi muito menor. “Era em torno de 12% quando eu estava na presidência do CEME, e tende a crescer muito mais, pois as mulheres estão mais participativas e integrando as diretorias. Hoje as mulheres já estão incorporadas no papel de empresárias e sentem a força que existe no compartilhamento do conhecimento. A mentalidade vem mudando, pois antes as mulheres tinham mais receio de se colocar a frente, por questões diversas, como o medo de não ser capaz de exercer a liderança”. Outro ponto ressaltado por Janelise é em relação ao aprendizado colaborativo. “O papel da mulher vem mudando quando cada uma de nós vai aprendendo e perdendo o medo. Da mesma forma que o homem aprende com a mulher a ter mais empatia, a olhar a gestão de forma mais sistêmica, ter uma liderança mais cooperativa e entender o papel de cada um, a mulher também aprende com o homem a questão da objetividade, a aceitar os desafios e ir se capacitando durante o processo”, explica.

Maravilha

É de Maravilha, no Extremo Oeste Catarinense, que despontou a atual liderança do Conselho Estadual da Mulher Empresária, Poliana de Oliveira. Além de liderar 76 núcleos de mulheres empresárias, que reúnem mais de 1.300 empreendedoras, Poliana está a frente do Grupo Oliveira, é diretora da Mulher Empresária da Facisc. Também foi presidente da Associação Empresarial de Maravilha. “O associativismo faz parte da minha vida há mais de 10 anos e me trouxe um grande crescimento pessoal e profissional. O que aprendi nesse período é imensurável”.

Jaraguá do Sul
Um desses exemplos vem de Jaraguá do Sul. A empresária Ana Clara Franzner Chiodini, de apenas 29 anos, acaba de ser eleita como presidente de umas das mais representativas entidades, a Associação Empresarial de Jaraguá do Sul. Com 1.500 associados, não é a primeira vez que a Acijs, tem mulheres como presidentes. Fundada em 1938, a empresária é a terceira mulher a ocupar a presidência. “Fazer parte da diretoria de uma entidade que há mais de 80 anos representa a classe empresarial é uma grande honra. Significa a oportunidade de poder dar continuidade a uma bela história de representatividade empresarial e de compromisso com o setor produtivo, mas também de renovação no envolvimento com a comunidade. As mulheres têm uma representatividade muito forte nas empresas de Jaraguá do Sul e consequentemente na nossa entidade”, explica. Ana Clara é diretora Administrativa e Financeira do Grupo Agricopel.

Xanxerê

Outro exemplo vem de Xanxerê. Irene Sá Affolter é presidente da Associação Empresarial de Xanxerê e também é vice-presidente Regional do Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme). Entusiasta do Sistema associativista há mais de 30 anos, a empresária lidera a Acix e está à frente de grandes projetos como a Faex Energy e a Expofemi. “Eu desejava mais envolvimento da minha empresa com o todo e o associativismo me abriu as portas para isso”. É proprietária da escola de idiomas FISK.

São José

Na Associação Empresarial da Região Metropolitana (AEMFLO) cerca de 43 mil empresárias fazem ou já fizeram parte da história da entidade desde a sua fundação em 1984. Entre o período de 2017 a 2021, a associação teve sua primeira presidente mulher. A empresária Nadir Koerich, que é diretora de Educação Empreendedora da Facisc, e integra o Conselho Superior da AEMFLO. “De lá pra cá, aprendi muito e tive o privilégio de atuar ao lado de empresários com vasta experiência e comprometidos com o Associativismo por Resultado”, explica Nadir que foi a primeira mulher a assumir a presidência após 33 anos.

Itajaí

Na Associação Empresarial de Itajaí, uma mulher também acaba de assumir a presidência pelos próximos dois anos, Gabriela Kelm do Nascimento. Ela já fez parte da diretoria da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (ACIBalc), do Conselho Estadual de Jovens Empreendedores (CEJESC), e, na ACII, a qual integra há 10 anos, já participou do Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE), tendo atuado em programas como o Geração Empreendedora entre outros. Gabriela é franqueadas Óticas Carol com sete lojas em Itajaí, Balneário Camboriú e Barra Velha.

Mulheres na Facisc
Atualmente a Facisc conta com grandes líderes mulheres na sua diretoria, além de Janelise e Poliana, também estão
Ciça Müller e Magda Bez de Balneário Camboriú, Thayni Librelato de Orleans, Giovana Giacomolli de Palmitos, Isabel Baggio de Lages e Maria Izabel Pinheiro Sandri de Itajaí.

Mais dados
Uma pesquisa aponta que 55% das mulheres brasileiras decidiram iniciar seus próprios negócios por necessidade de obter renda. Outro dado que se destaca no universo feminino é em relação ao trabalho autônomo, que se tornou uma das principais alternativas em meio à pandemia. A modalidade gerou mais de R$ 3 bilhões em renda no primeiro semestre de 2021. Pesquisa feita pela Closeer, uma plataforma de freelancers, mostra que 70% desses profissionais no Brasil hoje são do sexo feminino.